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Relíquia dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a tocha da Rio-2016 terá na composição uma das características mais marcantes da próxima edição do evento: a sustentabilidade. O segredo é guardado a sete chaves pelo Comitê Organizador Rio-2016, mas o LANCE! apurou que o objeto foi feito em alumínio reciclado e utiliza somente material reaproveitado. A divulgação do design está marcada para o próximo dia 2 de julho.
A proposta é semelhante à das medalhas que serão entregues aos atletas. Todas serão compostas por um percentual de metais derivados da reciclagem de equipamentos eletrônicos.
A estratégia da organização é estimular o cuidado com o meio ambiente, desde o fechamento de contratos com fornecedores até a operacionalização dos Jogos.
– Esperamos movimentar o mercado de materiais recicláveis e dar visibilidade a essas alternativas, mostrar que existem. Queremos ajudar pessoas e empresas a encontrarem soluções, criarem uma nova cultura – contou Tânia Braga, gerente-geral de Sustentabilidade, Acessibilidade e Legado do Comitê Rio-2016, ao falar sobre as medalhas, mas sem revelar detalhes sobre a tocha quando questionada.
Não é a primeira vez que o símbolo olímpico terá material reciclado. O mesmo aconteceu em Sydney-2000, Pequim-2008 e Vancouver-2010. Porém, nestes casos, a característica aparecia apenas em parte da tocha.
O sistema de acendimento da chama também vem passando por evoluções no sentido de evitar a liberação de gases poluentes.
O design representa a cultura e a identidade brasileira, o que atende a uma exigência do Comitê Olímpico Internacional (COI). O resultado do processo de seleção da empresa responsável por desenvolver a tocha terminou em dezembro do ano passado, mas segue em sigilo. A proposta eleita foi premiada em R$ 50.000,00.
A tocha vai ser acesa em maio de 2016, em Olympia (GRE), e ficará no país durante uma semana, antes de seguir para o Brasil, de avião. Aqui, a primeira cidade a recebê-la será Brasília.
A chegada acontecerá entre 90 a 100 dias do início dos Jogos Olímpicos. No dia 5 de agosto, a chama vai acender a pira olímpica, durante a Cerimônia de Abertura, no Maracanã.
O objeto, que deve percorrer 20 mil quilômetros durante 100 dias de revezamento, passará por 250 cidades do Brasil, incluindo todas as capitais. Os detalhes do trajeto devem ser anunciados no dia seguinte à divulgação da tocha.
Na Olimpíada de Londres, a relíquia foi pintada de ouro, teve 80 centímetros e pesava 800 gramas. Uma das características era a presença de 8 mil pequenos furos, que representavam o número de carregadores durante o tradicional revezamento.
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Tocha segue receita de agenda do COI
A ideia de uma tocha de material reciclado está alinhada a duas das 40 recomendações elaboradas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) na Agenda 2020.
O documento, proposto pelo presidente alemão Thomas Bach e aprovado em dezembro do ano passado, tem o objetivo de repensar o movimento olímpico, incluindo a relação entre os megaeventos esportivos e suas cidades-sede.
As recomendações 3 e 4 tratam, especificamente, sobre o cuidado com o meio ambiente. A primeira estabelece que o COI "assuma papel de liderança e posição mais proativa com relação à sustentabilidade e certifique-se de que ela está incluída em todos os aspectos do planejamento e execução dos Jogos".
Já a segunda pede, dentre outros pontos, que o COI "inclua a sustentabilidade em suas ações do dia a dia", o que inclui o cuidado no fechamento de contratos de serviços e na compensação de emissões de carbono.
Tocha paralímpica terá diferenças sutis
De acordo com o Regulamento da Solicitação de Proposta de Sociedade Para a Prestação de Serviços de Desenvolvimento das Tochas da Rio-2016, os objetos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos deverão ter o mesmo conceito e design, mas devem ser diferenciados um do outro por algum elemento, como cor ou acabamento.
A tocha paralímpica também terá um revezamento, que vai percorrer cinco cidades, uma de cada região do Brasil, durante sete dias. O objeto será carregado por cerca de 500 pessoas, no período entre o fim dos Jogos Olímpicos, no dia 21 de agosto, e o início dos Jogos Paralímpicos, no dia 7 de setembro.
A sustentabilidade na Rio-2016
Tocha, minipiras e medalhas
Todos os objetos serão feitos de material reciclado. Produtos florestais, como madeira, utilizados devem ser compostos de fibra reciclada ou vir de fontes legais e responsáveis, conforme o selo de certificação.
Substâncias e materiais nocivos
O Comitê pede que fornecedores evitem utilizar produtos que exijam, em sua fabricação, distribuição ou descarte, materiais ou substâncias nocivas ao ser humano ou ao meio ambiente.
Embalagens
O Comitê Rio 2016 diz que vai tratar e reciclar os resíduos gerados na preparação e operação dos Jogos.
Energia
O Comitê Rio 2016 promete priorizar a aquisição de produtos com alto nível de eficiência energética ou que possibilitem reduções diretas ou indiretas no consumo de energia. A sede, por exemplo, só tem lâmpadas de LED, o que consome 70% menos de energia em comparação às lâmpadas fluorescentes compactas.
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