Protesto da torcida marca início das eleições no Cruzeiro

As eleições no Cruzeiro começaram por volta das 19h, desta segunda-feira, na sede do clube, no Barro Preto. Devido ao mau momento no Campeonato Brasileiro - A Raposa é a 16ª colocada com 29 pontos -, cerca de cem torcedores estiveram presentes no local para protestar de forma pacífica. O principal alvo da ira da torcida era o presidente Zezé Perrella, que encerra seu mandato no fim de dezembro. O conselho deliberativo da Raposa também foi questionado pelos cruzeirenses com os seguintes dizeres: “Conselho omisso, queremos compromisso”.

Candidato ao cargo de vice-presidente na chapa da oposição “Juntos somos mais fortes”, encabeçada por Alberto Rodrigues, Antônio Claret afirmou que não considera que a insatisfação do torcedor com o atual presidente, que apoia Gilvan de Pinho Tavares, possa influenciar no resultado das eleições. Afinal, a decisão está nas mãos dos conselheiros.

- A nossa grande preocupação era de mobilizar o Conselho. Pois sabemos que é ele que elege o novo presidente. O exercício da democracia é isso. Nenhum torcedor está satisfeito com o atual momento do clube. Todos estamos muito preocupados. O fundamental é que depois da eleição estejamos todos juntos em prol do Cruzeiro – disse Claret.

O advogado e atual vice-presidente celeste, Gilvan de Pinho Tavares, criticou a data escolhida para o protesto da torcida e insinuou que a manifestação era orquestrada pela oposição cruzeirense.

- Acho que isso não deveria estar acontecendo, pois não tem nada a ver com a eleição de hoje. São torcedores convocados pelo outro candidato (Alberto Rodrigues) que tem uma eleição (para vereador) ano que vem e precisa de votos da torcida. Ele fez uma campanha muito mais centrada no voto dos torcedores do que dos conselheiros. Vocês vão ver no resultado da eleição que os conselheiros conhecem e sabem o que é melhor para o clube. Eles vão com certeza prestigiar nossa chapa e me eleger como presidente do Cruzeiro – afirmou o candidato.

Por outro lado, a torcida da Raposa garantia que o protesto não tinha relação com a política e não apoiava nenhum candidato específico.

- O protesto não é em apoio a ninguém. Nos só queremos ver o Cruzeiro onde sempre esteve, brigando por títulos, e não que seja apenas um trampolim. Antigamente vendíamos jogadores e colocávamos outros de qualidade no lugar. O protesto é contra o momento atual do time – destacou o torcedor Carlos Alberto de Oliveira.

Apesar do discurso ter sido diferente, Gilvan foi xingado em coro pelos torcedores e uma camisa da sua chapa foi queimada no protesto.