Na cola da Seleção, ‘Talismã de Felipão’ cobra reciclagem do treinador

Famoso durante a trajetória pentacampeã na Copa do Mundo de 2002, no Japão e na Coréia do Sul, o torcedor-símbolo Clóvis da Costa Fernandes, de 60 anos, segue firme e forte atrás da Seleção Brasileira. O "Gaúcho da Copa" está no Chile para empurrar o time de Dunga na Copa América. Mas a ferida aberta com o vexame histórico no Mundial do ano passado ainda não cicatrizou.

- A dor ainda é muito grande. A gente tenta ficar procurando os culpados, tenta descobrir quais foram os erros... Na verdade, vamos passar uma vida toda procurando respostas. E vamos achar milhões de motivos. Quem apanha nunca esquece - declarou Clóvis, que, mesmo se tratando diariamente de um câncer no rim, não consegue se afastar do mundo do futebol.

No último título mundial do Brasil, o veterano torcedor ganhou espaço na imprensa nacional e ficou conhecido como o "Talismã de Felipão". Um talismã que hoje evita colocar a goleada sofrida por 7 a 1 para a Alemanha somente na conta do treinador.

- Seria injusto colocar o que aconteceu na conta de uma pessoa só. Tem toda uma comissão técnica por trás, tem os jogadores... A Copa do Mundo é uma guerra. Você não precisa matar para vencer. Agora, se você precisar morrer para ganhar, que morra por isso - desabafou.

Apesar de minimizar os erros individuais, Clóvis Fernandes acredita que Felipão deveria ter dado um tempo na carreira depois do tropeço na Copa do Mundo. Uma reciclagem teria sido o mais indicado antes do "recomeço" no Grêmio.

- Ele é um profissional experiente. Só acho que foi muito recente ele assumir o Grêmio. Era a hora de parar, ir para um lugar tranquilo, analisar com calma a carreira e verificar se o que está aplicado hoje ainda é o mais correto para o futebol. O futebol está se renovando todos os dias - afirmou.

- Acredito que agora, na China, ele esteja mais calmo. A história do Felipão é linda. Temos uma paixão por ele, mas também temos essa dor. Quem mais sofrer aquele vexame será ele, com certeza - completou.

Felipão assumiu o Grêmio em julho do ano passado, pouco dias depois da Copa do Mundo. Mas o retorno ao Tricolor durou pouco. Depois de péssimos resultados no Brasileirão de 2014 e no Campeonato Gaúcho de 2015, ele pediu demissão em maio deste ano. E o tempo parado foi curto mais uma vez. Na semana passada, ele foi anunciado como o novo treinador do Guangzhou Evergrande (CHN).