Mesmo sem dinheiro, Fluminense tem ‘CT de luxo’ para base na Europa

Acordo entre diretoria tricolor e prefeitura de Samorin, na Eslováquia, permite que atletas de Xerém utilizem estrutura de alto nível sem custos pro clube em 'intercâmbio esportivo'

Estrutura do Samorin, filial tricolor na Eslováquia
Divulgação

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Se os últimos meses foram conturbados nas Laranjeiras, na Eslováquia o projeto Flu-Samorin segue a todo vapor. Os resultados dentro de campo, aqui e lá, ainda não são satisfatórios mas a estrutura no Velho Continente possibilita colher frutos no futuro. Por exemplo: enquanto os profissionais treinam no inacabado CT Pedro Antonio, na Zona Oeste do Rio, a filial europeia conta com instalações de primeiro nível para desenvolver os atletas da base carioca.

Os garotos de Xerém selecionados para a 'pós-graduação da base' - como disse Marcelo Teixeira, um dos diretores do projeto - trabalham no terceiro maior complexo esportivo da Europa. O Xbionic Sphere dispõe de um milhão de m², três andares de academia, piscinas olímpicas, áreas de lazer e tudo que se possa imaginar num centro de treinamento. No resort, mais de 280 quartos seis estrelas que podem ser usados como concentração.

Mas se o Fluminense vive uma crise financeira, incapaz até mesmo de manter os próprios jogadores no clube, como mantém um CT de luxo em outro continente?

Academia do Fluminense Samorin
No detalhe, a estrutura da academia disponível para o elenco
Piscina Fluminense Samorin
As piscinas do complexo esportivo Xbionic Sphere

A estrutura disponível é totalmente gratuita ao clube. Um acordo foi firmado entre a diretoria tricolor e a prefeitura de Samorin, em uma das viagens de Pedro Abad à Europa. No 'pacote', o Flu Samorin também pode utilizar um estádio com capacidade de 5 mil pessoas para treinos e, possivelmente, para jogos oficiais. Para isso, a equipe precisa subir para a primeira divisão eslovaca - o que provavelmente não conseguirá nesta temporada, já que, neste momento, está empatada com o primeiro da zona de rebaixamento.


CONQUISTAS, SÓ FORA DE CAMPO
Se no Brasil um clube vive de títulos, no Flu-Europa a proposta é diferente. A meta é dar experiência cultural e profissional aos atletas pouco utilizados de Xerém, para que possam evoluir fora de campo. A expectativa é de que o clube só consiga o acesso para a primeira divisão da Eslováquia depois de 2020.

- O Samorin é espetacular. Aprendi muito lá e cresci como jogador e também como pessoa. Agora sigo me preparando aqui no Sub-20 para chegar ao time profissional do Flu. Este é meu objetivo. As instalações são impressionantes, nunca tinha visto nada parecido - disse Rômulo ao LANCE!, um dos destaques do elenco sub-20 do Fluminense.

- O futebol na Europa é mais intenso, mais físico e muito tático. Trabalhei com profissionais com uma cultura totalmente diferente e que me fizeram crescer muito. Ganhei uma capacidade maior de leitura de jogo.

Flu Samorin 2016
Romulo, com a 16, esteve ao lado de Peu, Luquinha e Luiz Fernando

Rômulo é um dos exemplos de promessa de Xerém que fez o intercâmbio para Samorin e voltou para o sub-20, onde é utilizado. Outros nomes tiveram trajetória diferente: com idade estourada para base e sem espaço nos profissionais, foram lançados ao projeto. Luquinhas, Peu e Marlon Freitas, por exemplo, fazem parte do elenco de Abel Braga atualmente, mas só o último está nos planos do treinador.

Essa é a primeira parte da reportagem do Projeto Flu-Europa. No mês que vem, o dirigente Marcelo Teixeira conversa com o LANCE! sobre os bastidores e o futuro do STK Fluminense Samorin.

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