Delegação recorde e salto em verba: Brasil pode sonhar alto no Parapan

Não é por acaso que o Brasil chega aos Jogos Parapan-Americanos de Toronto (CAN), que começam nesta sexta, com a maior delegação de sua história no evento e com a segurança de afirmar que a meta é manter o primeiro lugar das últimas duas edições, no Rio (2007) e em Guadalajara-MEX (2011).

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vive um ano de boas notícias, tanto no que diz respeito aos resultados esportivos quanto no aspecto financeiro. De quebra, conta com 272 atletas para dar sequência ao embalo. De todos os participantes, o Brasil é o que estará representado em maior número.

Em julho, o país conquistou uma quarta colocação inédita no Mundial de Natação Paralímpica, realizado em Glasgow, na Escócia. A modalidade é, ao lado do atletismo, carro-chefe do CPB no Parapan, devido ao grande número de provas em disputa por medalhas.

Outra conquista da entidade foi ter assegurado para o ano que vem um aumento considerável de orçamento, graças à Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sancionada em junho. Ela vai permitir participação maior na fatia de recursos da Lei Agnelo/Piva, que destina um percentual da arrecadação bruta das loterias às entidades esportivas.

Antes da aprovação, essa parcela era de 0,3 % aos esportes paralímpicos. A partir de 2016, ela saltará para 1%. Isso significa que a parcela anual do caixa do Comitê proveniente de loterias vai passar de R$ 38 milhões para R$ 135 milhões. Embora a mudança só passe a valer a partir de janeiro, o CPB já pode planejar os gastos em função da novidade.

– Não podemos ter outra meta que não seja o primeiro lugar. Fomos os primeiros no Rio e em Guadalajara. Temos objetivos reais. Falamos com segurança, porque o trabalho vem sendo feito para isso – afirmou Andrew Parsons, presidente do CPB, em entrevista ao LANCE!.

Atualmente, o CPB não conta com nenhum investidor privado. Mas, desde 2012, a entidade tem parceria com a Nike para fornecimento de material esportivo. O orçamento total do Comitê por ano gira em torno de R$ 80 milhões, o que inclui verbas de convênio com o Ministério do Esporte (cerca de R$ 10 milhões), Lei Agnelo/Piva (R$ 38 milhões) e patrocínio estatal da Caixa Loterias (R$ 30 milhões).

A Cerimônia de Abertura acontece nesta sexta-feira, no estádio da Universidade de York, às 20h (de Brasília). As competições começam sábado.

BATE-BOLA

ANDREW PARSONS

Presidente do CPB, ao L!

‘Nós estamos no caminho certo’

O Brasil vem de um quarto lugar inédito no Mundial de Natação. Qual é a importância disso?
Existem duas modalidades fundamentais para quem quer estar entre os primeiros lugares nos grande eventos, pelo número de medalhas que oferecem: natação e atletismo. O fato de termos conquistado o melhor resultado da história no Mundial é um grande passo para nossos objetivos. Mostra que estamos no caminho certo.

Quais países são as maiores preocupações em Toronto?
Estados Unidos e Canadá são os nossos maiores rivais. O México, que era uma potência regional, nós já superamos há uma década.

O que prevê para a Rio-2016?
Estamos nos acostumando a estar entre os grandes. Saímos de um 24 lugar em Sydney (2000), passamos por 14 (Atenas-2004), por um nono (em Pequim-2008). O sétimo lugar, em Londres (2012), nós anunciamos com antecedência. Por isso dizemos que pretendemos ficar em quinto no Rio.

* O repórter viaja a convite do CPB