Eduardo Baptista viu pai 'encerrar' sua carreira de atleta e indicar futuro
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O então zagueiro viril, como ele mesmo reconhece, ainda galgava espaço na base do Juventus da Mooca quando foi aconselhado pelo próprio pai a estudar. Eduardo ouviu Nelsinho Baptista: tem mestrado em Educação Física, especialização em Fisiologia aplicada ao exercício e mestrado em Ciência do Desporto. Os anos passaram, ele trabalhou durante dez anos com o pai famoso, e, desde 31 de janeiro do ano passado, responde como técnico do Sport, o atual líder do Brasileirão.
– Meu pai jogava ainda e só teve a oportunidade de me ver jogando duas vezes. E nas duas vezes eu fui expulso. Eu era um zagueiro meio viril e acabou que, na segunda vez, ele mandou estudar (risos). Ele percebeu que eu não tinha uma qualidade para chegar no auge, aí ele falou "vai estudar. Você vai ter um sucesso maior aí" – destacou Eduardo Baptista, em entrevista ao LANCE!.
Eduardo, de 45 anos, hoje vive um sonho que não revelava para os demais no passado: ser técnico, seguindo os passos do pai, seu grande professor. Ser professor, aliás, será o seu destino após o futebol. Será o próximo sonho a ser alcançado.
A carreira fora dos gramados teve início como preparador físico e em 1998. Quatro anos depois, veio a parceria com o pai, que só terminou em 2011 por conta do Tsunami que atingiu o Japão. Com esposa e duas crianças no Brasil, ele voltou. O retorno ao Sport ocorreu no ano seguinte, mas sem o pai. Quis o destino que ele fosse pego de surpresa ao assumir, em um primeiro momento, como interino no Leão.
– Quando eu voltei do Japão, meu pai me disse para voltar como treinador. Tentei alguma coisa em categorias de base, não deu, eu precisava trabalhar, o Sport me abriu as portas e voltei a ser preparador físico do Sport. E quando veio a oportunidade eu agarrei com unhas e dentes – disse Eduardo, que já conseguiu deixar para trás a condição de "Filho do Nelsinho", antes de fazer um balanço sobre a curta, mas já intensa carreira como treinador:
– Comecei com dois títulos (Copa do Nordeste e Pernambucano, ambos em 2014), depois no Brasileiro um início muito bom, uma oscilação muito forte, mas terminamos bem. Nesse ano nós perdemos as duas semifinais, quando o Sport era o favorito, mas diretoria manteve o trabalho, consegui suportar toda a pressão que teve aqui e iniciei um trabalho no Brasileiro. que é bom. Vejo que estou mais maduro, mas ainda precisando apreender e sempre precisarei aprender. É um início bom.
SONHO DE SER PROFESSOR E A SEDE POR CONHECIMENTO
Seguir a longevidade do pai, que, aos 64 anos, tem 30 como treinador e, hoje, está no comando do Vissel Kobe, do Japão? Não para Eduardo. Já realizando um sonho, ele almeja outro.
– Meu pai deixou de viver muitas coisas por ser treinador. Vou dar o máximo aqui, para depois ganhar minha vida como professor e ir para a minha casinha de sapê e descansar debaixo da árvore (risos) – destacou.
Mas enquanto o próximo passo não é atingido, ele sabe que precisa seguir aprendendo, algo que começou lá no conselho do pai, quando ainda um zagueiro viril. O estudioso Eduardo Baptista quer seguir evoluindo na profissão que era um desejo, mas chegou como surpresa.
– Sou daqueles caras que, daqui dez anos, continuará aprendendo. Tenho sede por conhecimento, para sempre buscar o melhor. Como a profissão é de muita responsabilidade, a responsabilidade exige estudo, entrega.
Confira ao longo desta quarta-feira mais matérias sobre Eduardo Baptista, o técnico do líder do Campeonato Brasileiro, aqui no site do LANCE!.
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