Volta Redonda não joga a toalha e promete reforçar luta pela impugnação da partida com o Paysandu; entenda o caso!

Voltaço aponta erros do árbitro Wilton Sampaio e pleiteará na CBF e no STJD impugnação por 'erro de direito'

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Volta Redonda venceu, mas Paysandu se credenciou para o acesso à Série B (Foto: Jorge Luiz Totti)

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A bola começará a rolar para final da Série C do Brasileirão no domingo (15), com o confronto entre Amazonas e Brusque. Porém, a partida entre Volta Redonda e Paysandu, pela sexta rodada do Grupo C do quadrangular final, parece não ter fim. Marcado pela polêmica em torno da expulsão de Robinho, meia do Papão, o confronto deve ter desdobramentos jurídicos. O Voltaço mantém seu desejo de impugnar a partida.

A equipe venceu o duelo por 1 a 0, com gol de Bruno Barra. O resultado, no entanto, não foi suficiente para que o Volta Redonda desbancasse o Paysandu e obtivesse uma vaga para a Série B. A expulsão de Robinho, aos 12 minutos do segundo tempo, foi cercada de dúvidas se o meia tinha recebido o vermelho enquanto estava em campo, ou se a expulsão aconteceu com o jogador fora do gramado (veja a cronologia da confusão abaixo).

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Mesmo após o áudio do VAR comprovar o acerto da arbitragem, outra situação é vista com discórdia no clube fluminense: a forma como o árbitro Wilton Pereira Sampaio. Vice-presidente do Volta Redonda, Flávio Horta Júnior foi veemente ao pontuar o "erro de direito".

-Não estamos discutindo se o Robinho está dentro ou fora de campo na hora da expulsão. É fato que o cartão vermelho aconteceu quando ele tinha sido substituído. Mas por que ele foi expulso? Por "retardar excessivamente sua saída de campo". Esta foi uma atitude que ele fez no gramado! Seria o equivalente a um jogador que, segundos antes de ser substituído, dá um soco em um bandeirinha. Ele vai ser expulso só depois? - desabafou, ao Lance!, frisando:

-Houve um erro de aplicação da regra. Isso prejudicou o Volta Redonda, que jogou contra uma equipe com 11 atletas! - completou.

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Robinho é carregado após Paysandu conseguir acesso (Foto: Jorge Luiz Totti / Paysandu)

Horta também critica o curto intervalo entre as medidas tomadas pelo árbitro Wilton Pereira Sampaio.

-Entre a saída do Robinho e a expulsão o intervalo é de por volta de três segundos. Não há nada que justifique a atitude. Tem só um bate-boca normal com o Wellington Silva. Isso foi manobra criada pelo Wilton - afirmou.

O dirigente aponta o que o clube pleiteia em relação à partida contra o Paysandu.

-Não vamos entrar no STJD e com a representação na CBF para que o jogo fique 2 a 0 para nós. A CBF vai decidir o melhor caminho e nós acataremos, mas desde que aconteça de maneira justa. Houve um erro enorme quando jogamos contra o Paysandu, e nós tivemos prejuízo, pois perdemos a chance de disputar a Série B em 2024 - afirmou o vice-presidente do Volta Redonda.

Aos seus olhos, a divulgação das imagens e dos áudios do VAR não interferem na decisão do Volta Redonda buscar a impugnação da partida.

-De modo algum. Inclusive, ajuda a mostrar o momento no qual o Robinho é expulso, mostra onde ele arruma confusão, retarda o jogo e, em seguida, vem o erro de aplicação, quando o Wilton Pereira Sampaio expulsa o jogador após sua substituição - disse Flávio Horta Júnior.

Na noite de ontem, o Volta Redonda divulgou uma nota na qual fala do erro de direito e se queixa da "desastrosa atuação" do árbitro Wilton Pereira Sampaio. O clube também contesta o fato do árbitro ter posto na súmula que o intervalo entre a saída de Robinho e sua expulsão foi de um minuto.

Procurado pela reportagem, o Paysandu não quis se manifestar sobre o assunto. O clube, via assessoria, informou que "não é cabível um posicionamento".

CHANCE DE REVIRAVOLTA NA SÉRIE C?

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Robinho: expulsão gerou confusão no gramado do Raulino de Oliveira e desdobramentos (Foto: Jorge Luiz Totti / Paysandu)

Por mais que o Volta Redonda se empenhe para enumerar as medidas que considera equivocadas em relação a este episódio no Raulino de Oliveira, a possibilidade de uma mudança de rumo na Série C é considerada pouco provável. Advogado especializado em direito desportivo, Rodrigo Marrubia pontua o que STJD deve levar em conta em relação ao jogo entre o Voltaço e o Paysandu.

-O artigo 259 do CBJD determina que um jogo é passível de anulação quando ocorrer, comprovadamente, erro de direito relevante o suficiente para alterar seu resultado. No caso em questão, creio que dificilmente o STJD entenderia como erro de direito, pois a súmula da partida deixa claro que o atleta foi expulso quando já estava fora de campo, o que posteriormente foi confirmado pela análise do VAR divulgada pela CBF - destacou.

O sócio da Carlezzo Advogados detalhou que não houve a falta de interpretação na condução da expulsão de Robinho.

-O "erro de direito" na partida ocorre quando a arbitragem aplica e/ou interpreta equivocadamente a regra do jogo. No caso em questão, se a expulsão tivesse sido decorrente de ato ocorrido quando o atleta ainda estava em campo, a regra objetiva teria sido ignorada e verificaríamos uma situação passível de ser caracterizada como erro de direito. No entanto, a súmula informa que o atleta foi expulso por tumulto com atletas adversários quando já estava fora do campo, o que foi comprovado pela análise do VAR, que confirma a substituição e consequente expulsão logo na sequência, quando o atleta já estava fora do campo - afirmou.

Marrubia destacou que a condução do VAR também indica a manutenção do resultado.

-Sem dúvida que a publicação dos áudios do VAR pela CBF dificulta muito o pleito do Volta Redonda, pois restou comprovado que o atleta foi expulso após ter sido substituído, quando já estava fora de campo - disse.

O advogado ainda apontou outro fator que pode pesar contra o Volta Redonda.

-Há de se verificar se o Volta Redonda apresentou o pedido de impugnação dentro do prazo, pois de acordo com o art. 85 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, o pedido deve ser protocolado no Tribunal competente em até dois dias depois da entrada da súmula na entidade, o que ocorreu no próprio dia da partida, dia 07/10. Portanto, caso ainda não tenha feito dentro do prazo, sequer poderia fazê-lo nesse momento - disse.

Não faltam histórias e mistérios em torno do confronto que definiu uma das vagas para a Série B de 2024.

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