Golaços e ‘zica’ de Cuca: Libertadores marcou a carreira de Cicinho

Campeão em 2005 com o São Paulo, lateral-direito acredita que as participações <br>no torneio continental elevaram o patamar de sua carreira&nbsp;

Cicinho comemora gol contra o Palmeiras, na Libertadores-2005<br>​
Foto: Ari Ferreira)

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A Copa Libertadores elevou o patamar da carreira de Cicinho. A afirmação não é aleatória. O próprio lateral-direito faz questão de ressaltar o carinho pela competição e como os jogos que disputou lhe abriram portas no futebol brasileiro e mundial.

Campeão continental em 2005 com o São Paulo, foi na edição da Libertadores daquele ano que Cicinho anotou os gols mais marcantes da carreira, ambos contra o rival Palmeiras.

O mais importante, na opinião do lateral, saiu em chute de fora da área, de perna esquerda, que acertou o ângulo esquerdo de Marcos e decretou a vitória tricolor por 1 a 0, no antigo Palestra Itália. O mais bonito, em uma cobrança de falta forte e rasteira, que fechou o triunfo no Morumbi por 2 a 0, classificando a equipe para as quartas de final.

"A Libertadores rende status internacional para quem joga e dá a oportunidade de enfrentar escolas diferentes de futebol. Argentinos, uruguaios, chilenos... Tudo é diferenciado, da preparação ao ânimo antes das partidas. Foi uma experiência ótima que tive, me permitiu chegar à Seleção Brasileira e jogar na Europa", destacou ao LANCE! o lateral-direito, que em 2005 sagrou-se campeão mundial pelo São Paulo e, em seguida, foi contratado pelo Real Madrid.

Cicinho também acredita que a experiência em Libertadores permitiu que ele corrigisse um defeito do início de carreira: a marcação. "Você enfrenta equipes que jogam no contra-ataque ou que tocam muito a bola em busca de espaços. Sempre fui um lateral muito ofensivo, então precisava ter responsabilidade com a posição para não tomar bola nas costas."

Foi justamente a ofensividade tão marcante que colocou o lateral em evidência em 2005, quando marcou quatro gols na campanha do tricampeonato continental do São Paulo. "O sistema que o Paulo Autuori implantou, com três zagueiros (3-5-2), dava total liberdade para que eu e o Júnior (lateral-esquerdo) apoiássemos o ataque. Os volantes, Josué e Mineiro, ajudavam na cobertura. Tinha rotação constante no meio de campo. Se aquele time atuasse no 4-4-2, dificilmente seríamos campeões", avaliou.

"Zica" de Cuca

No ano anterior, Cicinho também jogou a Libertadores pelo São Paulo, sob o comando de Cuca. O lateral foi alvo de uma das folclóricas manias do atual treinador do Palmeiras, conhecido por ser muito supersticioso.

"O Cuca estava segurando um Sonrisal (antiácido) e colocou na mão do (zagueiro) Fabão. Ele queria ver se tinha algum jogador com medo antes de entrar em campo. Depois, ele colocou uma bala na minha mão e disse: "Quando eu dou bala, o jogador faz gol."

Cicinho, de fato, balançou a rede naquela noite. Mas o gol foi contra. O jogo em questão foi a vitória tricolor por 3 a 1 diante do Cobreloa-CHI, no Morumbi, pela fase de grupos da Libertadores.

Aos 37 anos, Cicinho está sem clube atualmente. Ele sofreu uma lesão no joelho direito em maio de 2016, no fim de temporada na Turquia, onde defendia o Sivasspor, e não teve o contrato renovado. A recuperação ocorreu de forma mais lenta do que o esperado, e o jogador optou por aguardar a plena recuperação antes de procurar um novo lugar para atuar.

Ele diz ter recebido sondagens de clubes das Séries A e B, mas nenhuma se concretizou. Japão e Índia são algumas opções imediatas, mas a intenção é ficar no Brasil em 2018. Quem sabe, jogando a Libertadores mais uma vez.

"Eu ainda não estava 100% fisicamente, então acho mais viável acertar com algum clube brasileiro no ano que vem. Vontade de voltar a jogar não me falta", ressaltou Cicinho, que mora em São Luís dos Montes Belos, em Goiás, a cerca de 130 quilômetros da capital Goiânia.

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