União de fatores causou acidente fatal de Villeneuve

Como em todo acidente fatal, vários fatores causaram a tragédia que vitimou Gilles Villeneuve. A começar pelo estado de espírito do canadense antes do GP da Bélgica.

Villeneuve chegou a Zolder ainda inconformado pela perda da vitória duas semanas antes em San Marino. Ele liderava, seguido pelo companheiro Didier Pironi, e a Ferrari ordenou que os dois pilotos reduzissem para evitar um acidente que jogasse no lixo a dobradinha. Pironi não respeitou, passou o canadense e venceu. No pódio, Gilles não estourou o champanhe e criticou Didier, com quem nunca mais falaria. Portanto, mais do que nunca, ele queria bater o francês a qualquer custo.

Nos treinos, Villeneuve como sempre forçou, mas ainda estava atrás de Pironi. Na época, havia pneus de classificação, que duravam uma ou (raramente) duas voltas, e Gilles estava na segunda volta lançada com este jogo quando bateu em Jochen Mass.

Chefe da Ferrari, Mauro Forghieri disse que ele deveria voltar aos boxes, mas era provável que Villeneuve estivesse tentando o impossível - de novo - e arriscando mais uma tentativa de superar o novo desafeto.

Mass, por sua vez, contribuiu com a tragédia por estar lento demais numa zona de alta velocidade e por ter mudado de trajetória quando Villeneuve já havia alterado a sua.

Houve ainda quem aventasse a possibilidade de um acelerador preso ter impedido Villeneuve de reduzir a velocidade antes da colisão, mas isso nunca foi comprovado.

Comprovada, sim, foi a fragilidade do carro da Ferrari, que perdeu toda a seção dianteira e ainda teve o banco desprendido do chassis, o que fez Villeneuve ser atirado longe.

Certo é que Villeneuve era candidato sério ao título de 1982, já que Pironi, seis provas mais tarde, na Alemanha, liderava a tabela quando também teve um grave acidente que o afastou da F-1 definitivamente.