Copa Brasil faz beach soccer invadir a Amazônia

O palco é inusitado para o beach soccer: uma arena onde normalmente são realizados eventos culturais do Amazonas, inclusive a festa do boi. Mas é longe da praia mesmo, em Manaus, que a modalidade quer começar uma nova etapa da sua história. A Copa Brasil, realizada até domingo, pretende ser o primeiro grande torneio envolvendo os clubes tradicionais do país.

A competição começou nesta quarta com oito equipes: Flamengo, Botafogo, Vasco, Corinthians, Vitória (BA), Santa Cruz (PE), Sampaio Corrêa (MA) e o Manaus FC. A intenção da Confederação Brasileira de Beach Soccer (CBBS) é criar um calendário anual para atrair a participação dos clubes. O objetivo é fazer outras etapas e depois um campeonato brasileiro.

- Queremos começar a modalidade por onde ela deveria ter começado, que são os clubes. Começamos direto pela Seleção. Agora vamos para uma outra fase – diz Ricardo Ribeiro, vice-presidente da CBBS.

O evento está mobilizando uma cidade até então sem tradição no futebol de areia. O motivo é a presença das grande equipes. Na capital amazonense a maioria das pessoas torce para times do centro do país. Por isso, a oportunidade de vibrar com seu clube é rara, mesmo que seja sem os craques dos gramados.

- Sou Flamengo em tudo. Não conheço nenhum jogador da areia, mas o grito de 'meeeengo' vai ser igual – diz o estudante Carlos Heitor Franco, que ontem acompanhava os últimos preparativos antes do início da competição.

Mesmo sem tradição, Manaus poderá entrar para a história do Beach Soccer mundial. Como a competição é realizada na arena com capacidade para 30 mil pessoas, pode bater o recorde de público, que é de 10 mil pessoas. No jogo de sexta-feira entre Flamengo e Vasco, por exemplo, são esperados 15 mil torcedores. As organizadas locais já fizeram até reunião para definir o ponto de entrada de cada torcida.

- A gente nunca viu isso. Parece um estádio. Eu não vou jogar, mas já estou nervoso – diz um dos organizadores do evento, o ex-jogador Júnior Negão, com a experiência de quem rodou o mundo pela seleção de Beach Soccer.

Para fazer essa quadra inédita dentro de um centro cultural, foram colocadas toneladas de areia sobre o concreto, até formar uma base de cerca de 40 centímetros do piso original.


Jogadores de futevôlei formam time da casa

Como Manaus não tem tradição no Beach Soccer, o time formado para representar a cidade foi buscar no futevôlei a base da  equipe.

- Dez dos 16 jogadores são do futevôlei. Fizemos um treinamento de duas semanas para eles se adaptarem – conta Gilson Gabriel, técnico do Manaus FC.

No time há também atletas dos gramados. O meia Ney Júnior é do futebol de campo. Jogou o estadual pelo Rio Negro. Acostumado aos campos esburacados do amazonense, vive uma experiência inédita.

A areia é completamente diferente. O mais difícil é conduzir a bola. Vamos ver no que vai dar – diz Ney Júnior.

O grande reforço do time são seis jogadores que vieram do Rio de Janeiro, estes sim acostumado aos futebol na areia.


Romário e Edmundo são atrações

Dois ídolos do futebol carioca serão atração na Copa Brasil de Beach Soccer. O ex-jogador Edmundo vai jogar pelo Vasco como convidado especial. Romário não entrará em quadra. Depois de se aventurar na política, o Baixinho agora vai atacar de comentarista. Ele vai comentar o jogo entre Vasco e Flamengo, na sexta-feira, pela tv A Crítica, afialiada da Record em Manaus.

*O repórter viajou a convite da organização do evento