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Comercial-SP completa 101 anos de fundação neste dia 10 de outubro

Vasco x São Paulo - Campeonato Brasileiro - Rogério Ceni (Foto: Alexandre Loureiro)
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Dia 28/10/2015
03:48

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O Comercial-SP completa nesta quarta-feira, 10 de outubro, seu 101º aniversário de fundação. Se o clube, que teve origem entre os nobres da Ribeirão Preto do início do século XX, comemorou muito no ano passado, quando completou o centenário e conseguiu o acesso ao Paulistão e o vice-campeonato da Copa Paulista, além de uma excursão pela Europa, 2012 é um ano para se esquecer, pelo menos dentro de campo.
Em duas competições disputadas, o Leão ficou com a lanterna em ambas. Foi o 20ª do Paulistão, sendo rebaixado novamente para a Série A2, e na Copa Paulista terminou na sexta posição, não conseguindo se classificar entre os quatro primeiros para a segunda fase do torneio.

Os números mostram a campanha pífia do Bafo na temporada. Foram 29 jogos oficiais, cinco vitórias, seis empates e 18 derrotas, somando apenas 21 dos 87 pontos que disputou. A equipe marcou 26 gols e sofreu 48.

- Com certeza, no profissional não temos muito a comemorar, mas nas categorias de base, e a confirmação da volta da equipe na Copa São Paulo de Futebol Júnior é um presente ao torcedor. Não é o presente que a diretoria esperava dar ao torcedor, mas quem sabe nas próximas semanas vamos acertar com um grande treinador e no ano que vem o acesso ao Paulistão não possa ser o grande presente ao nosso torcedor – declarou Ricardo Schroeder, diretor de comunicações do clube.

O Surgimento

No dia 10 de outubro de 1911, os comerciantes Antonio Maniero, Guilherme Nunes, Francisco Arantes, Adauto de Almeida, Timóteo Grota, Alvino Grota, Argemiro de Oliveira, Djalma Machado e Antídio de Almeida se reuniram na Casa de Armarinhos Valeriano, onde hoje se encontra a fonte Luminosa da Praça XV, e fundaram o Commercial Football Club – escrito em inglês – que teve como primeiro presidente Antídio de Almeida.

A equipe logo entrou no gosto dos ribeirão-pretanos e começou então a disputar campeonatos regionais.

Adotado pelos coronéis do café, que dominavam a cena econômica à época, o Commercial teve um crescimento rápido e em 1919 foi vice-campeão do Interior pela APEA - Associação Paulista de Esportes Atléticos.

O primeiro jogo do Commercial na elite do futebol paulista aconteceu em 3 de maio de 1927 contra o Palestra Itália, atual Palmeiras.

Leão do Norte

Em abril de 1920, o Commercial realizou uma excursão pelo nordeste brasileiro. Em oito jogos realizados, a equipe venceu sete e empatou uma. Dentre os adversários, o clube enfrentou a seleção de Pernambuco, o Náutico, o Santa Cruz, a seleção do Recife e seleção de Salvador. Com os resultados expressivos, a torcida começou a designar o clube como o Leão do Norte, além também da inspiração para a criação do hino do clube.

Da Tibiriça à Joia

Nestes 101 anos de história, o Comercial-SP já teve três diferentes casas na cidade. O primeiro campo do Leão foi o estádio da Rua Tibiriça, onde hoje se encontra a sede da Sociedade Recreativa que, em 1937, incorporou o patrimônio do clube em troca das dívidas do Alvinegro, que havia deixado as competições oficiais em 1935.

O campo do estádio da Rua Tibiriça foi um dos primeiros a ter grama no Brasil. Já que na época costumeiramente se usava terra batida, mas os nobres comercialinos não gostavam da poeira.

Quando a equipe voltou as suas atividades profissionais, em 1954, fora alugado então o estádio Costa Coelho, na Vila Virgínia, atual sede do Esporte Clube Mogiana, que recebeu os jogos do Bafo até a inauguração do Palma Travassos, em 1964.

A Joia de Cimento Armado, como gosta de dizer os comercialinos, começou a ser construída em 61, a partir da doação do terreno pelo Dr. Francisco Palma Travassos

Em outubro de 64, com 17.921 pagantes, Comercial-SP e Santos inauguraram o estádio, que tem como primeiro marcador a atacante Paulo Bin.

Da Parada ao Ressurgimento

O Comercial-SP dos anos 20 investia forte no futebol e contava ainda com os coronéis do café. A quebra da bolsa de valores de Nova York em 1929, fez com que os fazendeiros do café perdessem dinheiro e deixassem de investir massivamente no clube.

A situação só piorou e em 1935 o clube precisou encerrar suas atividades. Com isso o patrimônio do clube, foi absorvido pela Sociedade Recreativa, que assumiu as dívidas de cerca de 40 contos de réis.

