CBDA muda e libera nadadores para treinarem fora do Brasil

Por muito tempo a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), por meio de seu presidente Coaracy Nunes, torceu o nariz quando nadadores brasileiros escolhiam o exterior para treinar. Mas a mentalidade mudou. Neste domingo, no centro de treinamento de Crystal Palace, em Londres, o discurso da dirigência foi outro.

Ricardo de Moura, supervisor da confederação, reconheceu na entrevista coletiva concedida ontem que agora os atletas estão livres para escolherem o melhor caminho que desejarem em suas preparações.

Até alguns anos atrás, atletas da Seleção Brasileira eram pressionados publicamente por Coaracy para permanecerem no Brasil. Uma forma que o cartola usava para isso era a ameaça de corte do patrocínio que os Correios dão para os membros da elite da natação. Um dos que passaram por isso foi Cesar Cielo, quando ele partiu para os Estados Unidos em 2006.

– Isso está mudando por uma série de razões. O primeiro fator é o direito constitucional da pessoa poder ir e vir. Mas o (treino) que serve para um pode não servir para outro, não existe uma regra básica – disse De Moura em Crystal Palace.

Atualmente, a maioria da equipe olímpica brasileira treina no Brasil. Dos 19 atletas, apenas Marcelo Chierighini, Nicolas Oliveira, Felipe Lima e João de Lucca estão no exterior, nos Estados Unidos. Mas, ao longo deste ciclo olímpico, nomes como Cielo, Thiago Pereira e Fabíola Molina se prepararam em piscinas estrangeiras.