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Joias do Lance!: Kauan simboliza retomada da ‘Fábrica de Talentos’ do Vitória

Confira entrevista com joia de 18 anos que começa a integrar o elenco principal

Kauan renovou com o Vitória até 2028 Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
imagem cameraKauan renovou com o Vitória até 2028 (Foto: Redes Sociais)
Dia 22/06/2025
12:00

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Celeiro de campeões mundiais e de craques que brilharam Brasil afora, o Vitória tenta recuperar o selo de referência na formação de jogadores após uma forte crise que atingiu toda a instituição, inclusive as categorias de base. E a torcida rubro-negra já vê uma luz no fim do túnel com atletas da casa que a cada dia se mostram mais promissores, como é o caso do jovem zagueiro Kauan Coutinho, de 18 anos.

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Uma das joias brasileiras entrevistadas pelo Lance!, Kauan foi um dos raros nomes da base escolhidos pelo técnico Thiago Carpini para jogar uma partida como no titular na equipe principal do Vitória em 2025. Nos jogos contra Jacobina (1ª fase do Campeonato Baiano) e Moto Club (fase de grupos da Copa do Nordeste) ele foi titular e deu conta do recado, apesar do nervosismo de fazer a tão sonhada estreia como jogador profissional.

— O primeiro jogo ficou marcado na minha vida, na minha história como jogador. No segundo, contra o Moto Club, eu já tava mais leve, não tava com aquele peso, aquele nervosismo do primeiro jogo contra o Jacobina, que foi minha estreia. No jogo do Moto Club eu fiquei de boa, já tinha mais tempo também treinando no profissional, me adaptando mais ainda.

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Kauan em ação contra o Jacobina pelo Campeonato Baiano, seu primeiro jogo como profissional do Vitória  Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Kauan em ação contra o Jacobina pelo Campeonato Baiano, seu primeiro jogo como profissional do Vitória (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)

Kauan tem plena consciência de que fazer a estreia pelo time profissional do Vitória é marcante. O time que revelou craques como Dida, Vampeta, Hulk, Marcelo Moreno, David Luiz e entre tantas outras estrelas, agora é um gigante adormecido, mas que nunca deixou sua história como "Fábrica de Talentos" ser apagada.

— Quando o professor Carpini me avisou que eu ia ter a oportunidade, no começo fiquei nervoso, aquele frio na barriga. Mas depois conversei com minha família, eles me acolheram, falaram: “Vai, faz o que você sabe fazer”. Na minha estreia, na hora da oração, quando tocava o hino, minha perna estava tremendo demais! Mas o pessoal todo me apoiou: “Vamos, joga!”. O Lucas Arcanjo, o Zé Marcos… me deram muito apoio — lembra.

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A reconstrução da base do Vitória

Kauan treina com elenco principal em Quito, antes de jogo pela Sul-Americana  Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Kauan treina com elenco principal em Quito, antes de jogo pela Sul-Americana (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)

Desde a última década, o Vitória passa por sucessivas crises dentro e fora de campo, que resultaram em rebaixamentos, dívidas e danos estruturais à instituição. O que primeiro chama a atenção são os resultados do time profissional, mas as categorias de base do Vitória sofreram muito com esse processo e ainda vive uma reconstrução na atual retomada do Rubro-Negro no cenário nacional.

Em entrevista coletiva após derrota para o Santos no dia 25 de maio, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro, o técnico Thiago Carpini chegou a ser perguntado sobre a não utilização da base em jogos do Brasileirão e fez um panorama sobre a reformulação do Leão.

— Você acha que eu não quero que desponte aqui um grande talento, que faça grandes jogos e resolva os problemas? Claro que eu quero. Quando Fábio Mota chegou aqui o Vitória não tinha o certificado de clube formador. A base do Vitória estava acabada. Aquela base que revelou talentos para o mundo não existe mais. Quem dera eu que tivesse. Eu fiz muitas experiências, mas quem sustentou? Quem deixou saudade da base que ganhou oportunidade de jogar? Não é culpa de quem está lá, é o processo. A gente estava na Série B e agora está na Sul-Americana. Se aqui está difícil a transição, imagina na base - reforçou o treinador.

O zagueiro Kauan, inclusive, revelou que após estrear pelo profissional teve uma conversa com Thiago Carpini a respeito das oportunidades no time de cima.

— Assim que teve minha estreia, no outro dia eu conversei com ele [Carpini]. Ele me parabenizou, mandou eu continuar focado, disse que eu era um menino bom e que teria mais oportunidades na equipe profissional.

Kauan no aquecimento antes de Vitória e Jacobina, pelo Campeonato Baiano  Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Kauan uma das joias entrevistadas pelo Lance!, no aquecimento antes de Vitória e Jacobina, pelo Campeonato Baiano (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)

Kauan, assim como outros garotos testados, a exemplo de Papaterra, Edenilson, Emerson Buiu, Lawan e Cabrobó, teve oportunidades no Baiano e na Copa do Nordeste, mas no Brasileirão nenhum desses atletas ainda foram utilizados.

