Associados reprovam impeachment do presidente Peres no Santos

Presidente José Carlos Peres é mantido no cargo por decisão de mais de 3 mil sócios

GALERIA: A votação em imagens. Peres, de camisa azul claro, comemora manutenção como presidente 
(Foto: Gabriela Brino/Lancepress!)

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Os dois pedidos de impeachment do presidente do Santos, José Carlos Peres, foram reprovados na votação da assembleia de sócios, neste sábado, na Via Belmiro. O primeiro, encabeçado por Alexandre Santos, foi negado com 2.001 votos contra, enquanto 1.155 votaram a favor. Já o segundo, liderado por Esmeraldo Tarquínio, teve 2.064 votos contra e 1.088 a favor. No total, foram dez urnas - organizadas em forma alfabética com o nomes dos sócios. Com o resultado, Peres seguirá no comando do Santos até dezembro de 2020.

A assembleia de sócios iniciou às 10h, no ginásio da Vila Belmiro, e não contou com brigas e confusões. O encerramento da votação aconteceu às 18h. Os votos foram rápidos, mesmo com grandes filas - formadas principalmente até 15h. O pleito mais organizado do que as eleições do final do ano passado, em que a chapa "Somos Todos Santos" (de Peres e Orlando Rollo) venceu.

Lado de fora do estádio houve distribuição gratuita de camisetas com os dizeres: "Para um novo Santos FC vote sim (pelo impedimento)" e faixas com críticas a Peres. Poucos se manifestaram contra o vice Rollo.

Além de Peres e Rollo terem votado, o ex-presidente Modesto Roma e o candidato à presidência na última eleição Nabil khaznadar participaram da assembleia. Modesto, inclusive, declarou que preferiria a renúncia de Peres e Rollo, e que fosse feita uma nova eleição para presidente.

Dupla em atrito há semanas, Peres e Rollo se cumprimentaram com aperto de mãos e desejaram sorte na votação. No entanto, Rollo fez duras críticas a Peres pelo fato de o presidente ter ido à votação com um colete à prova de balas. Primeiramente, Peres afirmou que a medida foi tomada por conta de ameaças de morte que ele tem recebido. Horas depois, Rollo, no entanto, classificou o uso do colete por parte de Peres como "encenação e palhaçada".

ENTENDA O PEDIDO DE IMPEACHMENT

​De maneira simplificada, os questionamentos dos conselheiros Esmeraldo Tarquinio e Alexandre Santos Silva se baseiam nas duas empresas ligadas a Peres, a Saga Talent Sports & Marketing e a Peres Sports & Marketing. O dirigente é acusado de usá-las para gerenciamento de atletas - algo que nega com veemência. Tal ato é proibido pelo Estatuo Social do clube. Um dos sócios de Peres na Saga teria, inclusive, exigido 10% da venda de Gabigol à Inter de Milão, da Itália, em 2016. Já que tal empresa teria trazido o jogador ao Santos "de graça".

Ricardo Marco Crivelli, o Lica, gerente da base do Peixe em 2018 e afastado do cargo por acusação de abuso sexual, é também sócio de Peres na Saga Talent Sports & Marketing, que, segundo o dirigente, já foi encerrada. Em 2015, Lica criou a Hi Talent Ltda. Um relatório da Comissão Fiscal do clube sobre a movimentação financeira no primeiro trimestre mostrou que o Alvinegro comprou em fevereiro 100% dos direitos econômicos do zagueiro equatoriano Jackson Porozo, de 17 anos, para o time sub-20 e que passaria 20% de uma futura venda ao Manta (EQU) e 30% do lucro à Hi Talent. A negociação foi refeita, tirando a Hi Talent dos lucros

* Sob supervisão de Vinícius Perazzini

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