ANÁLISE: Queda de produção do Palmeiras mostra que nem mesmo Abel Ferreira consegue fazer mágica

Verdão venceu apenas um de seus últimos cinco jogos na temporada e sofre com o impacto das ausências no time

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Abel Ferreira esteve suspenso do duelo do Palmeiras com o São Paulo (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)

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O Palmeiras foi derrotado pelo São Paulo por 1 a 0, nessa quarta-feira (5), e saiu atrás na disputa por uma vaga na semifinal da Copa do Brasil. O placar é natural se pensarmos que foi um clássico no Morumbi, mas quem viu o jogo percebeu que a derrota pode significar muito mais do que propriamente o resultado. Sem estar com o time completo e com uma formação incomum, o Verdão mostrou pouco repertório e poucas alternativas para sair de um cenário difícil. Uma coisa está clara: Abel Ferreira é ótimo, mas não é mágico.

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Do time considerado titular ideal, o Alviverde entrou em campo sem quatro peças, sendo três delas essenciais: Zé Rafael, Rony e Artur, além de Marcos Rocha, que tem ficado ausente por lesões. Em uma equipe que tem seus jogadores "contadinhos, qualquer desfalque pesa, e quando os desfalques são dessa importância, o impacto é ainda maior.

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Zé Rafael já é uma "invenção" para uma posição que não tem peça disponível no elenco, assim é difícil pensar quem seria o seu substituto, uma vez que Jailson, o único "camisa 5" do elenco, não se firmou e tem sofrido com lesões. O jeito seria improvisar novamente com dois volantes mais construtores (Gabriel Menino e Richard Ríos) ou trazer um novo "coelho da cartola", que foi escalar Luan para ser um "híbrido" de volante e zagueiro. Ou seja, é a quarta ou a quinta opção.

Artur está em ótima fase, mas não pode atuar na Copa do Brasil, pois já jogou pelo Bragantino na competição. Vale lembrar que o Palmeiras contratou o atacante apenas após a disputa do estadual, em abril. Para o seu lugar há opções no elenco como Luis Guilherme ou até mesmo Endrick jogando mais aberto, mas a comissão técnica preferiu "puxar" Veiga para atuar pelo lado e preencher o meio-campo com mais um jogador, que foi Ríos. Mais uma "adaptação".

Sem Rony no ataque, Abel optou por Endrick. Apesar do talento do jovem, as características são bem diferentes. Quando se perde um Rony, não há um substituto à altura, pois é difícil fazer o que o Rústico faz. Novamente seria preciso fazer uma adaptação ao time que está acostumado a jogar com um outro tipo de atacante de referência.

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Quando se perde três titulares tão essenciais assim, todos de uma vez, a primeira alternativa é buscar peças no elenco principal, a segunda é usar a base, a terceira é acreditar no trabalho do treinador para resolver e a quarta é rezar. O Palmeiras passa pelas duas primeiras sempre com a certeza de que a terceira vai funcionar. Não vai.

Abel Ferreira talvez seja o maior técnico da história do Verdão e um dos maiores técnicos deste século no Brasil. No entanto, ele é apenas treinador. Acima da média com certeza, mas não mágico. Por mais que ele tenha histórico de arrumar soluções e ter mil e um planos, nem sempre é possível garantir que tudo vai dar certo. As provas estão aí: não tem dado certo.

Desde a volta da Data Fifa, sofrendo com desfalques, o Alviverde fez cinco jogos e venceu apenas um. Contra o São Paulo, por exemplo, a vitória passou muito longe, tamanha a pobreza de jogadas criadas. Parecia até um time que "voltou casas" em sua evolução. Talvez falte jogador, talvez falte o técnico na beira do campo, talvez falte os principais jogadores assumirem a liderança técnica.

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A melhor coisa de tudo isso é que Abel Ferreira é capaz de retomar o caminho das vitórias, ninguém melhor do que ele para isso. Já a notícia ruim é que o material humano não vai mudar, o português deve seguir buscando soluções internamente, pois o Verdão não vai fazer loucuras na janela. Há quem siga apostando no aspecto "mágico" do treinador, mas uma hora não vai se sustentar e ela está chegando.

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