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Os dois lados do Superclássico: pressão por vitória em jogo sem sal

Classificação para a Libertadores nas últimas edições do Brasileirão (Infográfico)
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Dia 28/10/2015
03:21

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O Superclássico das Américas desperta sentimentos antagônicos. Ao mesmo tempo em que a vitória nesta quarta-feira, contra a Argentina, às 22h, no estádio Centenario, em Resistencia, é uma exigência da torcida ao pressionado time do técnico Mano Menezes, a competição está longe de ter a importância da sua versão original: a Copa Roca.

Quem atesta a distância entre as duas disputas é quem vestiu a camisa da Seleção Brasileira na época de ouro: Amarildo e Pepe.

– Acho que hoje em dia essa competição perdeu o brilho. A Seleção também. Faltam valores técnicos. Os jogadores precisam de mais qualidade técnica – comentou Amarildo, criticando a qualidade dos jogadores de ambos os lados.

Se nos tempos do futebol clássico fazer uma competição só com jogadores locais não era problema, pois saída rumo ao exterior era infinitamente menor, hoje em dia isto e o tom amistoso dos jogos são alguns dos fatores que causam desisteresse na competição.

– Naquela época a Copa Roca tinha uma grande importância. Todos faziam de tudo para ganhar. Não tinha oba-oba. Entendo que hoje a competição perdeu aquele sabor – contou Pepe.

Um exemplo da falta de mobilização acontece pode ser visto em Resitencia. Poucos apareceram no desembarque e os que foram reclamaram da ausência de craques, como Messi e Aguero, causada pela não adequação dos jogos ao calendário da Fifa. Com isso, Neymar virou o centro das atenções.

Mas como precaução para evitar o aumento de pressão, até o técnico Mano Menezes adotou um discurso mais blasê com relação ao Superclássico.

– É o mesmo peso da vitória do ano passado, nao vai resolver os problemas da Seleção, mas será otimo vencer um rival tradicional, é sempre muito dificil, vai ser um aumento de confiança – disse.

Com a palavra - Amarildo
Atacante que disputou a Copa Roca pela Seleção Brasileira em 1963

Sempre houve rivalidade muito forte. Era sempre jogo acirrado, de muita luta e com púbicos muito grandes, apesar de estarmos acostumados a ver 130 mil pessoas no Maracanã para os clássicos do Rio, por exemplo. Acho que o Superclássico só vai voltar a ser o que era quando os craques forem chamados.

Bate-Bola
Pepe
Ex-jogador, que disputou a Copa Roca em 1963

Como era o clima para a Copa Roca na época?
- Uma competição que reunia Brasil e Argentina sempre criava expectativa. Na América do Sul, as forças são Brasil, Argentina e Uruguai. Naquela época, fazíamos poucos jogos, tínhamos menos competições. Era a hora de mostrar serviço. Eu por exemplo estreei na Seleção jogando contra a Argentina.

Tinha algum envolvimento dos políticos na época, como é agora?
- Apesar de ser uma instituição importante, a CBD respeitava o espaço do jogador e não me lembro da presença maciça deles.

Dava para ter um bom bicho?
- O Santos era quem pagava a melhor gratificação a cada convocação. Dentro das condições da época, era um bom valor.

A Copa Roca

Nascimento
A competição foi instituída em 1913, pelo presidente argentino Julio Argentino Roca. A primeira disputa ocorreu no ano seguinte.

Domínio brasileiro
A Copa Roca teve dez edições. O Brasil levou a taça em sete oportunidades (1914, 1922, 1945, 1957, 1960, 1963, 1976). Os argentinos ficaram com o título em três (1923, 1939 e 1940). Ou seja, eles não comemoram esse título há 72 anos.

Sucesso de público
Historicamente, a Copa Roca sempre gerou interesse, ainda mais em uma época em que as disputas Brasil x Argentina eram pontuais. As partidas, especialmente após os anos 50, tiveram casa cheia. Destaque para a edição de 1963, que teve 130 mil pessoas no Maracanã.

Renascimento sem brilho
Após 35 anos de interrupção, os presidentes da CBF, Ricardo Teixeira, e da AFA, Julio Grondona, resolveram reativar a competição. E aproveitaram a oportunidade para fazer um agrado ao presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, batizando a disputa com seu nome.

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