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‘Herói’ do hóquei sobre a grama acredita que Brasil pode conseguir medalha

Dia 01/03/2016
00:25

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Rodrigo Faustino literalmente agarrou a inédita vaga do hóquei sobre grama brasileiro para uma Olimpíada. A Seleção desembarcou em Toronto com o sonho de chegar na sexta posição, que asseguraria a sua classificação para Rio-2016, mas foi mais longe. Após bater os Estados Unidos nas quartas de final, com grande atuação de Faustino, o Brasil selou a vaga olímpica e disputará nesta quinta-feira a semifinal contra o Canadá, às 20h30, sonhando com uma, até então, “medalha impossível”.

– Não temos nada a perder, temos nosso objetivo principal feito. Se a gente jogar como jogou contra os Estados Unidos, focados os 60 minutos, com muita marcação, eu acredito que dá complicar bastante a vida deles. Se não for possível ganhar, ainda temos a disputa do bronze. Agora a gente quer, mais do que nunca, sabendo que dá, buscar uma medalha – afirmou Rodrigo Faustino, em entrevista exclusiva ao LANCE!.

A arrancada do hóquei sobre grama neste Pan foi surpreendente. A Seleção tomou 9 a 1 dos canadenses na estreia, conseguiu ganhar do México por 1 a 0 e perdeu para o Chile por 3 a 1. Depois, bateu os EUA e está na semifinal.

– A gente não tinha feito uma boa partida no Pan. Só ganhamos no sufoco. Conversamos entre nós que era a maior chance de nossa história para chegar no objetivo. Entramos confiantes contra os Estados Unidos e foi lindo. Em todas partidas que ganhamos, falamos antes com a psicóloga do COB, ela é pé quente, nossa talismã – brinca o goleiro.

O sabor da vitória foi ainda maior para Faustino, que começou no esporte em 2004, aos 16 anos. Após o jogo contra os americanos empatar em 1 a 1, o goleiro defendeu dois pênaltis e foi o herói da classificação para a Rio-2016.

– No último pênalti, eu defendi a bola e achei que ainda tinha mais. Eu sempre perco noção de quantos faltam. A gente fez dois, três, eu não lembrava. Eu só vi que tinha acabado quando o pessoal correu pra cima de mim. Uma felicidade indescritível, estávamos na Olimpíada - finaliza.

BATE-BOLA COM RODRIGO FAUSTINO

O que esperar para Rio-2016?
São seleções fortes, com ligas fortes, que jogam o esporte há quase cem anos. Para a gente vai ser mais difícil, tem que fazer corrida de recuperação. Será difícil igualar, mas a gente já está acostumado, temos um ano para evoluir, assim como fizemos no Pan, e estaremos preparados com certeza.

Como foi ser o herói?
Não me considero um herói, todos fomos bem. Eu estava preparado nos pênaltis, tinha estudado todos os batedores dos Estados Unidos. Na preleção, até tomei esporro do técnico (Claudio Rocha) porque estava no celular, mas estava vendo onde eles bateriam. Eu estava engasgado com os americanos porque fizemos um amistoso antes do Pan-Americano e não tinha pegado pênalti.

E no vestiário após a vitória?
Foi um clima inexplicável, muita alegria. Tinha que fazer banheira de gelo depois do jogo, jogamos treinador, jogamos staff, me joguei com a roupa de goleiro, foi uma coisa inacreditável. Depois também a gente não parava de cantar, botava música, se abraçava, não dava para acreditar.

COM A PALAVRA - MARIA NATALIA, MÃE DE RODRIGO FAUSTINO

'Eu já abriguei muitos desses meninos da Seleção em casa. Eles dormiam aqui quando vinham treinar, eu até fazia brigadeiro de panela para eles. Costurei e descosturei aquela roupa de goleiro muitas vezes. Antes, quando o Rodrigo era goleiro de futsal, eu já era cliente de todas clínicas ortopédicas. Ele já até quebrou o maxilar. Quando eu vi o hóquei, fiquei feliz, porque tem proteção, tem o capacete, mas aquela bolinha sempre acha um lugar para entrar, então sempre fico com medo. Tínhamos certeza que ele brilharia de novo, foi uma grande festa em casa. Vamos pro Rio!'

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