Acordo entre Puma e São Paulo foi ignorado após não pagamento de comissão a namorada de Aidar
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O imbróglio envolvendo São Paulo, Puma e Under Armour ganha novos capítulos a cada dia. O LANCE!Net apurou que a Puma teve o acordo firmado em 28 de agosto deste ano ignorado pelo Tricolor assim que a empresa se recusou a pagar comissão a Cinira Maturana, namorada do presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar. Os dois lados da negociação têm documentos que comprovam os pedidos de Cinira.
Vitoriosa na concorrência para se tornar a nova fornecedora de materiais esportivos do clube paulista a partir do término do vínculo do Penalty, a Puma pagaria praticamente o mesmo valor que a Under Armour ofereceu dias depois: aproximadamente R$ 75 milhões por um contrato de cinco anos (R$ 15 milhões por temporada).
Com a Puma "fora do caminho", a Under Armour, que chegou a parabenizar informalmente a concorrente pelo acordo com o São Paulo, surgiu como interessada, aceitou o pagamento de comissão (20% do contrato) e fechou um pré-contrato com o clube, que, agora, se prepara para rescindir vínculo com a Penalty em fevereiro de 2015 - inicialmente era válido até dezembro.
Irritada com o impasse e estudando a possibilidade de entrar na Justiça, a presidência da Puma na Alemanha enviou uma carta ao clube paulista reclamando e cobrando explicações do descumprimento do acordo. O documento foi recebido por Carlos Miguel Aidar (presidente), Júlio Casares (vice-presidente de marketing) e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco (presidente do Conselho Deliberativo). Até mesmo Marcelo Ferreira, CEO da Under Armour no Brasil, também recebeu o comunicado.
VERSÃO DA PUMA:
"A PUMA vem a público informar que o relacionamento com o SPFC foi iniciado no ano de 2013 através do então vice-presidente geral, Sr. Roberto Natel. No dia 5 de agosto de 2014, a PUMA foi convidada a participar da concorrência para assumir o patrocínio e fornecimento de material esportivo do clube. Representaram o SPFC nas negociações: Sr. Gilberto Ratto, atual diretor de marketing da CBF e ex-gerente de marketing do clube paulista; e Sr. Ruy Barbosa, diretor de marketing do São Paulo. Na mesma data, a PUMA foi informada sobre a existência de mais um concorrente.
Em 28 de agosto de 2014, a marca foi informada pelo SPFC que havia sido a vencedora da concorrência para o patrocínio e fornecimento de material esportivo do clube. No mesmo dia, os representantes do SPFC e da PUMA assinaram o acordo, que passaria a vigorar assim que terminado, de forma antecipada ou não, o contrato do atual fornecedor de material esportivo. A Sra. Cinira Maturana esteve presente em algumas reuniões tão somente como convidada do presidente do clube.
Este acordo previa o respeitoso término do contrato do atual fornecedor de material esportivo, uma vez que a PUMA sempre respeita os contratos vigentes dos seus concorrentes.
Somente depois de assinado o acordo, a pedido do presidente do clube, a Sra. Cinira Maturana foi indicada como pessoa de contato para a transição entre o fornecedor atual do clube e a PUMA.
Maiores detalhes serão expostos em fórum apropriado".
VERSÃO DO SÃO PAULO:
"1 – Várias conversas entre a empresa e o clube aconteceram e nelas a Puma manifestava seu desejo de vir a ser a fornecedora de materiais esportivos para o São Paulo;
2 – As negociações entre as duas instituições foram coordenadas pela sra. Cinira Maturana, como já foi divulgado em entrevista coletiva na data de ontem, no Morumbi;
3 – Em determinado ponto das negociações, os presidentes da Puma, sr. Fábio Espejo, e o do São Paulo Futebol Clube, Carlos Miguel Aidar, decidiram assinar uma “Carta de Intenções”;
4 – Esse documento indicava que a Puma poderia vir a ser a fornecedora de material esportivo para o São Paulo, desde que respeitadas algumas cláusulas condicionantes, entre elas:
a – Que o contrato com a Penalty, atual fornecedora fosse extinto, concluído ou rescindido, o que não ocorreu;
b – Que um contrato trazendo os termos definitivos de um eventual acordo fosse assinado até meados de setembro, o que também não aconteceu;
5 – Por entender que outras oportunidades mais vantajosas para o São Paulo surgiram e respeitando a vigência do contrato com a Penalty, o São Paulo Futebol Clube decidiu não concretizar o negócio com a fabricante alemã;
6 - Assim que o prazo previsto na “Carta de Intenções” expirou, o presidente Carlos Miguel Aidar, em sua sala no Morumbi, na presença do Diretor Jurídico, Leonardo Serafim, comunicou pessoalmente o presidente da Puma, Fábio Espejo, que a assinatura do Contrato definitivo não se concretizaria; ato contínuo o executivo da Puma recebeu em mãos um documento com essa informação, mas decidiu não assina-lo, para atestar a entrega.
7 – O São Paulo Futebol Clube lamenta que o fracasso das negociações entre o clube e a Puma do Brasil tenham levado à demissão do responsável pela área de marketing da empresa alemã, bem como compreende que o presidente da Puma no Brasil, sr. Fábio Espejo, em situação delicada e fragilizada na relação com a matriz da Puma, por não ter conseguido concluir o negócio satisfatoriamente;
8 – O São Paulo reitera que a fornecedora oficial de material esportiva para o São Paulo é a Penalty".
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