Esperança do Atlético-PR está nos pés de Paulo Baier

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"Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe." O conhecido ditado deverá ser a tônica do Atlético-PR durante o Brasileirão. Enquanto viu o rival Coritiba começar o ano com uma grande campanha, o Furacão conseguiu um segundo lugar sem brilho no Paranaense, lutando para passar por equipes de menor expressão, e caiu nas quartas da Copa do Brasil, que seria a salvação do semestre após o fracasso no Estadual.
As 20 contratações do clube para a temporada - das quais nenhuma emplacou - somam-se às três trocas de técnico em apenas cinco meses e constroem um panorama nada favorável, que o rubro-negro tentará mudar durante a mais importante disputa a nível nacional. A equipe, que já foi comandada por Sérgio Soares, Leandro Niehues e Geninho, e que hoje está sob a batuta de Adilson Batista, terá de se encaixar durante o Brasileirão, visto que não o fez em cinco meses. No entanto, a equipe já encontra um padrão de jogo e já agrada o comandante.
- O torcedor pode esperar um time aguerrido, com vontade, que vai melhorar. Temos a consciência de um mau começo do ano, agora vamos tentar qualificar. Queremos um time competitivo, com personalidade. Nós precisamos fazer um segundo semestre melhor - disse Adilson Batista, esperançoso.
O Atlético-PR já se movimenta no mercado visando ao Brasileirão. Márcio, Paulo Roberto, Cleber Santana e Marcelo Oliveira já treinam com os companheiros. No entanto, o treinador rubro-negro precisará de mais do que apenas nomes na mesa para desempenhar com o Furacão uma campanha, no mínimo, à altura da realizada no ano passado.
CAMPANHA EM 2010
Depois de um mau começo no Brasileirão-2010, quando venceu apenas uma das cinco primeiras partidas, o Atlético-PR demonstrou grande poder de recuperação. Antes candidato ao rebaixamento, o Furacão, sob o comando de Carpegiani e, posteriormente, Sérgio Soares, chegou a disputar uma vaga na Libertadores, mas perdeu as chances de classificação nas últimas rodadas.
PONTOS FORTES
Sem conseguir encontrar um padrão de jogo em 2010, o Atlético-PR vê sua maior força no desempenho individual de Paulo Baier, maestro da equipe, e Guerrón, que puxa as jogadas de velocidade no ataque. O lateral-direito Rômulo, recém-contratado, aparece como boa opção ofensiva e defensiva pelo lado direito. A revelação, no entanto, é o jovem goleiro Renan Rocha, formado na base do Furacão, e que tem feito defesas importantes, como no jogo de volta das quartas da Copa do Brasil, contra o Vasco, o que, no entanto, não impediu a eliminação da equipe no torneio. As bolas paradas, sobretudo cobranças de falta, são a principal arma da equipe.
PONTOS FRACOS
Têm sido mais evidentes que as virtudes na equipe atleticana. Jogadores que tiveram bom rendimento em 2010, como Manoel e Paulinho, ainda não conseguiram encontrar seu melhor futebol nesta temporada. Nem com o retorno de jogadores com história no clube, como Kleberson - e Lucas, já aposentado -, o Furacão conseguiu engrenar em 2011. O setor defensivo - também no meio de campo - tem preocupado o técnico Adilson Batista. O clube contrata muitos volantes - foram seis apenas em 2011, contando com o retorno de Fransérgio, que estava emprestado ao Paraná -, mas nenhum emplacou com a camisa rubro-negra.
CARÊNCIAS
O Atlético-PR tem se movimentado no mercado visando ao Brasileirão. Os volantes Paulo Roberto e Cleber Santana, ambos emprestados - por Pão de Açúcar e São Paulo, respectivamente - já treinam com o elenco. Paulo Roberto, por sinal, já disputou duas partidas pelo Furacão - contra o Vasco - e tem agradado ao treinador. O goleiro Márcio, ex-Grêmio Barueri, e o lateral Marcelo Oliveira, do Corinthians, assinam contrato em breve. Além deles, mais dois reforços estão encaminhados, segundo o diretor de futebol Alfredo Ibiapina. Um zagueiro é a prioridade no clube.
ASTRO DO TIME
O meia Paulo Baier é o destaque da equipe em 2011. Artilheiro da equipe na temporada, com 13 gols, ele é a principal peça da criação de jogadas da equipe, que, muitas vezes, joga com três volantes para dar-lhe mais liberdade no ataque. Mesmo sendo meia, é a referência atleticana, sobretudo em lances de bola parada.
TIME-BASE: Renan Rocha, Rômulo, Manoel, Rafael Santos e Paulinho; Robston, Paulo Roberto, Branquinho e Paulo Baier; Guerrón e Adailton - Técnico: Adilson Batista
ELENCO
Goleiros: Renan Rocha, Edson e Márcio
Laterais-direitos: Rômulo e Wagner Diniz
Laterais-esquerdos: Paulinho, Marcelo Oliveira e Héracles
Zagueiros: Manoel, Rafael Santos, Flávio Boaventura, Gabriel, Hugo Alcântara, Dalton, Bruno Costa e Bruno Pires
Volantes: Robston, Paulo Roberto, Cleber Santana, Kleberson, Wendel, Deivid, Fransérgio e Guilherme Batata
Meias: Paulo Baier, Branquinho, Madson, Gabriel Pimba e Jenison
Atacantes: Guerrón, Adailton, Nieto e Héverton
OPINIÃO DOS ESPECIALISTAS:
Felipe Lessa, repórter da Tribuna do Paraná
"Mais que apenas contratar, o Atlético precisa torcer para que novas peças cheguem dando conta do recado. Ou então o Furacão deve brigar para não ser rebaixado em 2011. No máximo ficar na zona da Sul-Americana. Os números do Atlético no Estadual 2011, acima dos 70% de aproveitamento, não enganam. Dentro de campo o Rubro-Negro foi apático em boa parte dos jogos, talvez como um reflexo da gestão Marcos Malucelli, que trouxe mais de 20 reforços neste ano e nenhum emplacou.
Com um time cada vez mais limitado a jogar bem somente quando Paulo Baier está inspirado - a chamada "Baierdependência", o Furacão também lamenta o fato de neste ano ter perdido boa parte do sólido sistema defensivo devidamente treinado por Antônio Lopes. Saiu o goleiro Neto para a Fiorentina, saiu o zagueiro Rhodolfo para o São Paulo e volante Chico para o Palmeiras. Ficou apenas o zagueiro Manoel, que, desde a sondagem do Corinthians e agora com o interesse do São Paulo, tem mostrado futebol pífio com a camisa atleticana."
Ricardo Brejinski, editor do site "Notícia FC"
"O primeiro semestre do Atlético-PR deixou muito a desejar. Apresentando uma grande irregularidade, oscilando altos e baixos a todo momento, o time ficou longe dos dois títulos que disputou até aqui, além de ainda não ter um time titular no papel e nem um padrão tático.
Entretanto, o técnico Adilson Batista já vai dando a sua cara ao Furacão e, juntamente com novos reforços que estão chegando e ainda vão chegar, a expectativa é que o Rubro-negro faça uma campanha mediana, ocupando a metade da tabela, podendo ser a de cima, se as contratações surtirem rápido efeito."
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