Verstappen resiste a desgaste de pneus e vence GP da Emília-Romanha de F1. Norris é 2º

Holandês precisou de braço para resistir ao desgaste de pneus e impedir o ataque de Norris

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Verstappen venceu pela terceira vez em Ímola (Foto: GABRIEL BOUYS / AFP)

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O que parecia ser uma procissão virou um final dos mais tensos e complicados para Max Verstappen. No GP da Emília-Romanha deste domingo (19), o neerlandês viu os pneus se acabarem no trecho final e precisou de braço para resistir à perigosa aproximação de Lando Norris, com o carro muito mais inteiro.

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O desgaste de pneus acabou sendo decisivo, e foi aí que o bom ritmo de corrida mostrado pela McLaren nos treinos prevaleceu. Perto das 15 voltas finais, Norris começou a tirar décimos gradativamente. De um lado, Giampiero Lambiase informava que o #4 estava chegando perto; do outro, Norris buscava o sprint final para vencer pela segunda vez na carreira na F1, a segunda seguida.

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A cinco voltas do fim, a distância despencou de vez. Verstappen bradava pelo rádio para que retardatários saíssem da sua frente, enquanto Norris crescia cada vez mais ao retrovisor. Com 61 de 63 giros completados, Lando tirou 0s4 e ficou a quase 1s de distância. “Minha bateria está quase acabando”, avisou Verstappen, àquela altura já implorando pela bandeira quadriculada.

E enfim veio a última volta, com Norris enfim com distância para poder abrir asa, a 0s7 de distância. Mas faltou corrida para causar um ‘suadouro’ em Max. No fim, mais uma vez valeu o braço do #1, que resistiu o máximo que pôde para assinalar mais um triunfo na carreira.

A Fórmula 1 volta de 24 a 26 de maio com o tradicional GP de Mônaco, oitava etapa da temporada 2024, nas ruas de Monte Carlo.

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(Foto: GABRIEL BOUYS / AFP)

Confira como foi a corrida da F1 em Ímola:

Ao contrário do que acontecera nas últimas etapas, a pole-position de Verstappen não indicava total favoritismo ao neerlandês. Mesmo com a volta mágica na classificação, Max partiu para a corrida com um carro em ritmo de corrida abaixo de McLaren e Ferrari, de acordo com as simulações dos primeiros treinos. Seria, portanto, preciso acertar a mão na largada para não dar chances a Norris, ao seu lado, e também as Ferrari de Leclerc e Sainz logo atrás.

Com 25°C de temperatura ambiente, 45°C de asfalto e umidade relativa do ar em 49%, o top-10 partiu para o primeiro stint calçado com os pneus médios, estratégia convencional da Pirelli. Dos que alinharam, apenas Gasly resolveu ousar com os macios — mesma escolha de Alonso, porém partindo do pit-lane após mudanças no acerto da suspensão.

Com Verstappen em primeiro, Norris não tinha outra escolha: era atacar ou atacar para impedir que o neerlandês ditasse o ritmo a partir dali. E, num primeiro instante, assim que as luzes se apagaram, Lando tentou acompanhar lado a lado, porém o taurino prevaleceu na força do RB20 e impediu qualquer ataque na curva 1. Norris, na verdade, teve de cuidar para não ser surpreendido pelos carros vermelhos.

Os seis primeiros mantiveram posições, enquanto Tsunoda caía para nono. Hamilton ganhou um posto na largada e fechou o giro 1 em sétimo, seguido por Hülkenberg, também em bom início de prova. Pérez, por sua vez, já aparecia na zona de pontuação, em décimo, após partir de 11º.

Volta 4, Verstappen colocava 1s4 sobre Norris, já começando a construir uma vantagem relativamente suficiente para não dar a Norris a chance da asa móvel. Enquanto isso, pouco mais atrás, Leclerc, Sainz e Piastri formavam a trinca do DRS, porém o monegasco conseguiu desgarrar um pouco do companheiro de equipe. “A McLaren é rápida”, alertou o espanhol pelo rádio, com apenas 0s4 de vantagem para o carro #81.

Volta 10, e Alexander Albon surgiu lento e tentando levar o carro aos boxes com cuidado para evitar a entrada do safety-car. Depois veio a razão: um pneu mal colocado que forçou o tailandês a mais um passeio no pit-lane, acabando com qualquer ambição de pontos para o piloto da Williams. A situação rendeu um stop and go ao piloto.

