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Adriano: prontuário com 40 faltas dá base jurídica ao Timão para justa causa

Dia 27/10/2015
22:04

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O Corinthians dizia que tentaria acordo com o empresário de Adriano para pagar o valor da rescisão de contrato, que já estava decidida no último dia 12 de março. O diretor de futebol Roberto de Andrade, em entrevistas para emissoras de rádio e TV, reforçou a intenção e estipulou valor aproximado de R$ 1,8 milhão.

Mas, na realidade, o clube já estava amparado para dar justa causa, por conta das diversas insubordinações ao longo de sua passagem. Um dos argumentos, segundo o LANCENET! apurou, foi as cerca de 40 faltas nas sessões de fisioterapia e/ou treinamentos, que estão no prontuário do jogador e será utilizado caso aconteça uma briga jurídica no futuro.

Em sua última semana, Adriano fez treinos ruins e, segundo um membro da comissão técnica, teve episódio de bebida alcoólica. Na sexta, dia 9, ele recusou-se a fazer uma pesagem de rotina e foi barrado, o que foi a gota d’água. O presidente Mário Gobbi Filho ouviu funcionários nos dias seguintes para tomar a decisão de mandá-lo embora.

O atacante chegou a ser chamado para acertar a demissão, e o clube cogitou pagar um valor simbólico para manter o discurso de “rescisão amigável”. Ele ficaria com a "ficha limpa" e o clube não teria de pagar o valor proposto pela Lei Pelé, em caso de rescisão contratual comum. Como ele não apareceu, o processo foi conduzido pelos advogados corintianos.

Na última quinta-feira, o Corinthians depositou na conta do jogador o valor referente aos 12 dias trabalhados em março. Na carteira de trabalho, eram depositados 80% dos cerca de R$ 380 mil mensais. Os outros 20% eram direito de imagem. O jogador ainda pode entrar na Justiça do Trabalho para contestar a sua demissão por justa causa.

CRONOLOGIA DOS FATOS:

Dia 12: Corinthians avisa ao empresário do jogador, Luiz Cláudio de Menezes, o Lucca, de que a demissão será por justa causa, com base no prontuário do jogador, que apresenta cerca de 40 faltas, além de outros problemas causados pelo Imperador durante a sua passagem pelo Parque São Jorge. Porém, o clube deixa aberta a possibilidade de mediante a um acordo na base do quase 'zero a zero' retirar a justa causa da demissão. No popular, o jogador evitaria sujar sua carteira de trabalho. Nas entrevistas posteriores, os dirigentes mantém o discurso de acordo amigável (alguns falam até em valores) e omitem o principal: a justa causa já comunicada ao empresário. Segundo eles, 'para preservar o jogador'.

Dia 17: As partes se encontraram novamente, mas o agente se mostra irredutível em receber dinheiro pela rescisão. O clube, que deu a chance de evitar a justa causa sob um acordo quase no 'zero a zero', não cede. A situação fica difícil de ser resolvida. As entrevistas dos dirigentes seguem em tom de possível acordo, omitindo a justa causa já avisada ao agente.

Dia 22: O prazo de dez dias para o pagamento dos valores que o jogador tem a receber chega ao fim. O Corinthians, então, para cumprir o que a lei trabalhista determina em caso de demissão por justa causa, faz o depósito referente aos 12 dias trabalhados no mês, mais férias e 13º salário referentes aos quatro meses de 2012 - Na carteira de trabalho, eram depositados 80% dos cerca de R$ 380 mil mensais. Os outros 20% eram direito de imagem.

Dia 23: Por meio de uma nota oficial no site, o Corinthians anuncia aquilo que já havia sido comunicado ao empresário há cerca de dias, mas estava sendo escondido nas entrevistas dos dirigentes durante esse período: a demissão por justa causa de Adriano.

Mentiras ‘oficiais’

Rescisão – Parte I
No dia 12 de março, o clube anunciou que o Imperador estava fora. Em nota oficial, usou o termo “comum acordo” para o contrato ter sido encerrado.

Reunião... para quê?
No dia 17, o clube divulgou que houve reunião do departamento jurídico com os representantes do jogador. “As partes voltarão a se reunir no final da semana que vem para tratar de alguns detalhes ainda pendentes da rescisão do contrato”, diz a nota.

Rescisão – Parte II
Nesta sexta, parte da verdade veio à tona em nota oficial. O clube divulgou a demissão por justa causa, dizendo que omitiu o ato para preservar Adriano, sem expor os motivos.

As mentiras sobre a saída de Adriano...

“Não sai sem receber. Nosso jurídico vai falar com o advogado dele para fazer acordo”
Roberto de Andrade
Diretor de futebol, em 12/3, data da demissão de adriano

“Justa causa é um processo e quem julga é a Justiça. Não quero chegar a esse ponto”
Roberto de Andrade
Em 14/3, dois dias depois da demissão por justa causa

“Faltavam quatro meses de contrato ainda, então teremos de pagar. Acho que algo em torno de R$ 1,8 milhão”
Roberto de Andrade
Dois dias depois da justa causa

“O jurídico está se reunindo com o procurador dele para ter um desfecho que seja bom para ambas as partes”
Mário Gobbi
Presidente do Corinthians, em 21/3, nove dias depois da demissão

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