Proibição da grama sintética na Arena inviabiliza eventos e prejudica futebol do Atlético-PR

Furacão terá prejuízo com estádio multiuso e voltará a ter problemas com o gramado

Grama sintética na Arena da Baixada
Grama sintética na Arena da Baixada foi inaugurada em março de 2016. (Foto: Geraldo Bubniak/AGB)

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O congresso técnico realizado na tarde desta segunda-feira na sede da CBF, no Rio de Janeiro, proibiu o uso de grama sintética no futebol brasileiro. O veto prejudica o Atlético-PR, único clube com o gramado, não só dentro de campo como também fora dele.

A proposta, de autoria do Vasco da Gama que, aliás, nunca jogou no local, e aprovada pelos clubes, começa a valer a partir de 2018. Como a decisão não é para essa temporada, ela pode ser revogada em outro conselho que envolva os times da Série A.

De qualquer forma, a situação deixa o clube paranaense em uma situação desconfortável. O problema do gramado na Arena da Baixada é antigo, já que passa um rio embaixo dele. Antes da reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014, o local tinha dificuldades devido a não ser completo e o sol pegar apenas em uma parte da grama.

A expectativa era que isso mudasse com a conclusão da nova Arena, mas não foi o que ocorreu. As condições do piso foram criticadas nos últimos anos, inclusive no Mundial. Logo no primeiro jogo, entre Irã e Nigéria, as duas equipes protestaram depois da partida. Espanha e Austrália, na terceira rodada, não fizeram o treino de reconhecimento pela Fifa considerar melhor preservar o estado que não era o ideal. O jornal Marca, na ocasião, classificou a grama como "uma plantação de batata".

A solução, então, era o teto retrátil instalado. Nada feito. Por diversos jogos em 2015, o gramado foi alvo de críticas de adversários. O estado era realmente péssimo e, mesmo com um aparelho de luz artificial, que resultava em um alto gasto para o clube, as condições não melhoraram. A única forma que solucionou o impasse foi justamente a grama sintética, agora proibida pelos rivais, inaugurada no ano passado.

- O gramado é aprovado pela Fifa, o Atlético-PR não vai se calar. Vamos buscar todos os argumentos para mostrar que não tem nenhuma vantagem técnica por causa do sintético. Sempre tivemos um ótimo rendimento em casa, isso (vantagem com o sintético) é uma conclusão equivocada. Vamos discutir, enfrentar, e estou certo de que vamos conseguir reverter essa decisão - disse Luiz Sallim Emed, presidente rubro-negro, ao Esporte Interativo.

Rendimento

De fato, o mandatário atleticano tem razão sobre o retrospecto. Melhor mandante na Série A de 2016, conseguindo vaga no mata-mata da Copa Libertadores, o Furacão teve um grande desempenho, próximo dos 80%, atuando no gramado sintético - foram só duas derrotas na competição e seis gols levados. Mas isso não é novidade.

A média histórica do clube paranaense na Arena da Baixada é de somar 70% dos pontos ao lado da torcida. O desempenho no ano anterior, aliás, foi abaixo das temporadas de 2001 e 2005, quando foi campeão brasileiro e vice da Libertadores, com aproveitamentos de 79,41 e 79,04%, respectivamente.

Multiuso

Outra questão que atinge diretamente o Furacão é a utilização do estádio rubro-negro com a função multiuso. A Arena tem como objetivo ser rentável para o clube através de eventos que não envolvam somente o futebol.

Uma edição do UFC e um jogo da seleção campeã olímpica de vôlei foram realizados no local, além de show nacionais e internacionais. O uso da grama sintética é um diferencial para receber esse tipo de programação, pois consegue suportar todas as estruturas sem prejudicar a qualidade do gramado. Com a proibição, fatalmente o piso será ainda mais prejudicado.

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