Porta-bandeira da Eritreia pede asilo político no Reino Unido
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O corredor Weynay Gebrselassie, porta-bandeira da Eritreia nos Jogos Olímpicos de Londres, pediu asilo político no Reino Unido para evitar voltar ao seu país, informou nesta quarta-feira o jornal britânico "The Guardian".
Gebrselassie, de 18 anos, terminou a prova dos três mil metros rasos no décimo lugar. O atleta tomou a decisão de pedir asilo no domingo, quando seus onze companheiros de equipe assistiam à maratona masculina. Sem se despedir, Gebrselassie deixou a Vila Olímpica de Stratford, em Londres, e não retornou.
Ele é o quarto atleta da Eritréia a pedir asilo no Reino Unido.
- No mês passado, quando competi na Espanha, recuperei alguma esperança de que as condições no meu país melhorariam, mas parece que só piora - contou o atleta ao jornal.
O visto concedido pelas autoridades do Reino Unido aos atletas expira em novembro, mas Gebrselassie assegurou hoje que se encontra em negociações com responsáveis da Agência de Fronteiras britânica.
Embora o número estimado de atletas que desapareceram após os Jogos seja de seis, o corredor eritreu é o primeiro a anunciar publicamente suas intenções e motivos para não retornar ao seu país.
Sua companheira de equipe, a atleta Rehaset Mehari, também pediu asilo ao Reino Unido, mas evitou falar com a imprensa por medo de que o governo de seu país faça represálias contra sua família.
- Há razões para nos preocuparmos por nossas famílias porque o regime é imprevisível e é provável que interpretem minha decisão como uma traição - afirmou Gebrselassie, quem teme uma multa ou a prisão de algum de seus parentes.
O corredor denunciou as péssimas condições de vida de seus compatriotas, torturas, trabalho ilegal forçado e o serviço militar obrigatório e indefinido que ocorrem na Eritreia, que está em conflito com a Etiópia.
Issaias Afewerki lidera o governo de transição da Eritréia com um regime unipartidarista que mantém um severo controle sobre o país de cinco milhões de habitantes.
Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de 36 mil pessoas abandonaram a Eritréia em 2011.
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