OPINIÃO: ‘O Botafogo e seus heróis improváveis que dariam um livro’

Campeonato Brasileiro SerieB - Luverdense x Botafogo (foto:Vitor Silva/SSPRESS)
Ronaldo: mais uma história que só o Botafogo pode proporcionar (Foto: Vitor Silva/SSPress)

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Botafogo, Botafogo... Campeão desde 1907, clube dos heróis improváveis. Time de Sandro, Sandra, João, Oldemário, Armando, Roberto, Luiz e tantos outros poetas. É uma instituição com enredo rico, com histórias que não são simples. Nesta terça-feira, mais uma delas surgiu. Ronaldo, que não é nenhum fenômeno, fez um daqueles gols que pareciam impossíveis. Até pouco tempo atrás, o atacante estava no Ituano e chegou como o último reserva. Foi crescendo, ganhando espaço, até que foi titular contra o Criciúma e parou três vezes na trave. Mas isso é Botafogo, estava escrito.

A jogada do gol marcado contra o Luverdense foi iniciada com uma narrativa dramática. Daniel Carvalho, que estava aposentado até abril, deu o pique de sua vida e colocou na área para Ronaldo, o herói inacreditável. Parecia que o marcador chegaria na frente e cortaria, mas faltou leitura ao zagueiro, algo que sobra nas veias de todo alvinegro. A antecipação foi precisa e o gol, daqueles para contar aos netos e bisnetos, saiu. "Uma vez, o Botafogo foi jogar em uma pequena cidade do Mato Grosso e lá voltou para a Série A. Depois disso, muitos títulos vieram. Vocês não imaginam como aquele gol foi importante".

Ronaldo, que estava marcado pelas bolas na trave em Criciúma, saiu das críticas para o hall da fama dos talismãs. Pode ser que nem fique no Botafogo para 2016, mas em 2035 algum jornalista vai ligar para ele e pedir aquela entrevista legal sobre os 20 anos do gol do acesso. Essa página ninguém apaga.

Neilton teve a chance de marcar de pênalti, mas perdeu. Também estava escrito, os holofotes eram para Ronaldo. Também foi assim na conquista do Carioca de 2013, quando Seedorf desperdiçou penalidade e Rafael Marques saiu de campo coroado em sua redenção, com o gol único do jogo do título.

Olhando mais para trás, outras belas histórias também aconteceram. Em 1989, Maurício estava com febre por conta de um furúnculo e quase saiu no intervalo, mas continuou no jogo e acabou com 21 anos de jejum. Em 1997, o garoto Dimba recebeu chance como titular, balançou a rede e comeu a grama do Maracanã de felicidade. No Rio-São Paulo de 1998, foi a vez de Zé Carlos, que entrou durante a decisão e fez o gol do título. Coisas do Botafogo, um livro rico do futebol mundial, abençoado pela Enciclopédia.

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