Para ressurgir em 1954, a equipe precisou se fundir ao Paineiras Futebol Clube, então filiado à Federação Paulista de Futebol, para poder voltar à segunda divisão de São Paulo, já com o nome em português: Comercial Futebol Clube.

Logo no primeiro ano do retorno, jogando no estádio Costa Coelho, o Comercial-SP chegou à final da Divisão de Acesso, onde acabou sendo derrotado pelo Taubaté.

O tão sonhado acesso viria quatro anos mais tarde. Após terminar a primeira fase na 3ª posição do grupo Branco, no torneio dos finalistas o Alvinegro derrotou o Corinthians de Presidente Prudente por 4 a 0, no dia 21 de abril, em pleno Pacaembu, com gols de Carlos Cezar (2), Ademar e Lécio e garantiu o acesso para o Paulistão de 1959.

O Rolo Compressor

Para muitos, o Comercial-SP teve sua fase equipe nos anos 60. Década em que vitórias sobre os grandes da capital e até de outros estados não passavam de uma normalidade.

Em 1962, o clube foi vice-campeão da Taça São Paulo, perdendo apenas a final para o Santos de Pelé.

Já em 1965, o Leão do Norte venceu a Copa Ribeirão Preto jogando contra Corinthians, Fluminense e Botafogo-RJ.

Em 66, capitaneados por Piter, Carlos Cezar, Ferreira, Paulo Bin e Jair Bala, o Alvinegro derrotou o Palmeiras, então invicto há 14 jogos dentro do Palestra Itália. Com uma campanha impecável, o Alvinegro terminou aquele Paulistão na quarta posição somente atrás de Palmeiras, Corinthians e Santos.

Entre as vitórias daquele ano, destaque para a goleada de 5 a 0 no clássico sobre o Botafogo-SP, 3 a 1 no Santos e os 5 a 1 no Juventus.

A decadência

A caída do Comercial-SP começou em 1986 com o rebaixamento do clube para a segunda divisão de São Paulo, então chamada de Intermediária, após o empate entre América e XV de Jaú que permaneceram na elite, prejudicando o Leão.

Com o rebaixamento, e más administrações o clube entrou numa grave crise financeira.

As más campanhas dentro de campo seguiram até 1993, quando o Bafo foi vice-campeão da Divisão Intermediária. O retorno à elite de São Paulo foi barrada, porém, pela reestruturação dos campeonatos paulistas realizada pela Federação Paulista de Futebol.

Mergulhado em dívidas, o clube foi obrigado a vender seu Poliesportivo e, em 2009, chegou de vez ao fundo do poço ao ser rebaixado para a Série A3 do futebol Paulista.

Novos Tempos

No mesmo ano em que foi rebaixado para a Série A3, chegaria ao Comercial-SP o homem que em menos de dois anos recolocaria a equipe novamente à elite do futebol paulista. O advogado Nelson Lacerda se tornou gestor do clube no final de 2009, e já em 2010 montou uma equipe que só não conseguiu o acesso por detalhes na partida decisiva da Série A3, contra o XV de Piracicaba, no Palma Travassos. O Acesso viria meses depois com a desistência do Votoraty em disputar a Série A2, e o Comercial-SP voltava a Série A2.

A promessa do já presidente Nelson Lacerda de levar a equipe ao Paulistão, em seu centenário, se concretizou no dia 23 de abril, quando com um gol contra do zagueiro Márcio Santos, o Comercial-SP venceu o São José pela fase final da Série A2, com mais de 12 mil torcedores lotando o Palma Travassos, o Alvinegro garantiu novamente presença entre os mais importantes clubes de futebol de São Paulo.    

As Feras do Leão

Nestes 101 anos, centenas foram os jogadores que vestiram a gloriosa camisa Preta e Branca do Comercial-SP.

Franco Guião, Geraldo Guião, Pequitote, Vespu, Chapa, Augusto Achê, Bertoni, Zé Macaco, Zico, Alberto Lorenzon, Orestes Moura Pinto, José Guimarães e Lourenço Parera foram os grandes nomes do clube até 1936.

Depois do retorno da equipe, em 1954, se destacaram Piter “O Rocha Negra”, Carlos Cézar “O Canhotinha de Ouro”, Jair Bala, Ferreira, Tadeu Ricci, Tomires, Rui, Paschoalin, Maranhão, Marco Antônio, Poli, Bimbo, Luiz Cai-Cai, Roni, Batalhão, Tim, Guina, Rubens Glostóra, Alfredinho, Jair Gonçalves, Omar, Paulo Bin, Émerson Leão, Ademirzinho, Rostein, Gaspar, Maneca, Carlos Hansen, Toninho, Leonardo, Rosan, Taíca, Rogerinho, Maurício, João Batista, Guina, Ziquita, Mauricinho, Rômulo, Glauco, Didi, Petróleo, Raul Pratali, entre tantos outros.

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