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Calendário impede clubes brasileiros de excursionarem no estrangeiro

Milan x Internacional - Copa Audi - D'Alessandro (Foto: Alexandre Lops/Inter)
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Dia 28/10/2015
05:16

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O abismo entre o calendário nacional e o europeu, além de interferir dentro das quatro linhas com times desfalcados por lesões e pela janela de transferências, também afeta a receita dos clubes brasileiros.

Enquanto no Velho Continente, Real Madrid, Barcelona, Manchester United e Chelsea (veja mais detalhes abaixo) saem pelo mundo à procura de novos mercados consumidores e aumentam o lucro durante a pré-temporada, nossos clubes esbarraram na tabela do Campeonato Brasileiro, perdendo ótima oportunidade de internacionalizarem a marca e fortificarem o marketing.

Os catalães, por exemplo, em 2011, faturaram 1,4 milhão de euros com cada partida disputada (R$ 3,1 milhões) nos Estados Unidos. No fim das contas, o Barça regressou à Espanha 4,2 milhões de euros (R$ 9,3 milhões) ainda mais rico.

Apenas o Internacional, também no ano passado, fugiu da rotina e se aventurou na Copa Audi, torneio disputado em agosto contra Milan, Barcelona e Bayern de Munique, na Allianz Arena, na Alemanha. O Colorado embolsou 300 mil dólares na viagem (R$ 614 mil).

– É um passo. Se os problemas não forem resolvidos pelo calendário, os clubes começarão a colocar elenco B nas competições nacionais para ganharem dinheiro. Falta alguém atirar a primeira pedra – prevê ao LANCE! Fernando Ferreira Pinto, economista, sócio-diretor da Pluri Consultoria e especialista em Gestão e Marketing do Esporte.

A chance de disputar grandes jogos na pré-temporada é comemorada até pelos times com menor investimento no Velho Continente.

– Quando se faz esse tipo de atividade, a imagem do clube aparece. É bom para os patrocinadores e para o elenco. É ótimo na parte técnica, financeira e física – disse o meia Guly do Prado, do Southampton.

A ÚLTIMA PRÉ-TEMPORADA DOS GIGANTES EUROPEUS

Real Madrid - Estados Unidos

Ação de marketing: o clube adotou uma promoção durante a pré-temporada: quem comprasse o ingresso de 300 euros (R$ 781), além de uma das quatro partidas do time merengue, poderia assistir um treino com livre acesso aos jogadores galácticos.

Barcelona - Europa e Marrocos

O clube encurtou as distâncias e jogou apenas uma vez fora da Europa. Os astros Messi, Xavi e Iniesta retornaram de férias na metade da excursão do Barça, que incluiu Hamburgo, Paris, Bucareste, Gotemburgo e Tânger (MAR).

Manchester United - China e África do Sul

Nos últimos três anos, passou por sete países fora da Europa com o objetivo de fortalecer a marca internacional. A China sempre está nos planos pois o clube trabalha com uma projeção de 72 milhões de fãs no país asiático.

Chelsea - Estados Unidos

Jogou quatro partidas no país norte-americano. Para os próximos anos, o clube estuda a possibilidade de visitar a Índia. O objetivo dos atuais campeões da Europa é deixar um legado no segundo país mais populoso do mundo.

Clubes menores também pensam grande

Atlético de Madrid (ESP) - O clube pegou carona na boa fase de Falcao García e fez uma série de amistosos na Colômbia, país de origem do atacante.

Tottenham (ING) - Além dos compatriotas Chelsea e Liverpool, os Spurs também apostaram nos Estados Unidos para realizarem a pré-temporada.

BATE-BOLA

Fernando Ferreira - Economista e sócio-diretor da Pluri Consultoria, ao LANCE!

LANCE: Como você avalia a postura de mercado dos principais clubes brasileiros atualmente?

Fernando Ferreira: Apenas o Corinthians, com a contratação do chinês Zizao, mostrou uma estratégia relevante. Ainda é muito pouco. A receita da televisão gera uma grande acomodação. Precisamos perder a timidez. Perceber, por exemplo, nossas áreas de influências. Temos um continente inteiro (América do Sul) e não nos damos conta.

LANCE: Por que os clubes brasileiros não têm a mesma visão globalizada dos europeus?

Fernando Ferreira: Falta ambição e organização mais eficiente. Se os clubes tivessem donos ou se fossem propriedade particular de algum diretor, isso não aconteceria. Hoje, eles são entidades sem fins lucrativos.

Com a Palavra - João Paulo, meia do Inter

A Copa Audi foi o meu primeiro campeonato como profissional. Só isso já fez a competição ter sido muito importante. O Internacional também teve uma visibilidade muito grande, um retorno em termos de marketing muito bom.

O calendário brasileiro é muito apertado e dificulta outras viagens como a que o Inter fez. Isso deveria mudar, pois os clubes só têm a ganhar com excursões. Todos saem ganhando, pois parcerias podem ser firmadas assim.

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