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Campeão de futebol de mesa com o coração dividido

As imagens de Lanús 1 x 1 Flamengo (Foto: Enrique Marcarian/Reuters)
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Dia 28/10/2015
04:53

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O coração de Lian Carlos da Rocha de Oliveira estará mais dividido do que o de qualquer pessoa que tenha duas paixões nesta quarta-feira. Atleta de futebol de mesa do Fluminense há seis anos, o rapaz é torcedor do Boca Juniors e não esconde sua paixão. Aliás, foi com o time xeneize que Lian conquistou sua maior glória no esporte: o título mundial da categoria dadinho em 2003, no mesmo ano em que o time argentino conquistava o Mundial de Clubes de futebol.

O próprio Lian não sabe como fará para o coração aguentar tanta emoção. Em 2008, passou pela mesma experiência. Já como atleta tricolor, ele viu o Flu eliminar o rival na mesma Copa Santander Libertadores. Ficou feliz e triste ao mesmo tempo. Mas como pode? A paixão pelo Boca sempre fala mais alto para o atleta de 38 anos:

 Torcedor de Flu e Boca está com o coração dividido


– Minha história com o Boca é curiosa. Sempre fui fã do Romário. Quando comecei a jogar futebol de mesa, queria jogar com o PSV (HOL), clube dele na época, mas não pude. Então escolhi o Boca Juniors. Meu pai de criação é argentino e por isso sempre me identifiquei com o clube. Com meu time de botão do Boca fui campeão do mundo. É uma paixão sem fronteiras – revelou.

Mesmo sendo mais torcedor do time xeneize do que do Fluminense, Lian já escolheu de que lado ficará hoje, no Engenhão. Ele estará no estádio, para ver seus ídolos, mas torcerá para o clube que o acolheu e lhe deu a oportunidade de ser atleta:

– Vou torcer pelo Fluminense, pelo respeito que tenho e carinho que me dão aqui. Mas não vou comemorar gol de ninguém – afirmou.

Lian passará por fortes emoções nesta quarta à noite. Aguenta, coração!

SONHO É CONHECER A LA BOMBONERA

Fanático pelo Boca Juniors e apesar de ter muitos objetos alusivos ao clube, Lian nunca teve a oportunidade de ir à Buenos Aires, muito menos na famosa casa do seu clube do coração: Bombonera.

Aos 38 anos, o campeão mundial de futebol de mesa, que também trabalha como segurança em uma rede de hospitais, diz que irá juntar dinheiro para realizar seu maior sonho de ir para a capital argentina e entrar no estádio:

– Um dia eu vou em La Bombonera. É um sonho que preciso realizar. Fico até arrepiado só em pensar na possibilidade. Às vezes eu acho que em outra encarnação eu morei no bairro de La Boca (local onde fica a Bombonera), porque conheço tudo de lá – disse.

Todos os pertences do Boca Juniors que Lian tem, ganhou de amigos e parentes que sabem da idolatria e da paixão que ele nutre pelo clube argentino.

OS CAUSOS DE LIAN CARLOS COM O BOCA JUNIORS

Invasão à concentração
Em 2001 quando o Boca Juniors veio enfrentar o Vasco, pela Libertadores, Lian se passou por um argentino e conseguiu invadir a concentração do clube, em um hotel em São Conrado, na Zona Oeste da cidade. Ao entrar no saguão, os seguranças tentaram colocar o fanático torcedor para fora, mas Lian foi salvo pelo então técnico da equipe xeneize, Carlos Bianchi, que não acreditou que um brasileiro torcia para o Boca.

Ingressos grátis
Lian conseguiu ter acesso aos jogadores do Boca Juniors, também em 2001. Inclusive ficou conversando por horas com o lateral  Bermudez, o meia Gaitán, além do craque Riquelme. Bermudez gostou tanto de Lian, que deu para ele ingressos para a partida contra o Vasco, pela Libertadores. Na verdade, ele queria presenteá-lo com uma camisa, mas não tinha nenhuma em mãos.

Bate-Bola
Lian Carlos da Rocha, atleta do Flu com coração dividido

LANCENET!: Como você conheceu o futebol de botão?
LIAN: Eu era uma criança muito agitada. Ficava atrapalhando minha mãe nas tarefas domésticas e ela comprou uma mesa de botão para mim. Ficava jogando sozinho e deixava ela trabalhar tranquila dentro de casa (risos).

LNET!: Qual a importância do futebol de mesa para sua vida?
L: Muita. Quando minha mãe morreu, eu morei na rua e não segui o caminho das drogas graças ao futebol de mesa, que ocupava meu tempo e minha cabeça.

LNET!: Como chegou o convite para jogar pelo Fluminense?
L: Depois que fui campeão mundial, treinando na minha casa, me convidaram e aceitei o desafio, porque minha avó era tricolor.

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