Judoca Ketleyn Quadros dá golpe na má fase

O ano de 2011 tem sido de renascimento para a judoca Ketleyn Quadros, da categoria até 57 kg. Nesta quinta-feira, embora tenha perdido a decisão dos Jogos Mundiais Militares, no Rio de Janeiro, para a chinesa Hui Wang, a atleta comemorou a prata que, segundo ela, veio para manter os bons resultados no ano até agora. Conquistas que servem para a atleta esquecer os dois últimos anos.

– Estou no caminho certo. A medalha mostra que minha preparação está dando certo, pois estou obtendo bons resultados. Gostei da minha melhora – afirmou Ketleyn.

Depois de fazer história na Olimpíada de Pequim-2008 ao conseguir a primeira e única medalha (bronze) do judô feminino até hoje, e o primeiro pódio individual do esporte feminino brasileiro em Jogos Olímpicos, a atleta viveu um inferno astral. Além de conviver com lesões, não soube lidar com as cobranças que surgiram após o feito.

– Foi uma fase que acabou durando muito tempo. Não houve deslumbramento ou salto alto. O que houve foi o aumento da cobrança e isso me incomodou bastante. Demorei a me adaptar e isso afetou meus treinos e competições. Até hoje eu não tenho a dimensão da medalha que ganhei – disse ela.

Três anos depois de Pequim, Ketleyn se diz mais experiente e pronta para lidar com altos e baixos. Para ela, as derrotas serviram de lição, e o mais importante foi não desistir, apesar das dificuldades.

Para chegar à final, Ketleyn teve de passar por Sabrina Filzmoser, para quem havia perdido duas vezes: na Copa do Mundo de Paris-2008, e no Grand Slam do Rio de Janeiro-2009. A austríaca é hexacampeã militar e dona de duas medalhas de bronze em Mundiais civis.

O sonho de Ketleyn, agora, é disputar a Olimpíada de Londres-2012. Para tanto, terá de superar Rafaela Silva no ranking mundial. Atualmente, Ketleyn é a 25 colocada, com 364 pontos, enquanto Rafaela é a 7, com 756 pontos.

– Ainda dá para ganhar a vaga. Estou preocupada somente comigo e os resultados vão fluir naturalmente – finalizou a judoca.

Resultados de Ketleyn depois de Pequim:

Em 2009
Disputou três torneios internacionais. Nas Copas do Mundo de Madri e Belo Horizonte, não ganhou medalha. Em torneio amistoso no Canadá, foi prata. No Grand Slam do Rio, perdeu na primeira luta. No cenário internacional, foram 11 lutas e apenas três vitórias.

Em 2010
Foi campeã nos Jogos Sul-Americanos, e vice na Copa do Mundo de Miami. Não lutou o Grand Slam do Rio pois estava machucada. No cenário internacional, foram 13 lutas, com seis vitórias.

Em 2011
Foi prata na Copa do Mundo de Oberwart, na Áustria, campeã da Copa de Madri, vice da Copa de Lisboa e bronze na Copa de São Paulo. Não ganhou medalha no Grand Slam do Rio.