Filme de terror: clima no Vasco piora diante de atrasos salariais

Semana após semana, problemas do clube se avolumam. Pagamentos de diferentes profissionais do clube estão há mais de quatro meses sem serem feitos. Há consequências

São Januário
Funcionários de São Januário e das demais sedes do Vasco vivem momento de insatisfação (Rafael Ribeiro/Vasco)

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O clima no Vasco, não por acaso ruim como as finanças do clube, está cada vez pior. Semana a semana, jogadores e funcionários escancaram cada vez mais a insatisfação com os atrasos salariais do clube, que, no caso menos problemáticos, está em três meses. Diferentes manifestações reforçam as dificuldades e o mau ambiente no clube.

Os jogadores do time profissional que viram algum salário em 2020 são os de vencimentos até R$ 50 mil, valor baixo na elite brasileira e também no Cruz-Maltino. Demais atletas estão com as quatro folhas abertas. Diante disso, a cartilha para atividades passada pela comissão técnica para o período de isolamento social já não agrada a todos.

As atividades vem sendo conduzida, de modo geral, pelos preparadores particulares de cada um. Esta semana, o Vasco divulgou um vídeo de Talles Magno fazendo atividades. Estas, contudo, são relacionadas à recuperação física do jogador, que sofreu uma fratura no pé esquerdo durante o Carnaval.

Os jogadores seguem leais ao clube. Todos já poderiam, judicialmente, deixar o clube. Mas seguem vinculados ao clube de São Januário. Direitos de imagem e salários de jogadores que estão cedidos, conforme o UOL informou, estão mais atrasados ainda.

Funcionários - quase todos de vencimentos mais próximos da média dos da população que não é atleta de alto rendimento - vem sendo, de certa forma, protegidos pelos jogadores com altos salários. Vem sendo dada prioridade ao pagamento dos salários destes profissionais.

Mas nem todos são contemplados. Já houve suspensões contratuais e demissões - estas, o clube entende que já eram necessárias antes da pandemia, para redução da folha salarial do clube. As atividades paralímpicas foram encerradas.

Como se fosse pouco, os professores do Colégio Vasco da Gama, que fica em São Januário, comunicaram greve esta semana. Eles estão com cinco meses de salários atrasados e alegam, muitos, estarem com contas de internet atrasados, impedindo de distribuir conteúdo aos alunos durante o isolamento social.

Também não pegou bem no clube a visita do presidente do clube, Alexandre Campello, ao presidente da república, Jair Bolsonaro. O mandatário cruz-maltino fez lobby pelo retorno das atividades, embora sempre diga que o Vasco só voltará aos treinos coletivos quando autorizado pelas autoridades.

A diretoria cruz-maltina, por sua vez, segue se movimentando para minimizar os atrasos nos pagamentos. Diferentes soluções estão sendo buscadas. Todos esperam que elas se confirmem.

*Reportagem atualizada às 12h45.

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