Receita do Timão contra o Emelec: ser frio e calculista

Apesar de o inverno ainda não ter chegado, a previsão é de gelo para o Pacaembu nesta noite. Ao menos no sentido comportamental da equipe corintiana.

É o que espera a comissão técnica diante do Emelec (ECU), em decisão de uma vaga para as quartas de final da Libertadores. Afinal, desde a disputa do Brasileirão do ano passado (veja alguns exemplos ao lado), é o que Tite cobra para os momentos de decisão: bola no chão, valorização da posse, tranquilidade e frieza para as jogadas.

Esqueça o nervosismo visto em Guaiaquil (ECU), quando os alvinegros receberam sete cartões amarelos e um vermelho do árbitro José Buitrago e ainda reclamaram muito do estilo caseiro de apitar.

Com concentração, entrosamento e jogadores rodados, o Timão quer deixar para trás o "fantasma" das eliminações nas oitavas do torneio. Das últimas quatro participações, em três foi caiu justo nessa fase: 2010, 2006 e 2003 – em 2011, foi despachado ainda na primeira fase, contra o Tolima (COL).

– O grupo tem jogadores experientes, que além de já terem jogado fora do país, já participaram várias vezes dessa competição, assim como o nosso treinador. Talvez, dentro do nosso grupo, tenha muitos jogadores que possam decidir partidas decisivas como essa – destacou o atacante Emerson Sheik.

Partida que, se acontecer como vem sendo esperada, será de um time no ataque (Corinthians) contra outro bem fechado e à espera de contra-ataques (Emelec). Até por conta disso, a paciência e a frieza serão sentimentos fundamentais para serem levados a campo.

– Tite conseguiu trabalhar bem a semana. Tem de ir tranquilo para o jogo, não adianta colocar tudo isso na cabeça. Tem de jogar como se fosse uma final, pois de fato é uma final. E, passando dessa, teremos outras finais. O Corinthians tem o grupo muito forte e competitivo. Temos tudo para sair classificados – completou o atacante.

Maduro, o Timão tenta dar outro passo em direção ao título inédito. Receita que tem dado certo, já que vem de sete jogos de invencibilidade na competição continental.

ALGUNS EXEMPLOS:

São Paulo 0x0 Corinthians: equipe chegou pressionada no clássico com as confusões de Chicão e Adriano, pela possibilidade de o rival abrir cinco pontos de vantagem na ponta do Brasileirão, além da derrota para o Santos três dias antes. A equipe foi fria, segurou o empate e o líder e, três dias depois, ultrapassou o líder.

Corinthians 2x1 Atlético-MG: equipe saiu atrás, mas não se desesperou e foi buscar a vitória.

Internacional 1x1 Corinthians: equipe teve cabeça para não se perder em campo, mesmo com a derrota e um jogador a menos. E foi buscar o empate no fim, com gol de falta de Alex.

Corinthians 2x1 Palmeiras: mesmo atras no placar, tranquilizou-se no intervalo, voltou melhor do que o rival e virou o placar em seis minutos.