Na volta 12, os carros da RB foram aos boxes para trocar para os compostos médios para duros — primeiro Ricciardo, fora do top-10 após a largada, depois Tsunoda. Em seguida, uma imagem recuperada pela transmissão mostrou Alonso com o freio dianteiro esquerdo incandescente após pit-stop na volta 8.

Enquanto isso, Verstappen já abria mais de 5s de vantagem para Norris, que levava mais de 1s para Leclerc, 3s4 a frente de Sainz. Piastri era o quinto, tentando de todas as formas encontrar brecha para buscar a ultrapassagem, porém limitado pelo travado circuito de Ímola. Pérez, por sua vez, dava um passeio pela brita, já a 15s de distância para Hamilton, isolado numa distante oitava colocação.

Na volta 22, Russell entrou nos boxes para a sua troca. No giro seguinte, foi a vez de McLaren e Ferrari se agitarem nas garagens, mas só os ingleses trabalharam, chamando primeiro Norris para a troca e, depois, Piastri. Na pista, Verstappen, Leclerc e Sainz seguiam, com Hamilton surgindo em quarto.

Volta 25, e Verstappen fez a troca para os compostos duros — parada modesta, até, em 2s6, pior que as da McLaren, em 2s4 e 2s2 para Norris e Piastri, respectivamente. Max retornou em quarto, à frente de Norris, que não demorou para superar Pérez ainda na pista.

No giro seguinte, a Ferrari chamou Leclerc para a troca, devolvendo-o atrás de Pérez — ainda sem parada —, em sexto. Na 29, enfim Sainz entrou nos boxes, e o undercut da McLaren funcionou, com Piastri livrando-se do espanhol. Na volta 31, Pérez, Stroll, Magnussen, Zhou e Sargeant eram os que ainda mantinham-se com o mesmo jogo de pneus da largada.

Pérez enfim parou na volta 37 e colocou os médios para ir até o fim. O retorno à corrida foi na 11ª colocação, mas não demorou para o mexicano fazer valer a força do carro da Red Bull, subindo para nono após ultrapassagens sobre Hülkenberg e Tsunoda.

Enquanto isso, na frente, Norris reclamava pelo rádio da falta de ritmo, mas a McLaren insistia com o #4 para acelerar, já que Leclerc era, àquela altura, o carro mais rápido. Da pista. E o #16 entrou na zona de DRS na volta 44, chegando a ficar a 0s5 de Norris

Enquanto isso, Verstappen seguia aparentemente tranquilo na liderança, mas o jogo começou a virar quando Lando resolveu seguir à risca o conselho do engenheiro e viu que, sim, ainda tinha décimos a serem alcançados na pista. Dali em diante, volta a volta, foi chegando perto, até que Max deixou claro que a perda de desempenho não era um blefe — sobrou até para a bateria, já que o #1 tentava todos os recursos para se manter à frente.

Na última volta, a distância entre Norris e Verstappen era de apenas 0s7. Se houvesse mais alguns giros, certamente o #4 colocaria o tricampeão à prova, mas prevaleceu o neerlandês nas 63 voltas da corrida na Emília-Romanha.

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(Foto: ANDREJ ISAKOVIC / AFP)

Fórmula 1 2024, GP da Emília-Romanha, Ímola, resultado final:

1 M VERSTAPPEN Red Bull RBPT Honda 63 voltas

2 L NORRIS McLaren Mercedes +0.725

3 C LECLERC Ferrari +7.916

4 O PIASTRI McLaren Mercedes +14.132

5 C SAINZ Ferrari +22.325

6 L HAMILTON Mercedes +35.104

7 G RUSSELL Mercedes +47.154

8 S PÉREZ Red Bull RBPT Honda +54.776

9 L STROLL Aston Martin Mercedes +1 volta

10 Y TSUNODA RB Honda +1 volta

11 N HÜLKENBERG Haas Ferrari +1 volta

12 K MAGNUSSEN Haas Ferrari +1 volta

13 D RICCIARDO RB Honda +1 volta

14 E OCON Alpine +1 volta

15 G ZHOU Sauber Ferrari +1 volta

16 P GASLY Alpine +1 volta

17 L SARGEANT Williams Mercedes +1 volta

18 V BOTTAS Sauber Ferrari +1 volta

19 F ALONSO Aston Martin Mercedes +1 volta

A ALBON Williams Mercedes NC

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