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Em boa fase, Wendel quer mais jogos para anotar em seu ‘caderninho’

Dia 01/03/2016
03:35

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Praticamente todos os jogadores hoje em dia têm assessoria de imprensa, que é a responsável por qualquer dado relacionado à carreira do atleta. Mas no Palmeiras há um caso diferente, e muito pouco comum no futebol: do volante Wendel.

O camisa 13 do Verdão tem um caderno em casa, no qual anota todas as partidas que faz pelo Alviverde, desde que estreou no time profissional, em 2006. A ideia surgiu após ver o ex-companheiro Thiago Gomes fazer o mesmo. A marcação é simples: toda vez que atua, coloca a data, o placar, o adversário e a competição do jogo.

A conta de Wendel é tão precisa que até o clube ele já corrigiu. Foi o jogador que avisou quando faria sua centésima partida pelo Alviverde, já que para a assessoria do Palmeiras ele ainda faria o jogo 99.

– Como minha estreia me marcou muito, comecei a anotar. Fui fazendo isso, até que quando fui fazer meu jogo 100 deu diferença com a da assessoria. Eu trouxe o caderninho, o pessoal conferiu e a minha conta estava certa. Não tenho como errar, anoto todos os jogos. Eu que avisei que seria o jogo 100 – contou, ao LANCE!Net.

O caderno é o mesmo de sempre, desde o início. Ele cuida e faz pessoalmente as anotações. E não são apenas os jogos deles que estão lá. Wendel o utiliza até para projetar o futuro fora dos campos.

– Não mudei de caderno, até porque se for passar a limpo são 160 anotações (risos). Eu anoto também alguns treinos, como busco no futuro estar em alguma comissão ou dar aula para crianças, eu anoto como é o treino para poder dar lá na frente. É como um estágio para mim – disse.

Após muito tempo esquecido, o caderninho do volante teve mais duas linhas preenchidas nessa semana. Foi chamado para atuar improvisado na vaga de Juninho, lesionado. Ele espera ter mais a anotar.

– Vou trabalhando, deixando tudo acontecer naturalmente. Sempre viso o próximo jogo, tenho de respeitar, mas sempre com a esperança de estar dentro de campo. Vou dar a vida sempre em campo – declarou.

Mesmo quando o caderno ficou de lado, Wendel não desanimou. É hora de tirar a poeira do “companheiro”.

Confira uma entrevista exclusiva com Wendel:

LANCE!Net: Como foi passar por todo esse tempo sem chances na equipe?

WENDEL: É normal ficar um pouco triste e chateado, mas nunca deve se entregar. Eu procurava não passar isso para ninguém, sempre me mostrava contente e feliz, procurava trabalhar ainda mais. Sabia que eu era um exemplo para todos os jogadores, pela história que tenho aqui, então eu trabalhava mais. Sabia que na hora que eu entrasse em campo tinha de ter uma boa condição física para jogar bem.

L!Net: Chegou a pensar em sair?

W: Como eu já tinha sido emprestado três vezes, minha meta era ficar aqui. Mesmo não relacionado, eu tinha fé que um dia a chance iria chegar e para isso eu tinha de trabalhar muito. Meu objetivo não era sair, tive chance, mas preferi ficar no clube.

L!Net: Você pedia para fazer treinos extras quando não era relacionado?

W: Sempre depois dos treinos fazemos a parte física, de resistência, velocidade, que é o que mais usa no futebol. Sempre fazia um trabalho separado, às vezes com bola, cruzamentos, porque isso ajuda bastante e faz diferença. É o complemento. Quem não é o craque tem de ter a parte física, tem de superar nisso. As chances são uma recompensa.

L!Net: Considera-se viciado em treino?

W: Os caras brincam comigo, que sou meio tarado (risos). O Eguren chegou, eles falaram que era meu companheiro, porque ele gosta também. Pra mim é um prazer fazer a parte física. Os outros brincam, falam que é vício, que sou tarado... Mas eu vejo como uma motivação. No rachão sempre sou o primeiro a ser escolhido, porque o pessoal gosta de quem corre, dos trabalhadores.

L!Net: E pegam mais no seu pé por não fazer gol ou por treinar muito?

W: Por não fazer gol mesmo, porque treinar eles tiram sarro e sabem que é algo bom. Alguns até fazem o complemento comigo, se motivam me vendo. Gosto de fazer abdominal, flexão, eles veem isso e me acompanham às vezes. Hoje até há alguns que às vezes fazem isso.

L!Net: Quando fizer o gol a anotação no caderno vai ser diferente?

W: Teve um gol que chutei, a bola bateu no zagueiro e ele não quis dar para mim. Se tivesse dado... Nem sei o que vou fazer, o pessoal brinca que vou em todos os lados do campo, vou beijar a aliança, correr sem parar... Mas espero esse momento.


Dedicação extra e apelidos

Mesmo com poucas chances, Wendel não perdeu a característica de sempre fazer treinos extras e até pedir para isso.  Geralmente ele costuma aprimorar a parte física, com trabalhos no campo e de musculação. Por conta disso, recebeu dois apelidos: Homem Pedra e Pedrita, fazendo alusão à força dele por conta dessa “obsessão” por treinos. O jogador diz não se importar e já estar acostumado em ser chamado dessa forma.

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