E a SAF? Entenda o que já ocorreu, o rito e as possibilidades para o futuro do Vasco

Processo que teve início no final do ano passado prevê a abertura de um CNPJ diferente antes mesmo de confirmado investir externo. Sócio deverá ser convocado duas vezes

São Januário
São Januário, estádio do Vasco, é um dos principais ativos do clube (Foto: Felippe Rocha/LANCE)

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O presidente do Vasco, Jorge Salgado, está nos Estados Unidos e pretende, de lá, voltar com propostas para a SAF (Sociedade Anônima do Futebol) do clube. Mas o processo pelo qual o Cruz-Maltino passa é mais complexo. E qual o rito que precisa ser cumprido até uma eventual venda para um investidor?

No último dezembro, estudos foram iniciados e em 31 de janeiro houve uma reunião entre a diretoria administrativa e os presidentes dos Conselhos Deliberativo e de Beneméritos. O relatório apresentava opções para o futuro do clube. Ali foi tornada pública a proposta de divisão em duas etapas para a migração à SAF.

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A primeira, que está em finalização, é a conclusão do estatuto para a SAF que propõe a criação de uma empresa pré-operacional com pequeno capital social e 100% de participação do clube. Em seguida, aí sim, a discussão sobre quais ativos vinculados ao futebol seriam aportados pelo clube na SAF para a capitalização.

A relação destes ativos e seus valores deverá receber parecer do Conselho de Beneméritos e passar por análise do Conselho Deliberativo. Em seguida, como prevê a lei, ser submetida à Assembleia Geral Extraordinária (AGE).

RAZÕES PARA A SAF
Mas por que o mandato de Jorge Salgado pretende migrar parte do clube - a associação sem fins lucrativos - para Sociedade Anônima do Futebol (SAF)? A atual diretoria entende que, dado o tamanho da dívida e da necessidade de investimento no Cruz-Maltino, a captação de recursos para operações se torna mais viável no segundo formato. O novo modelo, que atraiu os olhos do mercado aos clubes brasileiros, foi aprovado no Congresso Nacional no meio do ano passado.

Paralelamente, Salgado está nos EUA para escutar propostas. É possível que retorne com propostas. Caso elas atendam aos anseios cruz-maltinos, deverão ser igualmente levadas aos poderes do clube. De todo modo, uma nova AGE se fará necessária. Sim, é provável que o sócio participe duas vezes neste processo. Quem avalizará ou não tais operações será o sócio.

QUANDO
Quanto tempo vai demorar esse processo? É imprevisível. Mas o primeiro (para a Vasco SAF) é de prazo mais curto, embora demande o rito citado acima. Caso, durante este período, chegue à diretoria uma proposta entendida como vantajosa, tal oferta deverá ter prazo. E aí o clube precisará ser tão ágil quanto possível para que o tempo não expire.

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SÓCIO ESTATUTÁRIO X SÓCIO-TORCEDOR
Em uma eventual venda da SAF para um investidor, o sócio estatutário deverá permanecer como um associado do clube. Este Vasco, na prática desvinculado da gestão do futebol, seguirá ligado às sedes e demais modalidades - poderá, inclusive, ter outras. Já os valores pagos pelo sócio-torcedor deverão estar diretamente vinculados à SAF. Tal qual as cobranças por resultados no futebol.

No caso da venda, o objeto de pressão externa tende a mudar por completo uma vez que o clube (representado por seus dirigentes) deixará de ter a palavra final. Apenas deverão compor o conselho de administração da SAF, com o número de assentos proporcionais ao percentual da participação societária. O conselho de administração da SAF é que será responsável pelas diretrizes e contratações dos profissionais que irão trabalhar na SAF.

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