O defensor de 18 anos chegou a ser relacionado para as partidas contra Santos, Universidad Católica e Corinthians na ausência do zagueiro Neris, mas não entrou em campo. Agora, Kauan se recupera de uma fratura no tornozelo e pode ficar até quatro meses longe dos gramados.

Do interior ao treino com a Seleção

Kauan posa com a mãe após ampliar contrato com o Vitória até 2028  Foto: Redes Sociais
Uma das joias da base, Kauan posa com a mãe após ampliar contrato com o Vitória até 2028 dias após entrevista para o Lance! (Foto: Redes Sociais)

Mas antes de se tornar uma promessa do Vitória, Kauan quase desistiu da carreira. Nascido em Feira de Santana, a cerca de 200 quilômetros de Salvador, ele começou a jogar como volante e se desanimou com o futebol por um período. O jovem atleta só não prendeu as chuteiras por conta do apoio da família e do seu professor na escolinha de futebol.

— Tudo começou quando eu fui fazer uma peneira. Na época, eu jogava de volante, não era zagueiro. Fui aprovado, graças a Deus, só que eu não queria mais jogar bola, queria desistir desse sonho. Só que minha avó e meu treinador da escolinha continuaram me incentivando, me dando todo o suporte. Aí eu vim fazer o teste no Vitória, ainda jogando de volante. O observador foi e me indicou para jogar de zagueiro. Fui, joguei, gostei e continuei nessa posição — relembra Kauan.

Com a família toda em Salvador, Kauan veio pequeno para a capital baiana e conseguiu se desenvolver no futebol até chegar às categorias de base do Vitória em 2021, um dos momentos mais críticos da história do clube. Sem perspectivas de futuro, o time profissional foi rebaixado naquele ano para a Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro.

Kauan em ação com a camisa do Vitória  Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Kauan, uma das joias do Vitória, lembra estreia pelo profissional em entrevista ao Lance! (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)

Mas, enquanto o Rubro-Negro despencava, o jovem seguiu em evolução nas categorias inferiores. Segundo ele, o clube deu todo o suporte necessário, mesmo em momento delicado.

— Eu cheguei no final de 2021. Aí fui para minha primeira competição pelo Vitória, joguei bem, me destaquei. Depois entrou o ano de 2022, no sub-15, e continuei jogando bem, me destacando sempre. Agradeço muito ao Vitória por confiar no meu trabalho. Eles me dão um suporte muito legal.

— A estrutura do Vitória é muito boa. Tem café da manhã, almoço, lanche, jantar, ceia… tudo no horário certinho. E a comissão é espetacular, abraça todos os jogadores. Esteja mal ou bem, abraça do mesmo jeito — completou

Kauan, então, investiu no sonho de jogar futebol. Largou os estudos e hoje dedica sua rotina aos treinos no profissional e no Sub-20 do Vitória, que conquistou o acesso para a elite do Campeonato Brasileiro da categoria.

Foi assim, com muita dedicação, que ele realizou um sonho, no final de 2024, de treinar junto com a seleção brasileira principal, que usou as dependências do Barradão para se preparar antes do jogo contra o Uruguai, em Salvador, pelas eliminatórias.

Kauan ao lado de Raphinha e Marquinhos em treino da seleção brasileira  Foto: Redes Sociais
Kauan ao lado de Raphinha e Marquinhos em treino da seleção brasileira (Foto: Redes Sociais)

Foram só alguns momentos com a amarelinha, mas que já serviram para despertar o desejo em Kauan de representar o país em um futuro próximo.

— Fiquei muito feliz com a experiência, vendo todos aqueles jogadores de perto: Vinícius Júnior, Rafinha, Danilo e Marquinhos, que é um ídolo pra mim. Cara, fiquei muito feliz, mas nervoso também, me tremendo todo! Como é que não fica vendo esses grandes jogadores na sua frente? Foi uma experiência incrível!

— Meu primeiro objetivo é virar jogador profissional, com fé em Deus. Meu sonho também é ir para a seleção brasileira, vestir a camisa do meu país. E, claro, deixar toda a minha família bem: minha avó, minha mãe, meus pais… aí vou me sentir muito realizado — vislumbrou o atleta.

Kauan viaja com o time principal para Quito, onde o Vitória encarou a Universidad Católica, pela Sul-Americana Foto: Victor Ferreira / EC Vitória
Kauan, uma das joias entrevistadas pelo Lance!, viaja com o time principal para Quito, onde o Vitória encarou a Universidad Católica, pela Sul-Americana (Foto: Victor Ferreira / EC Vitória)

Com objetivos bem traçados e contrato renovado com o Vitória até 2028, Kauan é um dos talentos da nova geração rubro-negra que fazem o torcedor lembrar o passado próspero da Fábrica de Talentos, mas também mostram um caminho de esperança para o futuro da instituição como referência na formação de atletas.

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