Multicampeão, Barcelona aproveita Mundial de Clubes para faturar

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O Barcelona é o primeiro clube europeu que tratou o Mundial de Clubes com um olhar diferente da maioria. Se antes o torneio significava perda de tempo graças aos longos deslocamentos em plena temporada, agora pode tornar-se um meio de faturar com a marca e abrir novos mercados consumidores, mesmo com a premiação bem abaixo da Liga dos Campeões (R$ 123,6 milhões contra R$ 9,2 milhões oferecidos pela Fifa).
No Japão, os jogadores do Barcelona são tratados como super-heróis. Cada gol de Messi, passe de Iniesta ou lançamento de Xavi é mais uma camisa azul-grená vendida. As partidas são ícones de entretenimento. A imagem carismática, somada aos fatores técnicos, fortalecem ainda mais o clube do outro lado do mundo e não deixam dúvidas do potencial mercadológico dos catalães.
– Na prática, o resultado não interfere na vida financeira do clube. Para o torcedor, o ano acaba com a Liga dos Campeões. Mas como o Barcelona tem um projeto de globalização muito grande, a competição abre muitas portas e afeta o interesse – explica Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo.
MOURINHO DESDENHOU O MUNDIAL
Campeã da Liga dos Campeões no ano passado, a Inter de Milão tentou convencer o técnico José Mourinho a ficar no clube para
vencer o Mundial de Clubes, disputado em dezembro do ano passado, nos Emirados Árabes. No entanto, o português, na primeira
entrevista como grande vencedor da competição, jogou um balde de água fria nas pretensões do presidente Massimo Moratti.
Mourinho entendeu que já havia conquistado tudo pelo clube italiano (uma Liga dos Campeões, dois Italianos e uma Copas da Itália). Dias depois, acertou a transferência para o Real Madrid.
A Inter viajou com Rafael Benítez e levou o caneco, porém, o treinador não conseguiu seguir no cargo apesar da conquista.
COM A PALAVRA:
Esteve Calzada - diretor da Premier Time Sport e ex-diretor de marketing do Barcelona
O Japão é um mercado muito atrativo para os clubes. O próprio Barcelona já tem um plano internacional feito no país com disponibilidade de conteúdo das novas mídias digitais.
Claro que o efeito de marketing de vencer a Liga dos Campeões é maior do que o Mundial de Clubes. Mas discordo que os europeus foram reticentes com a competição nos anos anteriores. Em 2006, fomos ao Japão para derrotar o Inter. É um título que confere prestígio à temporada. Um atrativo econômico seria interessante, mas a questão primordial é adequar o calendário. O formato desse novo torneio dificulta os clubes.
BATE-BOLA:
Amir Somoggi - Diretor da área Esporte Total da empresa BDO ao LANCE!
L: Quais são os fatores que explicam o tamanho do interesse do Barcelona pela edição deste ano do Mundial de Clubes?
- A estratégia do departamento de marketing do clube está pautada no fortalecimento global, no número de seguidores do Facebook, na enorme audiência televisiva e na venda de produtos licenciados.
L: Depois do Barça-2011, a Europa pode olhar o Mundial de Clubes com menos indiferença?
- Depende da Fifa. Comparando com a Liga dos Campeões, a premiação é irrisória. O exemplo do Barça mostra que a entidade precisa estudar o torneio e torná-lo mais empolgante. Falta pescar a atenção dos clubes, analisar a questão do calendário. Quem fortalece o Mundial são os europeus.
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