Oscar Schmidt : 'O Magnano merece uma estátua'

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Lenda do basquete mundial, Oscar Schmidt se despediu dos Jogos Olímpicos em Atlanta-1996, a última vez em que a Seleção Brasileira disputou o evento. Dezesseis anos depois, o Brasil vai voltar aos Jogos em Londres-2012 e o Mão Santa só lamentou o fato de não estar em Mar del Plata, na Argentina, ao lado dos jogadores que obtiveram o feito. Com muitos elogios aos atletas, o ex-jogador afirmou que o técnico argentino Rubén Magnano merece uma estátua.
- O cara é um fenômeno, sabe muito de basquete e seu único defeito é ser argentino (risos). Não sei porque ele não é o treinador da seleção da Argentina. Ele aceitou o desafio de treinar o Brasil e trouxe um trabalho sério. Implantou uma nova filosofia de jogo com o qual o brasileiro não está acostumado, em que cada um joga um pouco, em que é preciso trabalhar a bola. E tomou atitudes importantes como proibir o microfone durante o pedido de tempo - disse Oscar.
O Mão Santa também fez questão de frisar a importância do trabalho fora de quadra. Segundo ele, a nova gestão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), com a presidência de Carlos Nunes, também colaborou no êxito no Pré-Olímpico. Na opinião do ex-jogador, a entidade está "fazendo quase tudo certo":
- Vejo com satisfação o trabalho. É claro que ainda precisamos melhorar algumas coisas, sobretudo na questão política, mas no quesito ambiente de basquete eles estão acertando. Chancelaram a criação da Liga Nacional de Basquete, colocaram a Hortência e o Vanderlei no comando das equipes feminina e masculina, mudaram o estatuto impedindo que uma dirigente fique muito tempo no poder. E tem gente que vai reclamar da contratação de técnico estrangeiro, mas foi o Magnano quem nos trouxe de volta aos Jogos Olímpicos.
Emocionado, Oscar disse que ficou tenso durante toda a partida. E que procurou jogar junto em casa. Ele somente lamentou o fato de não poder estar junto dos atletas. Principalmente daqueles que o Mão Santa considerou como os principais responsáveis pelo bom desempenho do Brasil nas partidas decisivas: Marcelinho Huertas, Marcelinho Machado e Rafael Hettsheimeir.
- A pressão, muitas vezes, prejudica o trabalho. E eu sei o que esses jogadores sofreram e também conheço a emoção de conquistar uma vaga olímpica. Fiquei muito emocionado após a vitória e mostramos que temos o melhor time do Pré-Olímpico. E descobrimos um líder dentro de quadra. O Marcelinho Huertas é um armador que lidera, que organiza, conversa com os meninos o tempo todo. Eles merecem essa vaga e fico muito feliz pelo Marcelinho Machado poder realizar o sonho de disputar uma Olimpíada - afirmou Oscar.
Com tantos elogios ao grupo de Mar del Plata, o Mão Santa defendeu que essa tem de ser a equipe em Londres. E que não há vaga para Nenê e Leandrinho. O primeiro pediu para não jogar por motivos pessoais. O segundo alegou uma lesão no punho para também ficar fora da competição.
- Não tenho poder para decidir, mas eu não levaria nenhum dos dois. Seria muito injusto com os meninos que sofreram e lutaram pela vaga. Em 1995, meu amigo Ary Vidal cortou o Israel e o Maury para levar dois reservas para Atlanta. E eu falei para ele que isso era errado. Eu só levaria o Anderson Varejão porque ele queria jogar o Pré-Olímpico, se apresentou e ficou junto da equipe. Só não foi porque realmente estava muito machucado - disse Oscar que, em Atlanta, disputou sua quinta e última Olimpíada.
No dia 3 de agosto de 1996, o Mão Santa se despediu dos Jogos Olímpicos com uma derrota para a Grécia e o sexto lugar na competição. Agora que o Brasil voltará aos Jogos, ele acredita ser possível brigar por uma medalha. Na história do evento, o país soma três bronzes.
- Claro que temos condições de brigar por uma medalha. A equipe está em ascensão e mostrou ter espírito vencedor. O basquete nos EUA ainda é muito diferente, mas no restante do mundo está bem parecido, com esse estilo de trabalhar a bola. Vamos para Londres com chances sim - finalizou o ex-jogador.
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