Em meio a denúncias de assédio, CBDA suspende técnico de natação
STJD homologou punição de 60 dias proposta por confederação, conforme divulgou portal; Mário Rodrigues de Araújo é acusado de assédio sexual por atleta menor de idade
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Na noite de terça-feira, o STJD da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) homologou a suspensão do treinador Mário Rodrigues de Araújo por acusação de assédio sexual. De acordo com o GloboEsporte.com, o técnico de 37 anos foi alvo de ação movida pela família da atleta, mas o processo teria sido arquivado.
Nove integrantes do tribunal esportivo tem mandatos até 2021. A confederação designou uma comissão específica para investigar o caso e o STJD acatou o pedido. A punição de 60 dias passa a contar a partir desta quarta-feira.
Araújo foi acusado de assediar uma atleta menor de idade na academia BodyWork, cessionária do Minas Brasília Tênis Clube, onde trabalhava. Os familiares da vítima registraram boletim de ocorrência e então enviaram a denúncia à CBDA. O inquérito criminal foi arquivado por falta de provas.
O técnico teve direito de apresentar sua defesa à comissão da CBDA. Mesmo com o processo criminal arquivado, a entidade acreditou que o caso era passível de punição no âmbito esportivo.
Diversas audiências aconteceram na cidade do Rio de Janeiro entre março e maio de 2018. Algumas aconteceram, inclusive, durante o Troféu Brasil - disputa seletiva para a equipe brasileira nos torneios de natação da temporada.
Com base nos depoimentos das testemunhas, a comissão (que teve Flavio Bolson como relator) bateu o martelo na pena que deveria ser contemplada pelo STJD dos esportes aquáticos. O tribunal apenas deliberou sobre trâmites formais e a condução da apuração do caso.
O STJD não se opôs ao proposto pela CBDA e deferiu a punição de 60 dias de suspensão para Araújo. O anúncio público da pena está previsto. Enquanto a pena estiver em andamento, Márcio Rodrigues de Araújo não poderá entrar em contato com quaisquer atletas, tampouco participar de disputar organizadas pela CBDA.
- Eu ainda não fui nem informado da decisão de ontem. Não estive presente (na sessão). Eu não tenho nada a declarar. Nem sequer fui indiciado nessa questão (no âmbito criminal) e estou tirando as medidas cabíveis perante a justiça. E em relação a essa decisão da CBDA, vou entrar com um recurso. Vou recorrer, com certeza. Não fiz nada de errado. Já estou utilizando alguns meios para resolver essa situação. É lamentável - declarou Mário à reportagem do GloboEsporte.com.
Araújo destacou o apoio da família e sua falta de antecedentes na Justiça. O treinador, que ainda afirmou estar chateado com a situação, prometeu que tudo será resolvido 'da forma mais difícil'.
- Minha família esteve o tempo todo do meu lado. Nunca tive problema com a Justiça. Todos os pais de atletas sempre estiveram ao meu lado, ninguém saiu (devido às acusações). Estou tranquilo, porém chateado. É lamentável. Eles vão ter que pagar por isso. Eu vou ter que resolver da forma mais difícil - disse.
Este seria o terceiro caso de assédio sexual a ser revelado no Brasil somente em 2018. Em abril, uma reportagem da TV Globo mostrou que o treinador Fernando de Carvalho Lopes (que já comandou Diego Hypolito e a seleção brasileira masculina de ginástica) foi acusado por no mínimo 40 atletas e acabou afastado do clube em que trabalhava.
Já em outubro, foi revelado que pela Globo que duas atletas registraram boletim de ocorrência contra o treinador de atletismo Luiz Antônio Lino, que acumula passagem na Seleção de base. Em fevereiro, o ex-médico da seleção dos Estados Unidos, Larry Nassar, foi condenado por ter molestado mais de 100 atletas - entre elas, a campeã olímpica Simone Biles.
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