Pai dos irmãos Boateng fala sobre o duelo entre Schalke e Bayern
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A grande atração do jogo entre Schalke 04 e Bayern de Munique, neste sábado, válido pela sexta rodada do Campeonato Alemão, não está no encontro entre dois dos maiores clubes do país. A partida marcará o novo capítulo nos confrontos entre os irmãos Boateng.
Kevin-Prince, da equipe de Gelsenkirchen, e Jérôme, do atual campeão alemão, já jogaram juntos, brigaram e há pouco tempo retomaram a boa relação fraterna. E como fica o coração de pai? Em entrevista exclusiva ao LANCE!Net, Prince Boateng afirmou apenas esperar que o melhor saia vencedor do confronto familiar.
– Acho que todo pai já viu um filho jogar contra o outro. Isso é muito normal. Quando a Alemanha jogou contra Gana na Copa do Mundo, não torci por nenhum dos lados. Sempre vou achar que a melhor equipe deve vencer... Só ficaria chateado com alguma injustiça com eles – declarou.
Prince Boateng, que é ganense e desembarcou na Alemanha na década de 80, afirma que os dois filhos têm características africanas e germânicas (suas mães são alemães).
– Ambos têm um lado assumidamente africano e outro alemão. O lado africano de Jérôme é a sua flexibilidade, sua sensibilidade. O de Kevin-Prince é sua capacidade de improviso, sua criatividade. Já a veia alemã de Jérôme é a pontualidade. Kevin é determinado – afirmou.
Apesar do orgulho de ambos os filhos, a relação com Kevin-Prince nem sempre foi muito próxima (veja mais abaixo). Com o meia-atacante atuando na Alemanha novamente, Prince Boateng espera estreitar os laços entre ambos:
– Perdi o contato com Kevin-Prince quando ele foi para a Inglaterra em 2007. Espero que a volta dele para a Alemanha ajude a nos reaproximar. Nós estamos mais maduros.
BATE-BOLA
Prince Boateng
Pai de Kevin-Prince e Jérôme
Quando eles eram pequenos, você imaginava que virassem jogadores de futebol?
Para falar a verdade, não. O que sempre foi importante para mim é que eles passassem o maior tempo possível juntos. Eu treinava os dois quando eles ainda eram meninos. Eles começaram a gostar e a esperar por isso, por esse tempo que a gente passava junto.
Como foi o início?
O Jerome começou no Tennis Borussia Berlin, onde marcou cinco gols em seu primeiro jogo. Em 2002, ele mudou para o Hertha, onde o Kevin-Prince já estava jogando. Os treinadores achavam que eram os jogadores mais talentosos que já tinha jogado no clube.
Você lembra da estreia deles na seleção?
Lembro bem da estreia do Jérôme na seleção alemã em 2009, como titular nas eliminatórias da Copa do Mundo contra a Rússia. Assisti ao jogo na televisão no apartamento dele, com lágrimas nos olhos. Pouco antes do intervalo, ele recebeu um cartão amarelo por causa de uma falta perto da área. No segundo tempo, Jérôme derrubou um jogador russo e foi levou o cartão vermelho. Ele se sacrificou pela Alemanha. Não é desculpa. Ele não é vaidoso. Mas começou a correr um pouco tarde demais e sua única opção era a cometer a falta, ou então o russo teria corrido em direção à meta sozinho. Mas quebrou meu coração vê-lo expulso.
Do Kevin você lembra?
Lembro de sua saída, em 2009, e do porque ele acabou indo para Gana. Foi na Euro Sub-21 na Suécia, quando a equipe foi para o campo de treinamento em Tegernsee, perto de Munique, ainda faltava um jogador ser cortado e que a decisão seria dos próprios membros de equipe. Na época, os jogadores que estavam lá teriam dito que o Kevin foi escolhido, porque ele se atrasava às reuniões e não dava duro nos treinamentos. Uma injustiça. Quando Kevin descobriu, ele chorou muito. Seu meio-irmão tentou consolá-lo. A Alemanha ganhou o campeonato e Jérôme foi o destaque num time que tinha Özil, Khedira e Neuer.
Você ainda visita Gana?
Visito Gana duas ou três vezes por ano. Acabei de construir uma casa em Acra. Uma casa grande. A casa é para meus filhos, e meus netos (risos). Quem sabe um dia eles possam crescer por lá e conhecer o país de seu avô.
Independente da torcida, o Bayern é um time muito mais forte, é o campeão da Bundesliga e campeão europeu, o time a ser batido. O senhor arrisca um palpite?
O Bayern é favorito sempre, em qualquer circunstância é um time que disputa para vencer. Mas acho que o time atual ainda não está no mesmo nível daquele do ano passado. O Schalke mostrou que pode jogar muito bem diante de sua torcida. Só um time muito compacto, muito engajado consegue vencer o Bayern. Mas vence!
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