Santos tenta ‘driblar’ eleição para não atrasar planejamento para 2018

Estatuto obriga presidente e Comitê de Gestão a pedir permissão para fazer contratação a três meses antes da eleição presidencial do clube. Modesto não descarta hipótese

Modesto Roma
Pedro Ernesto Guerra Azevedo

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Três anos após uma das eleições presidenciais mais conturbadas da história do Santos, o cenário político não é tão diferente. Restando pouco mais de três meses para o pleito que elegerá o mandatário para o triênio de 2018-2020, a preocupação está no planejamento do futebol para a próxima temporada.

Candidato à reeleição, o atual presidente, Modesto Roma Júnior, precisará do aval do Conselho Deliberativo e Fiscal do clube se quisesse contratar entre outubro e dezembro um novo reforço, de acordo com o artigo 91 do estatuto.

"O Comitê de Gestão não poderá antecipar, nem comprometer as receitas ordinárias ou extraordinárias do Santos por período superior ao do seu mandato em benefício de sua gestão, nem comprar, vender ou emprestar o direito federativo de qualquer atleta profissional nos últimos três meses anteriores ao término de seu mandato, sem prévia autorização do Conselho Deliberativo mediante parecer favorável do Conselho Fiscal sendo ineficaz o ato em contrário", descreve o artigo.

Em sua última entrevista coletiva, Modesto não descartou ir ao Conselho para discutir uma contratação. Na semana passada, quando compareceu ao órgão para ver o relatório contábil do último semestre, o dirigente ouviu críticas de alguns conselheiros por causa de uma dívida com o ídolo Robinho.

- Se precisar da anuência do Conselho para contratar, vamos pedir. Normal. Sem nenhum problema. Não estamos preocupados. Estamos preocupados com o Santos e não com o mandato. Se houver a possibilidade de comprar algum atleta, e não temos intenção de vender ninguém, ouviremos o Conselho Fiscal e Deliberativo. Com toda a clareza que o estatuto exige - disse.

Recentemente, o Peixe chegou a sondar o lateral-direito Nino Paraíba, da Ponte Preta, mas não avançou nas negociações também por ponderar o processo burocrático. No relatório contábil do Conselho Fiscal, o órgão sugeriu que o clube faça economias no segundo semestre de 2017.

Em 2014, na gestão comandada por Odílio Rodrigues, as vendas dos percentuais de Geuvânio, Gabigol e Daniel Guedes para o fundo de investimentos Doyen Sports às vésperas da eleição gerou polêmica e fez a atual administração entrar na Justiça acusando o antigo Comitê de Gestão pelo crime de gestão temerária. A medida foi decidida também pelo Conselho Deliberativo.

Até o momento, Modesto tem dois adversários na eleição. Segundo colocado no último pleito e ex-funcionário do clube até este ano, José Carlos Peres já oficializou sua candidatura. O mesmo acontece com Andres Rueda Garcia, ex-membro do Comitê de Gestão do atual presidente. Nos bastidores, outros grupos discutem possíveis chapas.

As prováveis saídas do atual elenco em 2018 são o lateral-direito Matheus Ribeiro, o volante Leandro Donizete, o atacante Thiago Ribeiro e Kayke. O departamento de futebol avalia laterais, um volante, meias e dois atacantes, um centroavante e outro de lado.

Se reeleito, Modesto não garante a permanência do técnico Levir Culpi, que assumiu o comando do time em 6 de junho. Em 25 jogos sob seu comando, o Peixe venceu 12, empatou nove e perdeu quatro, entre essas uma na Libertadores.

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