Claudinei se espelha em Tite e prega coerência para levar Santos ao G4

A equipe titular do Santos tornou-se um mistério desde que o técnico Claudinei Oliveira assumiu o comando, no dia 31 de maio, após a demissão de Muricy Ramalho. O treinador costuma fechar os treinos às vésperas dos jogos e não divulga a escalação com antecedência. Para a partida desta terça, contra o Internacional, às 19h30, no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo, o comandante relacionou 22 atletas, que também viajarão ao Rio de Janeiro para o duelo com o Flamengo, na quinta.

Apesar de ser chamado até de incoerente por alguns torcedores por conta das mudanças entre os titulares (veja mais abaixo), Claudinei se apega justamente à palavra oposta para definir a equipe que vai a campo: coerência. Para levar o Santos ao G4 do Brasileirão, ele se espelha em Tite, técnico do rival Corinthians, que fala sempre em "merecimento".

– Pelo que podemos ver de fora, o Tite é um grande treinador, faz um trabalho muito bom. É um modo de trabalho que me agrada muito. Acredito que tenho um estilo parecido com o dele. Ele fica no merecimento dele e eu fico com a minha coerência na equipe – afirmou Claudinei, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net.

– Temos que ter critério para escolher a equipe, temos que apostar nisso, agir com a justiça. Tenho o meu conceito, tenho que escalar pela minha cabeça. O melhor caminho para desagradar a todo mundo é agradar a todo mundo. Tenho que ter coerência com os jogadores para assumir a responsabilidade na equipe – acrescentou o treinador.

Com seu método de trabalho de não querer agradar a todos e com bons resultados, Claudinei caiu nas graças da diretoria. Antes interino, o técnico ganhou aumento salarial e assinou novo contrato com o clube até o fim deste ano, com opção de renovar até o fim de 2014. Ele está mais garantido do que qualquer jogador.

Confira o bate-bola com Claudinei:

Você costuma mudar a equipe de acordo com o adversário. O critério é o merecimento?
Todo treinador procura isso, cada um mede quem joga. Temos que definir isso sempre, trabalho com merecimento e muito em cima do adversário. Me apego muito ao que apresenta o rival, mas o critério correto é esse, quem está indo bem. Mas temos que ver, não é porque o cara foi mal num jogo que ele já vai sair da equipe titular.

Você é da nova geração dos técnicos. Qual seu estilo de trabalho?
Eu estou começando agora, quero fazer a minha história, sigo o que acho certo e espero levar esse Santos ainda mais para frente. Temos um grupo bom, estamos fora da Copa do Brasil, mas sei que temos condições de brigar lá na frente no Brasileirão. A maratona está ai e podemos encostar ainda mais. Vamos no apegar a essa coerência para brigar lá na frente. Temos uma nova geração de técnico, cada um querendo impor a sua filosofia de trabalho. Fico feliz em fazer parte desse grupo e estou lutando também para conseguir meu espaço.

Quem perdeu ou ganhou espaço

Neilton
Atacante antes era o xodó e foi titular nos primeiros 13 jogos do treinador à frente da equipe. Perdeu espaço com a chegada de Everton Costa e não vem sendo relacionado pelo técnico.

Gabriel
Relacionado para o confronto com o Grêmio de última hora para evitar possível doping de Victor Andrade, entrou no segundo tempo do jogo, deixou sua marca e virou titular.

Giva
Depois de um tempo sem ser relacionado para as partidas da equipe, voltou a ser opção e entrou nos últimos três jogos. Enquanto isso, Willian José perdeu espaço.

Leandrinho
Apesar de boas atuações, foi para a reserva depois da goleada por 8 a 0 sofrida para o Barcelona. Nos últimos três jogos voltou a ser titular da equipe.

Léo Cittadini
Foi a aposta de Claudinei para substituir Montillo contra o Grêmio. Após ir mal, perdeu espaço para Pedro Castro e não foi relacionado para os próximos dois jogos.

Henrique
Foi para o banco quando Claudinei assumiu e não vinha sendo relacionado. No entanto, foi titular contra o Cruzeiro, foi bem, mas voltou a não ser relacionado pelo treinador. Foi negociado com a Lusa.