Ginastas alemãs protestam contra sexualização e treinam de calça nos Jogos Olímpicos

Antes mesmo de começarem a competir, a equipe alemã já marca presença pelo seu posicionamento público

Equipe de ginástica alemã
Sarah Voss foi a primeira a liderar o movimento (Reprodução /Instagram)

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Em protesto silencioso, as ginastas da Alemanha realizaram um momento inédito para a história da modalidade e dos Jogos Olímpicos. A fim de criticar a sexualização que sofrem ao usar os tradicionais collants que deixam a maior parte de seus corpos expostos, as atletas usaram calças que cobrem as pernas no treino do dia 22 de julho.

— Temos a ideia de que cada ginasta deve estar confortável com as roupas que usa, e por isso criamos essa vestimenta. É muito importante que cada mulher use aquilo que ela quiser — a ginasta Pauline Schäfer explicou ao UOL Esporte.

A alemã Sarah Voss, de 21 anos foi quem tomou essa iniciativa que apareceu com um modelo cobrindo as pernas na fase classificatória do Campeonato Europeu da modalidade, em abril, na Suíça. Inspiradas por ela, Kim Bui e Elisabeth Seitz, também apareceram com a vestimenta no final da competição. Voss também fala sobre a relevância de estar em um papel de destaque nos Jogos Olímpicos e como sua atitude pode ajudar jovens ginastas.


— Foi particularmente importante para nós dar o exemplo, para encorajar outras mulheres, e especialmente as atletas mais jovens, a usar o que elas se sentem mais confortáveis. Este pode ser o amado collant curto ou o full-body suit. Nós, ginastas da seleção alemã, reservamo-nos o direito de decidir, dependendo da situação, como nos sentimos mais confortáveis. A nova possibilidade de autodeterminação quanto à escolha das roupas nos dará ainda mais forças no futuro — Sarah Voss postou no Instagram.

Essa vestimenta, também conhecida pelo termo em inglês full-body suit, não é considerada proibida no esporte. Inclusive seu uso é previsto no regulamento da Federação Internacional de Ginástica (FIG) na tentativa de incluir ginastas que não podem usar os collants cavados na virilha, geralmente por motivos religiosos. Mas a equipe alemã deixou claro que seu posicionamento é contra a sexualização de atletas na ginástica. Tudo isso antes mesmo da estreia do esporte, que começa dia 24 de julho às 2h30 (de Brasília) nos Jogos Olímpicos.

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