Aos 32, Silva avalia atraso no MMA e chegada ao UFC: ‘Foi na hora certa’

Após estreia com nocaute no primeiro round, peso-leve invicto explica início tardio de carreira no MMA, mas garante que experiência é ponto a favor: 'Não quero ser só mais um'

Felipe Silva estreou com vitória no UFC
(FOTO: Divulgação/UFC)

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Ele começou sua vida marcial há 16 anos. Depois de se apaixonar pelo muay thai, competir e conquistar títulos, Felipe Silva pôde enxergar um futuro melhor no MMA. Aos 32 anos, depois de sua primeira luta no UFC, não há espaço para lamentação. Embora não seja comum um lutador chegar ao show em idade tão avançada, ele garante que chegou à maior organização de MMA do mundo "na hora certa". 

No último dia 27 de agosto, Silva fez sua primeira apresentação no UFC. No show realizado em Vancouver, ele nocauteou Shane Campbell no primeiro round com um jogo de trocação afiadíssimo.

- Sempre tive essa consciência de que a ideia de ter sucesso estava "apertada". Ficava triste a cada ano, nos meus aniversários, por não ter alcançado ainda a minha meta profissional. Quando menos esperava, estava até com uma lesão na época, apareceu meu empresário dizendo que fui contratado pelo UFC. Sempre soube que o tempo estava passando, mas entrei na hora certa no UFC. Estou bem maduro. Isso me ajudou bastante na minha estreia - declarou ao LANCE! o lutador, que fez sua estreia no MMA em 2013.

Ex-professor de muay thai, Felipe teve dificuldades para treinar MMA e começar sua carreira. Em certo ponto de sua vida, ele precisava escolher entre dar aulas em Juiz de Fora (MG) ou viajar até Curitiba (PR), onde treinaria com o veterano Cristiano Marcello na academia CM System e assim teria estrutura para ingressar na modalidade. Experiente, Felipe classifica a família como peça fundamental para conseguir fazer o movimento de buscar o sucesso no mundo das lutas. 

- Eu era professor, não podia abrir mão do meu ganha-pão para iniciar no MMA. Em 2013, meu irmão conseguiu montar um centro de treinamento e ele conseguiu suprir a minha necessidade de dar aula. Só assim consegui abrir mão daquele salário e pude começar no MMA. Minha mãe é falecida, e meu pai nunca me contrariou. Ele sempre quis que eu estudasse. Mas parei os estudos e ele aceitou numa boa. Sempre tive meu irmão mais velho (Fabiano Silva), sempre me fortaleceu e apoiou. Ele encerrou a carreira dele mais cedo e viu em mim a chance de chegar onde ele não chegou. Ele está cobrindo sempre minhas falhas e faltas. Ele nunca reclama, está sempre me motivando. Minha esposa também me ajuda muito, pois sempre passo dois meses em Curitiba, longe dela, mas ela sempre me ajuda, passa dificuldade e não reclama. Isso me ajudou a chegar até aqui. A estrutura de tudo é a família, e isso me incentiva - refletiu o lutador, que soma um cartel invicto de oito lutas e oito vitórias. 

Com um estilo agressivo de lutar, Felipe Silva venceu sete de suas oito lutas por nocaute ou finalização, triunfando em apenas um combate via decisão dos juízes. Além da experiência de longa data no mundo das lutas, Silva treina com Cristiano Marcello, ex-atleta do UFC. A participação em eventos antigos como treinador ajudaram o mineiro a ter tranquilidade para vencer em sua primeira apresentação no octógono mais famoso do mundo.

- O que me deixou calmo é que eu já tive experiência nos UFC's com o Cristiano Marcello. Acompanhei ele nos eventos que ele participou. Isso me passou uma certa calma e tranquilidade. Jé estava um pouco acostumado a tudo. Acho que isso me ajudou muito. Tenho um estilo bem agressivo, sou um cara bem explosivo, e isso me ajuda muito. Não fico com esse lance de deixar nas mãos dos juízes. Estou sempre buscando o nocaute e estou sempre disposto a pagar um preço alto para nocautear. Quando você busca a luta, você se expõe. Se tiver que pagar um preço pela vitória, estou disposto a pagar - explicou.

Por fim, os 32 anos mostram que Felipe Silva, de fato, pode usar sua maturidade a seu favor. Perguntado sobre o futuro, ele não tem pressa, mas já tem suas ações mapeadas por fases que terá de passar rumo ao topo.

- Primeiro fazemos uma luta para entrar no evento. O segundo estágio é se manter no evento e o terceiro é buscar a disputa de cinturão. É cedo ainda, vou deixar mais na mão dos empresários. Não quero chegar para ser só mais um, quero fazer diferença e pagar o preço - finalizou.

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