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Marco Antônio Teixeira: 'Del Nero não quer disputa em 2014'

Membros do teatro West End, em Londres, celebram 100 dias para a Olimpíada (Foto: EFE/Tal Cohen)
imagem cameraMembros do teatro West End, em Londres, celebram 100 dias para a Olimpíada (Foto: EFE/Tal Cohen)
Dia 28/10/2015
05:20

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Durante a maior parte do governo na CBF, Ricardo Teixeira teve como braço-direito o tio Marco Antônio, ex-diretor administrativo, secretário-geral e uma espécie de diretor de Seleções informal. Tio e sobrinho se afastaram em 2007, mas Marco Antônio ficou no cargo até pouco antes da saída do presidente.

Marco Antônio saiu brigado com Teixeira por discordar do que chama de "golpe". Diz que o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, por meio do presidente José Maria Marin, está tramando tomar o poder na CBF sem disputa eleitoral real. E que está retaliando os que discordam dele.

LANCENET!: Como vê a atual situação política da CBF?
Marco Antônio Teixeira: Rubens Lopes (Ferj) tem razão quando fala que houve um golpe. A história mostra isso. Na eleição de 2007, o vice da região Centro-Sul deveria vir do Rio. O Del Nero (FPF) pediu ao Rubens que ele deixasse pôr (José Maria) Marin, dizendo que era sua última chance, pela idade. Por isso, Marin jamais poderia ter assumido o lugar do presidente Ricardo Teixeira.

L!: E na disputa pelo lugar do Marin, pela vice-presidência?
M.A.T: O Rubens decidiu fazer uma homenagem ao Zagallo ao indicá-lo como vice-presidente da CBF. E novamente o Del Nero quebrou o acordo. Agora me diga, se o Del Nero, já membro da Conmebol, da Fifa e presidente da FPF, para que ele quereria ser vice da CBF?

L!: Para quê?
M.A.T.: Del Nero quer ser presidente da CBF, é claro. Dizem que já acertou para que o Marin renuncie antes do fim do mandato, para que ele tome posse – isso, caso seja mesmo eleito vice – e assim dispute a eleição de 2014 como presidente.

L!: O que acha disso?
M.A.T.: É outro golpe. Del Nero quer evitar que haja disputa em 2014. A mudança estatutária foi para isso. Quem ganhar em 2014 vai ter de esperar um ano para tomar posse. Cria-se um constrangimento.

L!: Ricardo Teixeira sabia disso, participou disso?
M.A.T.: Claro. Afinal foi ele que fez as mudanças estatutárias. E essa articulação vem de quase um ano atrás. Nas últimas semanas, Ricardo Teixeira praticamente só falava com Marco Polo Del Nero.

L!: Você falou com seu sobrinho após ele ir para os EUA?
M.A.T.: Não, nunca falei. Já não nos falávamos antes. Ficamos afastamos desde o episódio de Weggis (concentração da Seleção para a Copa de 2006, definida por Marco Antônio, que acabou levando a culpa pelas indisciplinas cometidas ali).

L!: Você foi injustiçado?
M.A.T.: Foram decisões tomadas em grupo. Aliás, o Del Nero foi o chefe da delegação e nada fez.

L!: Por que Teixeira saiu?
M.A.T.: Por vários motivos. Saúde, questões internacionais... Também porque se cercou de pessoas erradas. Só falava com pessoas que nunca divergiam dele. Sem ouvir críticas, fez muita bobagem, como aquela entrevista para a "Piauí". Ele fez o contrário do que nos cobrava nas reuniões de diretoria. Sempre dizia "nunca falem além do necessário".

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