Presidentes de clubes paulistas revelam assédio por manipulação: ‘Valores altos’

Emílio Brumati, ex-mandatário do Noroeste, afirmou que valores oferecidos por máfia asiática chegavam a R$ 100 mil

Polícia na operação "Game Over"
Operação "Game Over" já  realizou prisões em três estados brasileiros (SP, RJ e CE) (Foto: Reprodução / Rede Globo)

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Em meio a investigações da operação "Game Over", da Polícia Civil, dois clubes do interior de São Paulo admitiram que receberam sondagens de apostadores, que visavam a manipulação de resultados na Série A2 do Campeonato Paulista.

Emílio Brumati, que se demitiu recentemente do cargo de presidente do Noroeste, revelou que o clube de Bauru, que garantiu o acesso à elite do Paulista, foi procurado por mafiosos. No entanto, ele, ao recusar, foi "ignorante na resposta".

- Não vou mentir, já teve propostas. Quando vi essa repercussão, comentei com meu irmão. Se eles tiverem as gravações, vão ouvir minha resposta categórica. Teve um pessoal oferecendo vários cachês na Segundona. Sempre fui rigoroso, caxias. Nunca gostei dessas coisas. Fui até ignorante na resposta. Esse é um lado sujo e o mercado não precisa disso - disse Brumati ao site "Globoesporte.com, complementando:

-Ofereceram valores altos, R$ 100 mil, R$ 80 mil. Isso não ia resolver a vida do Noroeste ou a minha. Eu não conhecia essas pessoas que me ligaram com essas propostas - revelou. 

O Tanabi, através de seu mandatário, Irineu Alves, também falou sobre o caso. De acordo com o presidente do clube de São José do Rio Preto, ele negou ofertas de apostadores asiáticos para que jogos fossem adulterados.

– Ouço falar disso desde o ano passado. Já recebi convites, mas não teve conversa, não é do meu caráter. Muito se fala em relação aos jogos manipulados. Eu sou de São José Rio Preto, então vejo todos os jogos aqui na região e estava em Rio Preto x Barueri. Não posso acusar ninguém, mas vi que o jogo estava estranho – afirmou. 

Sobre o caso

De acordo com a apuração da polícia, o esquema, chefiado por um agente carioca, funcionava da seguinte maneira: intermediários entravam em contato com treinador e jogadores de competições de repercussão menor, como as séries A2, A3 e B de São Paulo, com a finalidade de manipular resultados, previamente combinados com bolsas de apostas da Indonésia, Malásia e China. 

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Ex-goleiro, Carlos Luna foi um dos detidos (Foto: Reprodução/TV TEM)

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