L!Net descobre Brasilino, operário que construiu e reconstruiu a Fonte Nova


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Se Luiz Felipe Scolari precisar de uma força extra no processo de restauração da Seleção Brasileira, ele pode contar com Brasilino Almeida dos Santos. Para o operário que participou da construção e da reconstrução da Fonte Nova, nada mais natural do que erguer grandes obras.

Hoje aos 78 anos de idade, Brasilino iniciou sua relação com o estádio em 1947. De lá até o ano de fundação, quebrou pedra que virava brita para erguer o gigante de concreto. Um pouco mais velho, ajudou na limpeza e arrumação no lado de dentro da obra.

Em 1951, enfim, viu a Fonte Nova ser inaugurada com a realização do Torneio Octávio Mangabeira, que foi vencido pelo Bahia.

– Foi uma alegria ver aquilo em pé, saber que eu participei. Era duro, muitas vezes não tinha o que comer durante o serviço – lembrou, emocionado.

Morador do Bonocô, região próxima ao estádio, Brasilino sempre manteve uma relação de cumplicidade com aquela área. No cardápio de suas lembranças vem à memória o capacete feito de folha de bananeira, a dificuldade na liberação de verba até que a Fonte Nova fosse inaugurada e a merenda trazida por sua mãe. Nada, no entanto, é mais forte do que o 29 de agosto de 2010, data da implosão do estádio.

Operário que construiu Fonte Nova se emociona ao voltar ao estádio

– É meu momento mais marcante entre todos desde que a Fonte Nova foi construída – opinou.

Com a velha Fonte no chão, o operário viu sua chance de retornar à cena em um anúncio de jornal. Com a experiência e a antiga intimidade, conseguiu uma vaga, trabalhou como pedreiro e foi absorvido no quadro funcional da Fonte Nova Participações. Neste sábado ele estará atuando na operação do clássico entre Brasil e Itália.

Sobre a Seleção do país que  carrega em seu nome, só elogios:

- Para este time eu só tenho aplausos, tiro meu chapéu. Esperam que eles sejam felizes aqui na nossa casa, na Fonte Nova.

Palavras e votos de Brasilino Almeida dos Santos, um brasileiro.

 Com a palavra, Brasilino Almeida, operário de duas construções da Fonte Nova

'Tristeza com implosão virou alegria com obra'

'Toda a minha tristeza com a implosão do estádio virou alegria quando vi a conclusão desta grande obra. Minha maior satisfação é ver a Fonte Nova como ela está hoje. Espero que quem vier assistir o Brasil x Itália tenha a mesma alegria que eu tenho ao entrar aqui, que cuide bem do nosso patrimônio, de todas as dependências e aproveite em paz o jogo com as suas famílias. Eu estarei trabalhando, participando na fiscalização de algumas coisas na partida, mas na torcida pela Seleção Brasileira'.   

 A lenda do apelido Fonte Nova

Testemunha ocular da História, Brasilino Almeida dos Santos garante conhecer a origem do apelido Fonte Nova. Batizado oficialmente como Estádio Octávio Mangabeira, o local, segundo a versão de Brasilino, abrigava uma fonte de água construída pelos moradores, para ajudar no abastecimento das casas e hidratação das pessoas daquela região.

Com a terraplanagem necessária para a obra do futuro estádio, a antiga fonte teria desaparecido e não deixado rastros.

– Aí o pessoal se perguntava pela antiga fonte, mas quando o estádio começou a ganhar forma, diziam que tinham perdido a velha mas que estava nascendo uma fonte nova no lugar. Daí o nome popular – afirmou.

Se a versão procede ou não, o fato é que a Seleção Brasileira tem boas lembranças do estádio na capital baiana (leia quadro): em 11 partidas disputadas, o Brasil venceu seis, empatou cinco e não perdeu nenhuma.

 Fonte do Brasil

Estreia no estádio

Em 69, o time que ganharia o tricampeonato goleou o Bahia por 4 a 0. Pelé, Jairzinho, Edu e Tostão marcaram os gols da vitória.

Título uruguaio

A partida final da Copa América de 1983 foi disputada na Fonte Nova. Como o Uruguai venceu o jogo de ida por 2 a 0, o empate por 1 a 1 garantiu a taça continental para a Celeste.

Vaia e ovada

A Seleção fazia campanha ruim na Copa América de 89. Antes do jogo contra a Colômbia, o atacante Renato Gaúcho foi acertado por um ovo . A torcida do Bahia queria  Charles e Bobô na equipe. A partida foi 0 a 0.

Saideira

A última vez da Seleção na Fonte foi em 99, em amistoso contra a Holanda.  Giovanni e Amoroso fizeram no 2 a 2.

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