Time russo quer que São Paulo pague por todo o empréstimo de Pedrinho e barra saída do ponta
Ponta, dispensado do Tricolor após ser acusado de agredir e ameaçar ex-namorada, tem retorno acertado ao América-MG
Um imbróglio entre São Paulo e Lokomotiv, da Rússia, está impedindo o acerto e anúncio oficial da contratação por empréstimo do ponta Pedrinho pelo América-MG para o restante da temporada.
A situação motivou o jogador, dispensado pelo Tricolor no fim de abril após ser acusado pela ex-namorada de agressão e ameaça, a entrar na Justiça do Trabalho contra o clube do Morumbi, exigindo sua reintegração ao plantel. A informação do processo foi divulgada inicialmente pelo portal 'Globo Esporte'. O caso criminal envolvendo o jogador segue em investigação pela Polícia Civil paulista.
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Segundo apurado pelo LANCE!, o Lokomotiv exige que o São Paulo quite por todo o empréstimo de Pedrinho para aceitar o rompimento do contrato de empréstimo assinado até o final desse ano. Os russos alegam que o Tricolor pagou apenas o valor condizente com os pouco mais de quatro meses que Pedrinho passou no Morumbi. Foram dez jogos e três gols no período.
Internamente, dirigentes tricolores revelaram ao L! que estão amparados legalmente na decisão. Pedrinho foi acusado de um crime grave enquanto jogador do clube. Portanto a demissão estava amparada.
O problema, para o América-MG, é que a confusão entre paulistas e russos lhe afeta. O clube de Belo Horizonte (MG) acertou contrato com Pedrinho até o final do ano. Teoricamente, herdou o empréstimo que ainda valia para o Tricolor. Mas na hora de fechar o acerto, o Lokomotiv bateu o pé. Só libera o ponta após o São Paulo pagar o que acha que lhe deve.
Pedrinho passou pelo Coelho no ano passado, marcando oito gols e dando três assistências em 34 jogos, antes de ser negociado pelo Bragantino, então dono de seus direitos federativos, com o futebol russo.
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O CASO
O ponta não atua desde março, quando o Boletim de Ocorrência feito pela sua ex veio à tona. Após ser dispensado, o meia-atacante Pedrinho divulgou nota no início de uma madrugada, assinada em conjunto com seu advogado, Daniel Leon Bialski, criticando o clube do Morumbi pela decisão. O texto ainda pontua a versão do jogador para a acusação de que teria agredido a ex-namorada, uma influenciadora digital de 20 anos, no final de fevereiro. O caso é investigado pela Polícia Civil paulista e o ex-camisa 12 tricolor alegou ser inocente.
Em sua versão, Pedrinho alega que existia medida judicial favorável a ele que impedia a divulgação das mensagens e o permitia voltar a atuar pelo Tricolor. O meia-atacante ainda definiu como 'incompreensível' a decisão do clube.
- Infelizmente, a rescisão contratual foi baseada em criminoso vazamento seletivo de antigas e editadas mensagens, que desobedeceu a medida judicial existente a meu favor. Aguardava, como aguardarei, o arquivamento da caluniosa acusação contra mim lançada - diz o texto.
- Reitero, mais uma vez, respeitando os limites do segredo de justiça imposto ao caso, que não agredi ninguém, mas, sim, fui agredido, o que, no meu entendimento, me torna apto a exercer minha profissão - completa o posicionamento de Pedrinho.
A medida judicial favorável ao jogador foi revelada no último dia 17, quando Henrique Gomes, o Baby, presidente da Torcida Independente, principal organizada do clube, divulgou manifesto pedindo a utilização do jogador.
Desde que o caso veio à tona, Pedrinho e São Paulo decidiram que o ideal era não mais utilizá-lo nas partidas. Chegou-se a anunciar seu afastamento, mas o jogador vinha trabalhando normalmente no cotidiano do CT da Barra Funda, participando inclusive dos jogos-treinos comandados pelo então técnico Rogério Ceni na inter-temporada. Ele, inclusive, chegou a ser inscrito para a disputa da Copa Sul-Americana.
Dirigentes do clube alegaram na ocasião que faltava amparo jurídico para separá-lo do elenco. E que aguardariam o desfecho das negociações para tomar uma decisão mais concreta.
- Desde o dia 3 de março, em comum acordo, eu e o clube entendemos que era melhor demonstrar que, em realidade, fui vitima, o que, recentemente, se concretizou com o deferimento das medidas protetivas a meu favor. Eu vinha treinando normalmente com o elenco principal. Inclusive, realizei todas as atividades de hoje, junto com os meus companheiros - aponta Pedrinho em sua nota.
- Nunca deixei de cumprir minhas obrigações e sempre exerci, com profissionalismo e alto rendimento, meu contrato, aguardando o momento de ser relacionado, novamente, para as partidas - completa.
O texto foi publicado também nas redes sociais de Pedrinho e jogadores do elenco demonstraram solidariedade curtindo a mensagem, entre eles Arboleda, Jandrei e David.
O caso segue investigado pela 4ª Delegacia de Defesa da Mulher, da Zona Norte de São Paulo (SP), onde a ocorrência foi registrada como violência doméstica, ameaça, injúria e lesão corporal. Segundo a polícia, a vítima 'apresentava sinais de lesões, que foram fotografadas e anexadas ao inquérito policial. Além disso, ela representou criminalmente contra o autor.'