No fogo cruzado do Verdão, atletas tentam superar crise
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Quem trabalha diretamente com comissão técnica, diretoria e jogadores avalia a crise política atual como uma das mais complicadas, pelo menos, dos últimos cinco anos. O diagnóstico é dado porque Luiz Felipe Scolari, ídolo e personalidade de peso, tem papel ativo nos conflitos da Academia.
Ao imaginar um protesto da Mancha Alviverde supostamente orquestrado pelo vice Roberto Frizzo, Felipão colocou ainda mais lenha na fogueira palmeirense.
Diretor garante permanência de Felipão no Palmeiras
Em meio à crise, estão os jogadores, que terão a missão, pressionados, de buscar a paz no campo, nesta quinta, contra o Ceará, no Canindé.
Os atletas estão no fogo cruzado e, internamente, há quem reclame de ambas as partes. Uns se queixam de escolhas táticas e incoerências de Felipão, enquanto outros reclamam da "bagunça" política.
O técnico tenta blindá-los. Na terça, conversou por cerca de 15 minutos com o grupo, no campo, ao lado do supervisor Galeano e do auxiliar Flávio Murtosa. Cobrou, mas elogiou a dedicação contra o Avaí e pediu o mesmo empenho nesta quinta.
Na preleção, no domingo, ele alertou os jogadores que o time poderia ser vaiado, até perdendo, por imaginar o protesto orquestrado. O técnico resolveu antecipar para ontem a concentração. Os atletas já dormiram no hotel, o que só deveria acontecer a partir desta quarta.
Roberto Frizzo é minado por assessores de Arnaldo Tirone. São os mesmos que fazem histórias chegarem deturpadas aos ouvidos de Felipão, aumentando ainda mais os atritos do técnico com o vice.
Scolari também confia cegamente em Galeano, que tem divergências com o gerente Sérgio do Prado, defendido por Frizzo. Entre ataques e picuinhas, o clima se tornou muito tenso na Academia.
Felipão, claro, faz parte disso. E já tem deixado clara sua insatisfação, o que pode acarretar em sua saída do Palmeiras no fim do ano.
No tiroteio, há um Brasileirão a ser jogado. Atrapalha a equipe?
– Acho que não atrapalha. Muitos atletas nem sabem os nomes dessas pessoas que saem em colunas de futricas – rebateu Roberto Frizzo, na Academia.
Panos quentes e 'apoio' ao técnico
Roberto Frizzo apareceu para falar com a imprensa durante o treino de terça. O vice manteve o discurso de amenizar qualquer atrito com Felipão e vê como esclarecido o suposto protesto orquestrado da Mancha Alviverde contra a equipe.
– Acho que as explicações todas deixaram a situação clara. Ele já percebeu. Alguém passou uma informação equivocada, ele se enganou. Devem ter dito para ele, o Felipão acreditou. Eu já me referi às ratazanas, é isso que elas fazem – afirmou Frizzo.
Felipão disse que o vice se reuniu com diretores da Mancha, quando na verdade recebeu ex-membros da torcida organizada.
O grupo que mina Frizzo no clube passou a espalhar à imprensa que Corinthians e São Paulo já estão de olho no treinador. Felipão dá indícios de que pode mesmo sair.
– Não estamos juntos só por causa da multa rescisória (R$ 2,5 milhões). Não é multa que segura. É um técnico cinco estrelas. Qualquer time do futebol brasileiro quer contar com ele. Se depender de mim, a chance de o Felipão sair é zero. Estamos já planejando 2012 com ele – afirmou o vice.
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Como os problemas fora do campo chegam até vocês?
Pela imprensa. Acho que não atrapalha. Futebol é dentro do campo, não muda nada. Felipão tenta blindar algumas coisas. O grupo, com a comissão técnica, está unido. A gente se cobra.
Como foi a reunião no campo?
Felipão chamou a gente para elogiar a postura contra o Avaí. A equipe foi se superando, com nove jogadores. Isso que ele frisou.
Com tantos problemas fora do campo, não bate um desânimo?
Não chega a desanimar. Pode atrapalhar um pouco, mas não desanima. O time entra pressionado, pois não está vencendo. Mas é um estímulo a mais para vencer.
E o atrito Frizzo x Felipão?
Só vejo eles conversando normalmente. Na concentração, é normal. Pode ser que haja problema, mas não vejo aqui dentro.
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