Ana Paula Oliveira: ‘Sempre gostei do Botafogo’

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Personagem principal do confronto entre Botafogo e Figueirense pela Copa do Brasil de 2007, Ana Paula Oliveira não esconde que até hoje sofre com a fúria de parte da torcida do Glorioso. Às vésperas do jogo que colocará os dois clubes frente a frente no Engenhão, neste sábado, pelo Brasileirão, a bela bandeirinha conversou com o LANCENET! a respeito da polêmica e foi taxativa sobre os comentários de que prejudicou o clube carioca:
– Não tenho nada contra o clube, pelo contrário, sempre gostei do Botafogo. Meu pai era corintiano, mas idolatrava Garrincha. Peguei carinho pelo clube, cresci lendo Armando Nogueira. Por causa de um jogo, sou obrigada a escutar coisas que não merecia – desabafou.
FOTOS: Confira imagens da bandeirinha Ana Paula Oliveira
A declaração pode soar de maneira estranha, já que Ana Paula entrou em declínio como assistente justamente depois das decisões controversas naquela semifinal. Hoje, aos 33 anos e com trabalho de comentarista na Record, ela não guarda rancor das críticas.
– O duelo virou polêmica por um dirigente, que reclamou e deu declarações machistas. Naquele jogo, eu já havia recebido uma proposta da “Playboy”. Aceitei depois porque era irrecusável. Nem dinheiro para comprar uma casa eu tinha. Não me promovi com o Botafogo – comentou Ana Paula, que após os impedimentos foi afastada pela CBF por 15 dias e nesse tempo fechou com a revista “Playboy”. Ela nunca mais voltou aos campos depois daquele jogo.
– Durmo tranquila. Eram lances de questão interpretativa, milimétricos. Fiz o certo nos dois lances.
A POLÊMICA
Botafogo 3 x 1 Figueirense
Ana Paula anulou dois gols do Botafogo por impedimento. No primeiro lance, Zé Roberto aproveitou rebote. Nem as câmeras mostram o lance com precisão. No segundo, Lucio Flavio cobrou falta e Vagner marcou, mas a assistente indicou Alex, que tentou cabecear perto do goleiro, em posição ilegal. Com os 2 a 0 do Figueira na ida, o Botafogo saiu.
Depois da partida
Ana Paula foi afastada pela CBF por 15 dias, saiu na “Playboy” e largou o apito.
META É RETORNO PARA BANDEIRA
Ana Paula ainda tem como objetivo voltar aos campos como assistente. Ao se dizer curada de lesões na tíbia, osso abaixo dos joelhos, nas pernas direita e esquerda, ela mira o teste da Federação Paulista para retomar a carreira. A assistente ainda faz parte do quadro da federação e pediu licença médica. Agora, acredita que está em boas condições.
– Sofri uma lesão, mas não consegui parar e cuidar disso, pois tinha outros compromissos profissionais. Neste ano, consegui me recuperar e hoje consigo correr dez quilômetros por dia.
O próximo teste da Federação Paulista será em dezembro.
BATE-BOLA
Ana Paula Oliveira
Com exclusividade ao LANCENET!
Para você, o que representa os lances polêmicos naquele jogo?
Eu já vi a gravação dos lances diversas vezes e costumo mostrar as jogadas em minhas palestras. Foram marcações difíceis, episódios ricos em detalhes. São exemplos do futebol rápido e moderno.
Como viver com a pressão de parte da torcida do Botafogo?
Fico triste com xingamentos no meu site. O goleiro do Botafogo falhou, mas só lembram de mim. Entrei para a História como a pessoa que eliminou o time. E o que o Botafogo ganhou de lá para cá?
Existe mágoa pela frase do vice de futebol do Botafogo na época, Carlos Augusto Montenegro: “Não vejo mulher em Copa do Mundo, não vi mulher na final da Liga dos Campeões, nem nas decisões mais importantes do mundo?”
Foi a declaração que desencadeou toda a polêmica. Eu mesma saí sem problemas do Maracanã, mas o dirigente despertou um sentimento de raiva na torcida. Mas não o condeno. Futebol é paixão. Só que isso me marcou.
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