Dimas Fonseca completa um ano no futebol do Cruzeiro
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No dia 31 de maio de 2010 o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella convocou uma entrevista coletiva para anunciar mudanças no clube. A maior delas era a saída de Eduardo Maluf, então diretor de futebol, que ocupava o cargo há 12 anos, para a entrada de Dimas Fonseca, que comandava as categorias de base.
A mudança, a princípio, foi vista com desconfiança pelos torcedores celestes, mas hoje, um ano depois, Dimas consolidou um trabalho que não fica atrás do que seu antecessor já fazia. Sob sua gestão, o Cruzeiro voltou a apostar alto em contratações e se manteve no topo do futebol nacional.
Uma das primeiras ações de Dimas foi a contratação do técnico Cuca, que comandou a equipe celeste até o vice-campeonato nacional, em 2010. Mas o maior investimento do dirigente foi o meia Montillo. Pelo argentino, a Raposa contou com ajuda de parceiros para pagar R$ 6,2 milhões - segunda maior negociação da história, atrás apenas de Sorín - e teve um enorme retorno técnico dentro de campo.
O trabalho não parou por aí. Ainda em 2010, o Cruzeiro se reforçou com outros bons nomes, como o zagueiro Léo e o volante Everton, mas também fez algumas apostas erradas. Edcarlos, Robert, Prediguer e Farías foram contratações da 'era Dimas' que não vingaram, gerando despesas ao clube.
Na atual temporada, o Cruzeiro de Dimas começou tímido nas contratações, mas logo mostrou serviço. Ao todo, foram dez reforços para 2011, alguns de grande investimento. Os maiores foram o uruguaio Victorino, que custou ao clube R$ 3,4 milhões, e o volante Leandro Guerreiro, por cerca de R$ 750 mil.
Saídas polêmicas
A gestão de Dimas Fonseca no Cruzeiro não mudou a grande rotatividade de jogadores no clube. As saídas continuaram acontecendo em grande escala, sendo que a maioria por empréstimo de atletas não utilizados, como Bernardo, Apodi, Camilo, Eliandro, entre outros. Desde que o novo diretor assumiu, a Raposa tem negociado menos com o futebol do exterior, algo raro na história recebe do clube.
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Duas saídas, em especial, foram polêmicas. A primeira envolveu o zagueiro Leonardo Silva, que teve seu contrato com a Raposa encerrado e preferiu se transferir para o Atlético-MG. Mesmo com todos os esforços da diretoria para a renovação, o defensor acabou indo parar no arquirrival
A negociação de Jonathan também foi um ponto negativo. Em janeiro, o lateral trocou o Cruzeiro pelo Santos, quando 50% de seus direitos foram negociados por R$ 4,4 milhões. À época, a torcida celeste ficou na bronca por estar perdendo um de seus principais jogadores para um rival do mesmo escalão do futebol nacional.
No início do ano, outro negócio surpreendeu. O Cruzeiro dispensou os veteranos Fabinho e Cláudio Caçapa, peças importantes na campanha de 2010. Na época, a alegação da diretoria celeste foi de que os atletas eram caros e o clube precisava reduzir a folha salarial.
Outra saída de destaque foi a de Wellington Paulista, emprestado ao Palmeiras. Em troca, a Raposa recebeu o lateral-direito Vítor.
Base sem espaço
Um dos objetivos do presidente Zezé Perrella ao anunciar Dimas Fonseca era aproximar as categorias de base do grupo principal da Raposa. O diretor havia feito um bom trabalho na base celeste ao longo dos dois anos que esteve no departamento.
- Quero integrar mais o futebol de base com o profissional e o Dimas vai ficar como diretor de futebol, coordenando também as categorias de base. Ele ficou dois anos e meio lá e desenvolveu um trabalho que eu diria revolucionário. Reduziu as despesas e conseguiu incentivos fiscais junto a empresas – comentou Perrella na apresentação de Dimas, em maio do ano passado.
No entanto, na prática, o que se viu foi outra coisa. A base celeste seguiu revelando bons valores, conquistando títulos e servindo a Seleção Brasileira, mas os jogadores não receberam chances com Cuca.
No elenco atual, por exemplo, somente quatro jogadores de linha foram criados na base. Dos quatro, apenas Diego Renan e Dudu ganham chances com certa frequência nas partidas. Flávio, Eliandro, Bernardo, Anderson Uchôa, Thiaguinho e Afonso foram repassados a outros times.
Negociações de Dimas
Chegaram ao clube: Naldo, Victorino, Léo, Fabrício Carioca e Edcarlos (Z); Rômulo, Pablo, Vítor e Geovane (L); Everton, Leandro Guerreiro, Prediguer, Montillo (M); Brandão, Wallyson, Ortigoza, Anselmo Ramon, André Dias, Reis, Farías, e Robert (A)
Saíram do clube: Flávio (G); Leonadro Silva, Claudio Caçapa, Fabrício Carioca e Edcarlos (Z); Jonathan, Afonso, Apodi e Rômulo (L); Prediguer, Elicarlos, Fabinho, Camilo, Bernardo e Anderson Uchôa (M); Kléber, Robert, Eliandro, Thiaguinho e Wellington Paulista
Os cinco maiores investimentos da história celeste
Sorín – US$ 5,08 milhões
Walter Montillo – R$ 6,2 milhões (gestão de Dimas)
Pedro Ken - R$ 3,75 milhões
Victorino - R$ 3,4 milhões (gestão de Dimas)
Thiago Ribeiro – R$ 3,2 milhões
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