Após Pan, Joanna Maranhão treina de olho em Londres
- Matéria
- Mais Notícias
Após as três medalhas conquistadas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro, Joanna Maranhão já pensa em 2012. Ao contrário da maioria dos atletas brasileiros da natação, que tiraram férias após o Pan, a pernambucana seguiu para um período de 21 dias de treino intensivo, em um centro de treinamento na altitude de Sierra Nevada, na Espanha. O objetivo é um só, um bom resultado na Olimpíada de Londres, em 2012.
Joanna se prepara para a disputa do Open de natação, no Rio de Janeiro, em dezembro, onde tentará conseguir o índice olímpico - 2m13s35 nos 200m medley, 4m41s74 nos 400m medley e 2m08s95 nos 200m borboleta. Para buscar a vaga em Londres, a brasileira teve que recorrer a solidariedade da mãe e de amigos para conseguir os recursos para a viagem, cerca de 5 mil euros (12 mil reais).
- Estou na Espanha com dinheiro emprestado da minha mãe e de amigos. Até procurei algumas entidades mas a burocracia é grande e não obtive resposta alguma. Pensei que com as medalhas do pan, as coisas fossem melhorar. Tenho que continuar treinando e buscando mais resultados, não tem jeito. A nossa vontade é de ir para a Florida (EUA), no final de Dezembro e ficar por lá o mês de Janeiro, aproveitando para competir. Janeiro é um mês meio morto no Brasil e estando por lá, já iria ganhando ritmo e nadando contra possíveis adversárias em Londres, disse ela.
Joanna Maranhão, que no México conquistou duas pratas (400m medley e 4x200m medley) e um bronze (200m medley), viajou para a Espanha com sua nova treinadora, Rosane Carneiro. A nadadora recentemente trocou o Minas pelo Flamengo, após a saída de Fernando Vanzella do clube de Belo Horizonte.
- O Vanzella foi a principal razão da minha ida para o Minas. Nestes dois anos e meio, acho que aprendi muita coisa. Nunca tinha treinado numa equipe grande e por um lado foi bom ter companheiros de treino com o Rodrigo Castro, mas também aprendi que funciono melhor treinando sozinha. O próprio Vanzella fazia treinos separados pra mim. A saída dele foi muito dura e é da minha personalidade questionar. O clube não vencia o brasileiro há mais de 10 anos e nunca teve um projeto olímpico. Como que um cara como ele vem e consegue isso tudo e é mandado embora? Não concordei e continuo sem concordar - desabafou.
A nadadora, que se divide atualmente entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, fez questão de ressaltar a importância da treinadora nesta nova fase da sua carreira.
- Quanto a Rosane, somos amigas há anos. Logo, eu pedi pra que ela me ajudasse, num primeiro momento ela hesitou, mas acabou topando. Minha relação com a Rosane é ótima, somos boas amigas que hoje trabalham juntas, nossa cumplicidade é grande, ela sabe como trabalhar comigo, com meu temperamento.
Bate Bola
Joanna Maranhão, com exclusividade ao LANCENET!
Como surgiu a idéia de passar estes 21 dias na Espanha?
Eu e a Rosane acreditamos muito nesse tipo de treinamento. São 21 dias em que você se fortalece física e mentalmente porque um centro como este tem de tudo. Acordo, vou para o treino, faço parte fisica, descanso e a tarde tem mais treino. O dia parece que dura 30 horas, É um desafio mental também. No Brasil, dificilmente eu conseguiria realizar tantas sessões de treinamento com essa qualidade porque sempre tem algo pra fazer. É a sexta vez que venho e sempre repito que nunca mais eu volto, mas depois eu vejo que valeu a pena. É como se em três semanas você treinasse o mesmo que em dois meses. Diante da nossa situação de buscar indices e melhora no ranking mundial, o treinamento veio em um momento perfeito.
Qual é sua rotina diária em Sierra Nevada?
Acordo as 06h30 e faço um lanche rápido. Caio na água das 7h as 9h. Depois tomo café e vou para a preparação física. Em seguida, almoço e as 15h vou para água outra vez. Geralmente, após o treino da tarde, eu e a Rosane ficamos na sala, vendo tv, na internet ou lendo algum livro. Um dia por semana treino na água na parte da manhã e a tarde dou uma volta na cidade de Granada, vou ao cinema, faço compras, distraio, para dar uma renovada nas energias.
Qual o saldo que você faz da temporada de 2011?
O saldo foi mais do que positivo. Me libertei de algumas pessoas que não me faziam bem. Tenho a consciência tranquila de que fiz a minha parte e valorizei o trabalho do Vanzella e hojeconfio de olhos fechados no trabalho da Rosane, do meu preparador físico, Gabriel Quinan e da nutricionista, Marcella Amar.
Você não disputou os últimos dias do Pan por causa de uma lesão no dedo. Ainda sente dores? O que aconteceu?
Na chegada dos 200 medley meu dedo indicador esquerdo bateu com muita força na placa, Logo depois da prova, já sentia dor e foi só piorando. Tive que nadar o 4x200 livre e foi na raça mesmo. Infelizmente, nos 200 borboleta, por mais que eu tenha tentado não pensar, senti dor a prova inteira. Foi uma lesão no tendão, então demora mais pra recuperar por ser uma área pouco vascularizada. Ainda sinto dor e uma limitação da amplitude de movimento. Meu dedo indicador ainda não fecha completamente, mas vai melhorando, no final do mês acho que já estará normal.
- Matéria
- Mais Notícias