Correntes políticas se unem no Vasco e Eurico diz: ‘Pacificação histórica’

Ao lado do presidente interino Alexandre Campello, presidente do Conselho de Beneméritos e membros da pasta clamam pela união contra nova eleição no Cruz-Maltino

Vasco
Líderes políticos do Vasco se reuniram em coletiva no início da tarde desta segunda (David Nascimento/LANCE!Press)

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Esta segunda-feira foi considerada histórica por muitos nomes importantes da história do Vasco. Presidente do Conselho de Beneméritos, Eurico Miranda, ao lado do presidente interino do clube Alexandre Campello e outros beneméritos e grandes beneméritos - Luiz Manuel, Sonia Andrade, Edmilson Valentim, Roberto Monteiro, Silvio Godoy, Olavo Monteiro de Carvalho, José Carlos Osório, Sérgio Frias, Eloi Ferreira, Peralta, João Nóbrega, Denis Carrega, José Luís Moreira e Jorge Salgado -, membros de diversas correntes políticas do clube, se uniram em prol de uma pacificação no clube. Além desta união, foi ratificado o fato de serem contra a decisão judicial que anulou a última eleição do clube, marcando nova para dezembro.

- Isso é um sonho que está se tornando realidade. Eu só quero dizer que sou apenas um dos que está dentro dessa pacificação. Para mim, é o dia da maior importância. Eu acho que conseguimos passar o nosso real objetivo, mostrar que estamos pacificados internamente e que vamos pacificar na Justiça também. Hoje é um dia histórico para o Vasco. Nós temos aqui reunidos com o Vasco absolutamente pacificado. Estou aqui com as grandes lideranças do Vasco demonstrando que o clube está pacificado. Estou aqui como presidente do Conselho de Beneméritos participando dessa pacificação. O objetivo hoje, claro, é dar uma demonstração de que o Vasco está pacificado internamente. E agora vamos tentar pacificar na Justiça - afirmou Eurico Miranda, sendo ratificado por Alexandre Campello:

- Como foi dito pelo Eurico Miranda, hoje é um dia histórico no Vasco. Ouço há mais de 30 anos que o Vasco unido seria ainda maior, mas não imaginava que fosse presenciar um dia como esse. Essa pacificação vem em um momento de grande dificuldade do clube. E o Vasco é caracterizado por se unir diante das adversidades. Foi assim na construção do estádio, foi assim quando aceitamos os negros e operários. E está sendo assim nos dias de hoje. Dias em que o Vasco está vivendo enormes dificuldades, abismo, e tendo oportunidade de virar essa chave. É importante que as pessoas se dispam das suas vaidades. Para o Vasco era fundamental deixar as diferenças de lado. O que eu quero fazer aqui é proclamar a todos esses que ainda não se uniram que se dispam também da vaidade. Que possamos juntos fazer o futuro do clube. E que se encerre essa briga judicial, para que os problemas sejam discutidos dentro do clube.

Não houveram representantes do grupo "Sempre Vasco", liderado pelo conselheiro interino Julio Brant, presentes na reunião. Alexandre Campello deixou em aberta a possibilidade de conversa. Há recursos em segunda instância na Justiça contra a decisão liminar, a serem julgados pela desembargadora Márcia Ferreira Alvarenga, da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, responsável no início do ano por invalidar a urna 7.

DECLARAÇÕES DOS DEMAIS BENEMÉRITOS NA COLETIVA

Olavo: "Temos de servir de exemplo para todos aqui no Vasco se unam, sem nada político. Temos de trabalhar e pensar no grande"

Godoy: "Chance de salvar o Vasco de uma situação triste. Vamos nos unir"

Roberto Monteiro: "A decisão da Justiça chega em um momento ruim para o Vasco. É um momento muito delicado. Nos unimos. Vamos unir forças contra esta decisão que pode levar o Vasco para a segunda divisão. Os problemas do Vasco têm de se resolvidos dentro do Vasco"

Luis Fernandes: "As lideranças do Vasco aqui reunidas estavam na última eleição em diferentes chapas. Temos de destacar. A decisão pode inviabilizar o clube e principalmente o futebol que quer evitar o rebaixamento no Brasileiro. A antecipação da eleição paralisa a administração e pode gerar a qualquer chapa vencedora administrar um clube rebaixado"

José Luís Moreira: "Peço para os vascaínos deixarem a vaidade de lado para irmos em um caminho só: tirar o Vasco desta situação"

Jorge Salgado: "Nossa situação é gravíssima. Estamos passando por dificuldades financeiras. A liminar da juíza veio em hora imprópria"

Sonia Andrade: "Eu vou dirigir minha fala para a Justiça. A decisão sem contraditório me deixa preocupada. Isso gera a insegurança jurídica. Imaginem as pessoas que vão ficar sem salário? Pessoas que têm a responsabilidade de alimentar outras pessoas?"

Sérgio Frias: "É um momento histórico com várias frentes políticas reunidas na mesa. De fato temos de nos unir"

Denis Carrega: "Todas as vezes que o Vasco precisou dos vascaínos nós nos unimos. É a hora de se unir e pensar só no clube"

Eloi: "O Vasco nunca fugiu dos desafios. Este momento é histórico. O Judiciário vendo todas as forças políticas hoje aqui irá reformar a decisão"

João Nóbrega: "Este momento é de união para o Vasco"

OUTROS TÓPICOS TRATADOS POR ALEXANDRE CAMPELLO NA COLETIVA

- sobre se balanço entregue por Eurico Miranda na semana passada terá validade ou será mantido o feito pela atual gestão:
"Estamos aqui para falar da pacificação, conseguir uma mediação, um equilíbrio dessas vontades dos mais variados grupos. Essa questão é uma questão do Conselho Fiscal e não cabe mais a Diretoria Administrativa"

- sobre efeitos da decisão liminar:
"Como vocês já devem ter visto, na decisão liminar a juíza coloca que todos os atos dessa gestão poderão ser ratificados ou não, por quem for eleito e assumir a partir de dezembro. Então, a partir desse momento ninguém assina qualquer contrato com o Vasco. Nós demonstramos anteriormente que existia uma programação financeira e que necessitávamos esse empréstimo para concluir 2018. Com a decisão do Conselho de postergar, hoje o clube não tem recursos para chegar a dezembro"

- sobre planejamento para 2019 com a decisão liminar:
"Naturalmente, já se começa a pensar 2019. Em menos de um mês, você já tem de pensar 2019. Quem renova com o Vasco? Quem não renova? Como traz novos jogadores, se não existe legitimidade nos seus atos? Eu tenho definido essa pacificação desde o início, mas ela não seria possível se não tivesse boa vontade de todos. Acho que essa dificuldade que nos uniu. A situação caótica foi o ponto de partida. A ação do Eurico foi fundamental"

- sobre busca por outras alternativas financeiras:
"Não estamos parados, trabalhando para procurar alternativas, embora com muitas dificuldades. Com certeza, a direção está trabalhando muito para que o futebol continue funcionando com salários em dia e todas as condições. Essa é uma mensagem para todos os vascaínos, inclusive para a Sempre Vasco. Volto a dizer: esse é o momento em que precisamos colocar o Vasco em primeiro plano e estamos abertos a conversar"

> Assista a seguir o grito de "Casaca" que encerrou a coletiva na Lagoa!

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