Cabral é preso sob suspeita de obter propina em reformas do Maracanã

Ministério Público Federal calcula que, junto com outras três obras, desvios envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro somem mais de R$ 220 milhões

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Obras do Maracanã custaram o dobro do que era previsto (Foto: Paula Mascára)

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Na manhã desta quinta-feira, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral Filho foi preso durante mais uma fase da Operação Lava-Jato, batizada de Calicute. Uma das acusações é de que o político teria cobrado propina de 5% - cerca de 30 milhões - nas reformas do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. 

A acusação apareceu na delação de dois ex-executivos da Andrade Gutierrez, que detalharam a operação feita para que a construtora participasse do consórcio com a Odebrecht e a Delta para concorrer à licitação de reforma do estádio. Outras obras que teriam gerado propina para Cabral são o denominado PAC Favelas e o Arco Metropolitano, financiadas ou custeadas com recursos federais.

Os delatores também disseram que houve o pagamento de 1% do valor total da reforma do Maracanã ao Tribunal de Contas do Estado, responsável pela fiscalização dos contratos. O prejuízo é estimado em mais de R$ 220 milhões.

De acordo com os depoimentos, o valor estaria sendo pago pela Andrade Gutierrez com parcelas mensais de R$ 350 mil. Para esconder o esquema, a empresa simulava contratos de prestação de serviços com seus fornecedores. O político, que ficou no cargo de 2007 a 2014, irá prestar depoimento sobre as acusações.

A obra do Maracanã custou 1,2 bilhão de reais, o dobro do valor previsto inicialmente. Até o momento, foram detectadas irregularidades de quase 200 milhões de reais.

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