Criador do Elifoot revela carinho pelo Palmeiras; história com o Verdão fez nascer lendário Elifoot 98

Faixa de torcida rival com zoeira ao Palmeiras, envolvendo o Elifoot, incentivou português André Elias a desenvolver game épico. Ao L!, ele conta planos para o jogo e fala de sua vida

Viagem no tempo: Confira dez imagens que farão você relembrar como jogar Elifoot 98 era divertido
(Imagem: Reprodução de internet)

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Ícone entre os games de futebol virtual e "Pai dos jogos Managers", já que foi o primeiro do estilo para PC com suporte a múltiplos jogadores, o lendário Elifoot completará 30 anos de sua primeira versão em 2017. Sua edição mais famosa, o Elifoot 98, ganhou o mundo por sua jogabilidade, e uma história curiosa envolvendo o Palmeiras foi determinante para que o jogo fosse lançado.

Em papo exclusivo com o LANCE!, o criador e desenvolvedor do game até hoje, o português André Elias, revelou que tem carinho pelo Palmeiras por conta de episódio em 1996. Explicando: Em 1987, aos 17 anos, André lançou por hobby o Elifoot 1, em Portugal. Já o Elifoot 2 saiu em 1992, com uma pequena atualização em 1994. Porém, a vida do desenvolvedor ficou "corrida" e o Elifoot foi para segundo plano. Mas, em 1996, André decidiu fazer uma pesquisa na internet sobre o alcance do jogo e na busca ele encontrou uma foto de uma torcida rival do Verdão em um estádio brasileiro com uma faixa: "Palmeiras, campeão só no Elifoot".

A citação na faixa, possivelmente de antes do título paulista de 1993 (quando o Palmeiras acabou com o jejum de 17 anos sem taças), era uma mostra da força do Elifoot fora de Portugal, o que motivou André a desenvolver o terceiro Elifoot, lançado em 1998. E foi ali que o Alviverde conquistou o português.

- Meu time é o Benfica, meu segundo time é o "Mourinho FC", seja qual for a equipe que ele (José Mourinho) esteja treinando. Meu jogador preferido é o Ronaldo (Fenômeno). No Brasil, meu time favorito é o Palmeiras, pois é campeão no Elifoot - destacou André Elias, cujas iniciais do sobrenome batizam o game (Eli + foot, a junção entre Elias e futebol).

Há duas semanas, André lançou o Elifoot 98 (16), um "remake" do famoso Elifoot 98, porém usando dados atuais dos clubes. No papo com o L!, o desenvolvedor contou seus planos para o game, recordou histórias e não "pensou duas vezes" ao responder se venderia os direitos do jogo a outra pessoa ou empresa.

- Eu não vendo.

CONFIRA UM "BATE-BOLA" ESPECIAL COM ANDRÉ ELIAS, CRIADOR DO ELIFOOT

Quando e como você teve a ideia de criar o jogo? Você sabia mexer com programação?
> Criei o jogo em 1987, entre o intervalo da escola e da universidade. Já sabia programação e resolvi fazer um jogo para eu jogar contra o computador. Era eu contra 31 jogadores controlados pelo computador.

Quantas pessoas trabalham com você? E elas estão espalhadas pelo mundo ou estão só em Portugal?
> Tenho vários colaboradores na parte de programação e especialmente testadores. Estão maioritariamente em Portugal e no Brasil.

Como concorrer com os novos jogos manager que apareceram? Ainda há mercado e rentabilidade para o Elifoot?
> Há mercado, mas em termos de rentabilidade baixa a cada ano, não só pela crise atual, como também pelo aumento exponencial do número de "apps" nos smartphones.

Qual é a melhor história sobre Elifoot que você conhece? 
> Quando uma torcida colocou no estádio uma faixa dizendo "Palmeiras, campeão só no Elifoot".

André Elias, criador do Elifoot
André Elias em palestra em 2015 (Foto: Reprodução/gameover.sapo.pt)

Hoje, o Elifoot é feito em quantas línguas e jogado em quantos países do mundo?
> O Elifoot é feito atualmente em quatro idiomas: Português europeu, português do Brasil, inglês e espanhol. Estão previstos mais idiomas para esta última versão. O game é jogado principalmente em Portugal e no Brasil, mas também em vários outros países, embora com menor expressão.

Os "cracks" das primeiras versões de Elifoot eram facilmente encontráveis na internet. O quanto isso afetou seu faturamento e as possibilidades de transformar este dinheiro em um desenvolvimento ainda maior do jogo?
> Tudo isso elevou o Elifoot a uma lenda, fez do jogo um clássico.

Você trabalha com outra profissão além do Elifoot? Tem família, filhos? Seus filhos o enxergam como um herói por ter criado um jogo histórico?
> Tenho 46 anos, sou engenheiro com família e um filho. Meu filho me enxerga como herói não por ter criado um jogo, mas simplesmente porque sou seu pai.

O que o Elifoot representa para a história dos games e o que deseja representar para o futuro?
> O Elifoot é um clássico e faz parte da história dos videogames. Atual e futuramente, as novas versões são nostálgicas, e é com esse objetivo que são desenvolvidas. É um prazer fazer com que as pessoas grandes se sintam pequenas outra vez.

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